Tipos de répteis: exemplos e nomes


Os répteis são um dos grupos de animais mais fascinantes e antigos do planeta. Com uma história evolutiva que remonta a mais de 300 milhões de anos, esses vertebrados desenvolveram adaptações únicas que lhes permitem sobreviver em diversos habitats, desde desertos áridos até florestas tropicais.
Neste artigo do PeritoAnimal, exploraremos sua classificação atual, suas principais características e alguns dos exemplos mais representativos de répteis no mundo. Continue lendo e descubra os tipos de répteis: exemplos e nomes.
Classificação dos répteis
- Os répteis (classe Reptilia) representam uma das radiações evolutivas mais bem-sucedidas entre os vertebrados terrestres. Segundo a taxonomia moderna, são classificados em quatro ordens principais, cada uma com características anatômicas e ecológicas distintas:
1. Ordem Squamata (escamados)
A mais diversificada, incluindo:
- Serpentes (subordem Serpentes): mais de 3.900 espécies sem membros, com mandíbulas altamente móveis;
- Lagartos (subordem Lacertilia): cerca de 6.000 espécies com pálpebras móveis e ouvidos externos;
- Anfisbenas (subordem Amphisbaenia): 180 espécies de répteis cavadores com corpos cilíndricos.
2. Ordem Testudines (quelônios)
Inclui todas as tartarugas, répteis com uma carapaça fundida à coluna vertebral. Dividem-se em:
- Pleurodiras: 100 espécies que dobram o pescoço lateralmente;
- Criptodiras: 260 espécies que retraem o pescoço verticalmente.
3. Ordem Crocodylia (crocodilianos)
Apenas 25 espécies existentes:
- Crocodilos (Crocodylidae): 16 espécies com focinhos mais pontiagudos;
- Jacarés (Alligatoridae): 8 espécies com focinhos largos;
- Gaviais (Gavialidae): 1 espécie com focinho extremamente fino.
4. Ordem Rhynchocephalia (rincocéfalos)
Representada por um único exemplar:
- Tuatara (Sphenodon punctatus): conserva características primitivas já extintas em outros répteis há 200 milhões de anos.

Características anatômicas e fisiológicas dos répteis
Os répteis apresentam adaptações únicas que lhes permitiram conquistar ambientes terrestres:
- Sistema tegumentar: possuem pele queratinizada, com escamas epidérmicas de β-queratina que previnem a desidratação. Além disso, realizam mudas periódicas. Por exemplo, os escamados renovam completamente sua epiderme em um processo chamado ecdise. Outra característica do seu tegumento são os osteodermos, placas ósseas dérmicas presentes em crocodilos e algumas tartarugas;
- Termorregulação: são ectotérmicos, ou seja, dependem do ambiente para regular sua temperatura corporal. Para isso, exibem comportamentos termorreguladores como basking (tomar sol), termoconformação e busca por abrigos térmicos;
- Sistema respiratório: possuem pulmões mais desenvolvidos que os anfíbios, com superfícies alveolares. Apresentam diversas estratégias respiratórias conforme o grupo. Por exemplo, algumas serpentes usam apenas o pulmão direito (o esquerdo é vestigial). Outro exemplo são as tartarugas aquáticas, que desenvolveram respiração cloacal e possuem uma faríngea complementar. Saiba mais em "Espécies de tartarugas de água doce";
- Reprodução: realizam fertilização interna, já que todos os répteis possuem órgãos copuladores. São amniotas, ou seja, seus ovos apresentam membranas extraembrionárias (âmnio, cório, alantoide). Além disso, possuem dois sistemas de determinação sexual, tanto por temperatura (TSD) quanto genético (GSD). No TSD, o sexo depende da temperatura de incubação, com três padrões - machos no frio/fêmeas no calor (tartarugas); fêmeas no frio/machos no calor (tuataras); ou machos apenas em temperaturas intermediárias (crocodilos). O GSD segue sistemas cromossômicos XY (como mamíferos) ou ZW (como aves), onde o sexo é definido geneticamente. Enquanto o TSD permite adaptação ambiental, mas é vulnerável às mudanças climáticas, o GSD oferece estabilidade genética. Algumas espécies como o dragão-barbudo podem alternar entre ambos os sistemas.
Exemplos de répteis
Agora que conhecemos os tipos de répteis e suas principais características, vamos ver alguns dos exemplos mais representativos. Alguns exemplos de tipos de répteis são:
- Crocodilo-de-água-salgada (Crocodylus porosus);
- Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea);
- Dragão-de-komodo (Varanus komodoensis);
- Sucuri-verde (Eunectes murinus);
- Camaleão-de-Parson (Calumma parsonii);
- Monstro-de-gila (Heloderma suspectum);
- Cobra-real (Ophiophagus hannah);
- Tuatara (Sphenodon punctatus).
Crocodilo-de-água-salgada (Crocodylus porosus)
O crocodilo-de-água-salgada é o maior réptil do mundo atualmente. Habita as costas do Indo-Pacífico, desde a Índia até o norte da Austrália. Os machos podem ultrapassar 6 metros de comprimento e pesar mais de 1.000 kg, sendo predadores poderosos capazes de abater grandes mamíferos.
Apresentam adaptações únicas como glândulas especializadas para excretar sal, o que lhes permite viver em águas salobras, e um sofisticado sistema circulatório que regula sua temperatura corporal. São os répteis com o cuidado parental mais prolongado, protegendo seus filhotes até os dois anos. Atualmente estão protegidos, mas enfrentam ameaças devido à perda de habitat.

Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea)
Esta tartaruga marinha é a única sem carapaça óssea. Em seu lugar, possui uma pele grossa e coriácea com pequenos osteodermos. Pode atingir 2 metros de comprimento, sendo considerada a maior tartaruga do mundo. Também realiza as migrações mais longas entre todos os répteis, percorrendo até 15.000 km entre áreas de alimentação e desova.
Sua capacidade de manter uma temperatura corporal até 18 °C acima da água (gigantotermia) permite que habite águas frias. Está criticamente ameaçada de extinção, principalmente devido à ingestão de plásticos e captura acidental em redes de pesca.
Descubra mais neste artigo sobre "Tipos de tartarugas marinhas".

Dragão-de-Komodo (Varanus komodoensis)
Endêmico de cinco ilhas da Indonésia, este é o lagarto mais pesado do mundo. Pode atingir até 3 metros de comprimento e pesar cerca de 90 kg. Possui um complexo sistema venenoso com toxinas anticoagulantes em suas glândulas mandibulares.
Sua estratégia de caça combina mordidas sépticas com rastreamento pelo olfato, utilizando sua língua bifurcada e órgão vomeronasal. É capaz de consumir até 80% do seu peso em uma única refeição. Com apenas cerca de 1.400 exemplares adultos na natureza, está classificado como espécie em perigo de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), ameaçado pela perda de habitat e redução de presas.

Sucuri-verde (Eunectes murinus)
A cobra mais pesada do mundo (chega a 250 kg) habita os rios e pântanos da bacia amazônica. Suas adaptações aquáticas incluem olhos e narinas dorsais, além de uma poderosa musculatura para constrição.
Pode atingir 9 metros de comprimento e caça por emboscadas, sufocando presas como capivaras e jacarés. É ovovípara, ou seja, dá à luz até 40 filhotes vivos por ninhada. Embora não esteja ameaçada, enfrenta perigos devido à destruição de seu habitat e à caça para o comércio de peles.
Descubra mais no artigo "Curiosidades sobre as cobras".

Camaleão-de-Parson (Calumma parsonii)
Este impressionante camaleão de Madagascar é um dos maiores, podendo atingir 70 cm de comprimento. Sua capacidade de mudar de cor deve-se aos cromatóforos controlados neural e hormonalmente.
Seus olhos móveis independentes proporcionam visão de 360°, e sua língua balística é projetada a 6 m/s para capturar insetos. Estritamente arbóreo, vive nas florestas úmidas do leste de Madagascar. Sua população está ameaçada devido ao desmatamento e ao comércio ilegal, pois é uma espécie cobiçada como animal de estimação exótico.
Confira outras espécies neste artigo sobre "Tipos de camaleão".

Monstro-de-Gila (Heloderma suspectum)
Este é um dos dois únicos lagartos venenosos do mundo e habita os desertos de Sonora e Mojave. Seu potente veneno contém toxinas similares às do escorpião, que ele injeta por meio de mordidas.
Pode armazenar gordura em sua cauda para sobreviver até um ano sem comer. De hábitos principalmente fossoriais, só se torna ativo após chuvas. Embora não esteja em perigo de extinção, é protegido nos Estados Unidos e no México devido à sua raridade e vulnerabilidade ao comércio ilegal.

Cobra-real (Ophiophagus hannah)
A cobra-real é a maior cobra venenosa do mundo (atinge até 5,5 metros) e está distribuída pelas florestas do sudeste asiático. Seu nome significa "comedora de serpentes", pois se alimenta principalmente de outras cobras.
Seu potente neurotóxico pode matar um elefante em poucas horas. Apresenta um comportamento parental incomum, construindo ninhos e protegendo seus ovos. Apesar de ser temida, sua população está em declínio devido à destruição de seu habitat florestal e à perseguição humana.

Tuatara (Sphenodon punctatus)
Este "fóssil vivo" neozelandês é o único representante de uma ordem reptiliana que floresceu há 200 milhões de anos. Apresenta características primitivas como um "terceiro olho" pineal funcional.
Com uma longevidade excepcional (até 100 anos), possui o metabolismo mais lento entre os répteis e prefere temperaturas amenas (16 a 21 °C). Sua reprodução lenta (põe ovos apenas a cada 4 anos) o torna vulnerável a espécies invasoras e mudanças climáticas. Encontra-se estritamente protegido na Nova Zelândia.

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- Hedges, S. B. (2014). The high-level classification of skinks (Reptilia, Squamata, Scincomorpha). Zootaxa, 3765(4), 317-338.
- Herrera‐Flores, J. A., Stubbs, T. L., & Benton, M. J. (2017). Macroevolutionary patterns in Rhynchocephalia: is the tuatara (Sphenodon punctatus) a living fossil?. Palaeontology, 60(3), 319-328.
- Kardong, K. V. (2006). Vertebrates: comparative anatomy, function, evolution (pp. 365-383). New York: McGraw-Hill.