Pastor americano miniatura ou pastor australiano miniatura

O pastor americano miniatura se desenvolveu a partir de pastores australianos de menor tamanho com a finalidade de se obter um cão pastor igualmente ativo e inteligente, mas muito menor que seus progenitores, para poder se encarregar do gado menor, como ovelhas ou cabras. De acordo com os dados disponibilizados pelas organizações cinológicas oficiais, como a FCI e o American Kennel Club (AKC), a criação da raça se iniciou na Califórnia, no final da década de 1960. Contudo, só foi registrada oficialmente como raça independente pelo Registro Nacional de Perros de Ganado, na Espanha, a partir de 1980.

Originalmente, a raça era conhecida como "pastor australiano miniatura" devido à sua grande semelhança com seus antecessores. Entretanto, com o passar do tempo, o nome mudou para "pastor americano miniatura", e é por isso que atualmente podemos encontrá-la sob ambas as nomenclaturas. Mesmo assim, dado que seu antecessor é o pastor australiano, o qual foi desenvolvido a partir de cães pastores europeus, sobretudo espanhóis (possivelmente o carea leonés e o pastor inglês), podemos dizer que, entre suas origens, encontram-se também esses cães.

Apesar de ser uma raça que nos acompanha desde o século XX, só foi a partir do ano de 2011 que o AKC a reconheceu oficialmente, enquanto que ela entrou na FCI em 2019. Atualmente, é uma das raças caninas mais populares, não apenas entre os pastores, mas também entre os cavaleiros, principalmente por serem excelentes companheiros de viagem, e, é claro, por todas as pessoas que busquem um companheiro leal, carinhoso e ativo.

O pastor australiano miniatura é mais comprido que alto e tem músculos poderosos. Trata-se de um cachorro pequeno, com um peso de 9 a 14 kg e uma altura que vai dos 30-43 cm nas fêmeas, e de 35-45 cm nos machos. As linhas gerais do seu corpo inteiro são estilizadas.

O pastor americano miniatura tem um pescoço forte, um ventre recolhido e um peito amplo. Por ser mais comprido, as extremidades são mais curtas nessa raça do que na raça antecessora. Mesmo assim, são fortes e bem equilibrados. Naturalmente, o rabo dessa raça é longo e com um aspecto de espanador devido à quantidade de pelo que se concentra nela. Entretanto, e infelizmente, durante muitos anos ele foi amputado, algo que hoje em dia é proibido em muitos países por ser uma prática cruel e desnecessária.

Continuando com as características do pastor australiano miniatura, a sua cabeça é pequena, com um nariz combinando com seu pelo, sendo preto nos exemplares de cor mais escura, e cor de fígado nos mais avermelhados. As orelhas são medianas, de inserção alta e triangulares, dobradas para os lados ou para a frente. Os olhos têm um formato amendoado e podem ser de cor âmbar, azul, avelã, salpicados e, até, listrados, já que, normalmente, combinam com a cor do manto.

Cores do pastor australiano miniatura

O pelo do mini aussie é de capa dupla, médio ou comprido, liso ou ondulado, denso e abundante. O cão tem mais pelos nas patas e no rabo. Quanto às cores, as que essa raça apresenta são:

• Preto
• Azul acinzentado
• Vermelho
• Cor de fígado
• Vermelho-melro
• Chocolate

Essas tonalidades podem se apresentar em distintos padrões e combinações entre elas, daí a grande variedade de cores que podemos ver no pastor americano miniatura. Por exemplo, o cinza pode ter um padrão marmóreo, com manchas ou pequenas pintas, o resto das cores podem estar sólidas ou combinadas entre si, oferecendo um manto bicolor ou tricolor. Da mesma forma, todas as cores mencionadas podem aparecer combinadas com manchas brancas, embora esta última cor não deve ser a predominante. Na verdade, a abundância da cor branca nesses cachorros pode estar associada a problemas genéticos, como a surdez ou a microftalmia, motivo pelo qual não é bom combinar dois pastores australianos de cor azul acinzentada, por ambos terem muito da cor branca.

O australiano miniatura é um cachorro muito sociável, ativo, inteligente, carinhoso, amável e trabalhador. Também é muito enérgico e não tolera nada bem a inatividade ou ficar sem fazer nada durante muito tempo. Por isso, precisa de um tutor ativo que lhe leve a longos passeios diariamente, e que lhe dedique momentos de brincadeiras no parque ou excursões pela natureza.

Da mesma forma, o mini aussie é um cão muito afetuoso e que adora receber carinho de seus tutores. Ele se dá bem com crianças e com pessoas idosas, mas é um pouco desconfiado com pessoas estranhas no começo, embora não fique assim tão tímido. Como todo cão pastor, é guardião, muito leal, bondoso, com um incrível instinto protetor e aprende com rapidez.

A grande inteligência, atitude e energia desse cachorro torna muito simples a sua educação e o seu adestramento. Claro que, como acontece com qualquer cão, é preciso socializar o pastor americano miniatura desde filhote para garantir que ele aprenda a se relacionar com todo tipo de pessoas, animais e ambientes, e evitar, assim, comportamentos temerosos ou agressivos na idade adulta. Dessa forma, é preciso acostumá-lo a diferentes tipos de atividades e situações, para que não se torne um cachorro instável ou com um temperamento difícil, embora ele, por natureza, não seja assim.

Por outro lado, desde filhote, deve-se começar sua educação utilizando o reforço positivo. O reforço positivo consiste em premiar os comportamentos desejados com comida ou carinho, sem utilizar castigos de nenhuma espécie quando ele não tiver os comportamentos desejados ou se comportar de forma indesejada. Dessa forma, o aprendizado é menos traumático e mais agradável, rápido e eficaz para o cachorro e para nós. Neste artigo, te explicamos Como educar um filhote corretamente. Não deixe de conferir!

Devido ao seu forte instinto de cão pastor, ou seja, de guardião, protetor e ativo, é muito importante realizar também sessões de adestramento em ambientes externos, bem como praticar diferentes exercícios com ele. Isso não apenas manterá sua mente estimulada, mas também permitirá que vocês reforcem o seu vínculo.

O pastor australiano miniatura necessita de alguns cuidados assertivos quanto ao pelo, que consistem em escová-lo várias vezes por semana e lhe dar banho quando ele precisar, para manter o pelo limpo, desembaraçado e evitar o acúmulo de sujeira e detritos que possam gerar infecções, inflamações e outros problemas dermatológicos em sua pele.

A higiene das orelhas, dos olhos e dos dentes é indispensável para manter essas estruturas com boa saúde, prevenindo infecções, inflamações ou doenças, como a otite, a conjuntivite, a doença periodontal, o tártaro ou as cáries, entre outras.

Como comentamos, o mini aussie tem bastante energia e vitalidade, e não gosta nada de ficar parado por muito tempo, e por isso precisa de companheiros humanos que o mantenham ativo com brincadeiras, passeios, exercícios e atividades ao ar livre, em que ele possa liberar toda a sua energia. Sendo assim, é recomendado praticar agility, ou simplesmente realizar caminhadas pela montanha. Da mesma forma, é mais que recomendável oferecer um enriquecimento ambiental adequado em casa com brinquedos variados, entre os quais se destacam os de inteligência e de olfato.

Por último, no que diz respeito à alimentação, o pastor miniatura americano deve seguir uma dieta completa e equilibrada, baseada em alimento de qualidade, do qual ele obtenha todos os nutrientes nas proporções corretas para a manutenção de sua saúde e qualidade de vida. A quantidade diária deverá ser ajustada de acordo com as condições individuais de cada cachorro, mas depende de sua idade, nível de atividade, estado fisiológico, clima ou enfermidades, entre outros. Dependendo do tipo de dieta que se queira seguir, recomendamos consultar estes artigos:

• Como escolher a melhor ração para cachorro
• Comida natural para cachorros

Os pastores australianos miniatura são cachorros saudáveis, que podem viver até os 14 anos sempre que receberem os cuidados devidos, se forem feitas as revisões veterinárias necessárias, e realizada uma correta medicina preventiva, mediante vacinação, desparasitação e esterilizações. Entretanto, eles parecem predispostos às seguintes doenças, as quais você deverá levar em consideração:

• Doença de Von Willebrand: é causada uma deficiência do fator de Von Willebrand, que é uma glucoproteína encarregada de estender a vida do fator VII da coagulação, unindo-se a ele, e de permitir a adesão das plaquetas às superfícies expostas após uma lesão no vaso sanguíneo. Isso, portanto, causa uma queda na hemostasia primária, que produz sangramento gengival, sangramento do nariz, sangue nas fezes e na urina e vômitos com sangue.
• Anomalia do olho do collie: essa raça também pode padecer dessa doença, na qual são causados danos oculares. Pode se manifestar de forma leve, em que acontecem pequenas mudanças na membrana vascular do olho (coroide) que não afetarão muito a vista do cachorro, ou pode aparecer uma forma mais grave, na qual podem surgir as seguintes alterações: desenvolvimento inadequado das coroides, um coloboma ou defeito no disco óptico ou nas áreas adjacentes a ele, um estafiloma ou diminuição da espessura da camada esclerótica adjacente à camada de coroides, ou um desprendimento da retina.
• Atrofia progressiva da retina: é uma doença na qual vão se deteriorando os fotorreceptores da retina (cones e bastões) dos olhos de maneira gradual, culminando numa cegueira.

O pastor americano miniatura é comum no continente americano, não sendo muito difícil a sua adoção. Em outras localidades pode ser mais complicado, mas basta perguntar e investigar em organizações protetoras ou em associações de resgate. Dessa forma, é possível encontrar nesses centros de adoção exemplares mestiços, igualmente válidos e merecedores da sua companhia, e por isso te instigamos a visitá-los para escolher o melhor companheiro, sem se importar se é de raça pura ou não.

É necessário levar em consideração que esses cachorros precisam de tutores comprometidos e que sejam tão ativos quanto eles para ser felizes e liberar toda a sua energia sem cair no tédio nem na frustração. Se não for o caso, o melhor é que você opte por outra raça ou por um cão mestiço menos ativo.