Lobo-mexicano

A seguir conheceremos as principais características que definem a subespécie do lobo-mexicano:

• De todas as subespécies, o lobo-mexicano, é a que possui maiores diferenças genéticas, isto faz com que tenha traços físicos, como a morfologia e coloração, que o distingue do restante dos lobos americanos. Também são diferentes seu comportamento e ecologia na natureza, pois pode, por exemplo, habitar em lugares mais áridos que as outras subespécies.
• Esta subespécie é muito mais parecida com um cachorro grande que os outros tipos de lobos.
• Mede aproximadamente 1 a 1,5 metro de comprimento e possui uma altura até a cernelha que fica entre 60 e 80 cm. Em relação ao peso, se encontra entre os 20-30 kg, de forma que é o menor lobo dos que existem na América do Norte.
• Os machos dos lobos-mexicanos são maiores que as fêmeas.
• A cabeça é alongada, o focinho grosso, as orelhas grandes e arredondadas nas pontas.
• A pelagem deste lobo é abundante. Na parte superior pode apresentar uma combinação de cinza com uma cor similar à ferrugem. Eventualmente, apresenta áreas pretas no dorso e, na região do ventre e extremidades, são claras.
• Possui uma cauda longa com presença de uma pelagem espessa.
• As extremidades são longas e as patas bem desenvolvidas.
• O lobo-mexicano usualmente tem padrões faciais que o distinguem dos outros, os quais se caracterizam por uma franja de cor variável que vai desde o centro dos olhos até o nariz. Logo, debaixo dos olhos se estende a mesma coloração da cabeça, seguida pela cor branca, que se prolonga aos lados e até o peito.

Este animal é uma subespécie que inicialmente estava restringida à certas áreas do México e Estados Unidos. No primeiro caso, se distribuía desde o sul até o centro do México, com uma grande abundância na Sierra Madre Ocidental e Oriental, e também na região vulcânica central. No caso dos Estados Unidos, habitava o sudoeste do Texas, sul do Novo México e sudoeste do Arizona. O lobo-mexicano podia se desenvolver em vários tipos de habitats, desde florestas de montanhas até áreas dos desertos de Chihuahua e Sonora.

Este animal enfrentou uma caça extrema que o extinguiu das áreas mencionadas. Recentemente sua reintrodução foi realizada de forma restrita ao leste do Arizona, condado de Gila, oeste do Novo México e norte do México, especificamente na Sierra de San Luis.

O lobo-mexicano, como todas as demais subespécies de lobo, é um animal carnívoro e sua alimentação se baseia principalmente em animais como alces, veados, javalis, lebres e em geral mamíferos de tamanho pequeno disponíveis no habitat. Também pode incluir carniça e dejetos humanos em sua alimentação.

Quando nascem, os pequenos lobos são amamentados por pouco tempo, durante aproximadamente um mês. Uma vez que os dentes começam a se desenvolver, os pais, principalmente a mãe, lhes oferecem comida para que iniciem uma alimentação semi sólida para que logo, quando os dentes estejam todos desenvolvidos, comecem a comer os animais que os adultos caçam.

Tradicionalmente, o lobo-mexicano caçava as presas em seu habitat natural, no entanto, quando elas começaram a diminuir, se viu na necessidade de atacar os animais domésticos para poder se alimentar, o que originou conflitos entre as pessoas e estes caninos. Esta foi uma das razões que provocou a caça inapropriada e desmedida do lobo-mexicano.

O lobo-mexicano tende a hábitos noturnos, embora isso não o limite a realizar movimentações durante o dia. Esta subespécie desenvolveu complexos comportamentos sociais, com uma estreita comunicação entre seus membros. Um costume peculiar é a caça em grupos, a qual desenvolve de forma muito hábil. A imagem atraente deste lobo, suas habilidades de caça, mas também, seu surpreendente uivo, fizeram com que antigamente o lobo-mexicano fosse um animal venerado pelos moradores que constituíam as tribos do território onde habitava.

Por outro lado, encontramos que não é um animal com hábitos migratórios, no entanto, no inverno, quando as presas como o alce começavam a movimentar-se, o lobo-mexicano também se deslocava e os seguiam para poder se alimentar.

As alcateias estabelecem uma área que delimitam como seu território, pela qual se movimentam de forma constante. A extensão desta área pode depender das quantidades de presas disponíveis. Para estabelecer novas alcateias, os lobos mais jovens tendem a se dispersar em territórios novos, os quais são conquistados para fundar seus próprios grupos.

Entenda no artigo como é a organização de uma alcateia de lobos.

A reprodução do lobo-mexicano ocorre entre fevereiro e março. Como ocorre com outras subespécies, somente o casal alfa da alcateia é quem se reproduz, mantendo-se unida até falecerem. O grupo familiar se constitui, em geral, de 4 a 9 indivíduos.

O período de gestação dura entre 63 e 65 dias, depois do qual nascem entre 4 e 7 crias, cegas, surdas e totalmente dependentes dos seus pais. A mãe se mantém no ninho para cuidar e amamentar os filhotes, enquanto que o macho costuma ficar nas proximidades deste para protegê-los de qualquer perigo. Passam várias semanas até que os novos membros da alcateia dos lobos-mexicanos saiam do ninho.

O estado de conservação do lobo-mexicano tem sido uma situação muito complicada para a população desta subespécie. Este canino foi massivamente caçado e inclusive envenenado, o que o levou a estar quase desaparecido no México e Estados Unidos e, por isso, declarado como provavelmente extinto em vida silvestre.

Uns poucos indivíduos foram capturados para formar um programa de recuperação do lobo-mexicano, o que permitiu no ano de 2011 a liberação em Sonora, México, de alguns exemplares. Posteriormente, foram realizadas mais 11 liberações.

Recentemente, no ano de 2019, foram contabilizados pelo menos 30 filhotes nascidos em vida silvestre, o que permitiu a legislação mexicana em matéria de conservação deste animal mudar seu status de provavelmente extinto em vida silvestre para em perigo de extinção.

O lobo-mexicano tem sido um dos tantos animais vítimas das ações humanas, o que, sem dúvida, uma vez mais nos leva a levantar a reflexão sobre a necessidade urgente de mudar nossa relação com o restante da biodiversidade. Consulte nosso artigo sobre animais ameaçados de extinção pelas mudanças climáticas para conhecer mais sobre o tema.