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Lobo-vermelho

Atualizado: 21 setembro 2023
Lobo-vermelho

O lobo-vermelho é um animal de origem e reconhecimento controversos, sobre o qual posições díspares foram levantadas, como, por exemplo, ser uma subespécie do lobo-cinzento (Canis lupus) ou uma espécie diferente do que se conhece pelo nome científico de Canis rufus. Considerando que essa última opção é reconhecida pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e que, além disso, consta na Base de Datos Comparativa Taxogenômica (Comparative Toxicogenomics Database - CDT)[1], falaremos desse lobo como uma espécie distinta e não como uma subespécie, já que, além disso, sugerem-se diferentes espécies do lobo-vermelho.

Nesse artigo do PeritoAnimal você conhecerá todas as características do lobo-vermelho, seu habitat, comportamento e muito mais. Continue lendo para conhecer profundamente esse canídeo!

Origem
  • América
  • Estados Unidos

Índice

  1. Características do lobo-vermelho
  2. Subespécies do lobo-vermelho
  3. Habitat do lobo-vermelho
  4. Alimentação do lobo-vermelho
  5. Hábitos do lobo-vermelho
  6. Reprodução do lobo-vermelho
  7. Estado de conservação do lobo-vermelho

Características do lobo-vermelho

O lobo-vermelho tem como parente próximo a espécie lobo-cinzento, embora o primeiro seja menor. Esses lobos chegam a atingir entre 1 metro e 1,3 metro de largura, com rabos de 30 a 50 centímetros de comprimento e uma altura entre 60 centímetros a quase 80 centímetros. Os machos são um pouco maiores do que as fêmeas. O peso pode variar dos 20 quilos aos 40 quilos. Por outro lado, têm patas e orelhas compridas, e as últimas são além disso pontiagudas.

É um animal bonito, com cores distintas e pelagem curta. A parte superior do corpo é uma mistura de cores como canela, ocre, cinza ou preto, mas a área dorsal ou das costas costuma ser mais escura. Têm um padrão branco ao redor e abaixo do focinho, indo até o peito, enquanto no rabo há uma coloração com tendência ao preto. É normal trocar de pelagem no verão, e no inverno tende a uma coloração avermelhada.

Subespécies do lobo-vermelho

O lobo-vermelho, como mencionamos no início, é um animal polêmico do ponto de vista taxonômico, uma vez que já foi sugerido, por um lado, que ele fosse uma subespécie do lobo-cinzento e por outro, que correspondia a uma subespécie do coiote. Houve até a ideia do lobo-vermelho ser um híbrido entre lobos e coiotes. Contudo, todos esses posicionamentos, devido aos estudos genéticos, não foram acolhidos pela comunidade científica, e sua identidade como uma espécie distinta está estabelecida até o momento.

Algo parecido aconteceu com a proposta da existência de subespécies do lobo-vermelho, pois há relatos[1][2] de especificamente três, sendo:

  • Canis rufus floridanus
  • Canis rufus gregoryi
  • Canis rufus rufus

Esses mesmos relatos citam outros[3][4] que indicam que as duas primeiras subespécies mencionadas encontram-se em extinção. Apesar disso, em outros estudos consultados para a elaboração dessa ficha animal, não há indicação de subespécies, inclusive alguns especialistas afirmam[5] explicitamente que o lobo-vermelho não tem subespécies. Por isso, até hoje sua taxonomia não é totalmente clara.

Habitat do lobo-vermelho

Inicialmente, estimou-se que o lobo-vermelho estivesse restrito somente ao sudeste dos Estados Unidos, mas logo se obteve evidências de que o canídeo também estava presente no norte, chegando inclusive ao extremo leste do Canadá. Em relação ao tipo de habitat da espécie, segundo levantamentos da UICN não há informação suficiente, já que quando as pesquisas sobre o assunto tiveram início a população desses lobos havia diminuído consideravelmente.

Estima-se que o lobo-vermelho desenvolveu-se em vários tipos de habitats. O habitat usado pela última população silvestre foram pântanos de pastagens localizados em áreas específicas da Louisiana e Texas. No entanto, isso coincide com o fato de que a maior população sabida vivia em grandes matas fluviais e regiões pantanosas. Logo, pode-se deduzir então que o lobo-vermelho tem um habitat generalista, sendo capaz de se desenvolver em vários tipos de ecossistemas.

A única população selvagem do lobo-vermelho é uma que foi reintroduzida e hoje habita terras agrícolas e mosaicos florestais com pinheiros, além de um subosque de folhas perenes na Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Alimentação do lobo-vermelho

Essa espécie de lobo é um animal carnívoro, assim como os demais canídeos. Tendem a caçar na mesma área por sete a dez dias e depois mudar de região. Agora, o que exatamente o lobo-vermelho come? Entre suas presas favoritas, encontramos:

  • Roedores
  • Guaxinins
  • Cervos
  • Coelhos
  • Porcos
  • Ratos
  • Aves
  • Lontras

Também é comum que incluam carniça em sua alimentação. Esse lobo pode, além disso, incluir em sua dieta certos tipos de frutas, embora sua fonte de alimentação principal seja de origem animal.

Se você deseja saber mais, não deixe de ler nosso artigo no qual explicamos como é a organização de uma alcateia de lobos.

Hábitos do lobo-vermelho

É um animal sobretudo noturno, que costuma viver em alcateias e estabelece um território como sua casa, onde se desenvolvem de forma exclusiva, motivo pelo qual não permitem a presença de outros grupos da espécie. Em geral, um casal de lobos funda uma alcateia, constituída por eles, como alfas, e seus descendentes. Entretanto, ocasionalmente podem se estabelecer em agrupamentos mais numerosos. Dentro da alcateia, os lobos costumam viver de forma pacífica, contudo, isso não ocorre se houver a presença de um estranho - haverá briga, o que é um traço comum entre os canídeos.

Esses lobos estabelecem um complexo sistema de comunicação entre eles, baseados em sinais químicos, aspectos de comportamento, aspectos táteis e emissão de vários tipos de sons. Também costumam delimitar seu território com sinais olfativos.

Reprodução do lobo-vermelho

A reprodução do lobo-vermelho se dá de forma muito parecida com as de outras espécies de lobos. Eles têm um papel hierárquico, representado pelo casal fundador da alcateia, conhecidos como alfa. Esses são os únicos com o privilégio de se reproduzir, já os demais indivíduos em idade reprodutiva devem se retirar do grupo e formar sua própria família para procriar.

O lobo-vermelho se reproduz entre janeiro e março, tendo um tempo de gestação que vai dos 60 aos 63 dias, e um número de filhotes que varia entre três e seis, embora existam casos de fêmeas que chegam a parir doze filhotes. Eles nascem na primavera. Antes de parir, a fêmea localiza uma toca, que pode ser um tronco oco, bancos de areia ou algum lugar próximo a um riacho da área, para lá parir e criar seus lobinhos.

Todos os membros de uma alcateia de lobos-vermelhos participam no cuidado e proteção dos filhotes. Desse modo, ajudam inclusive a trazer alimentos para os pequeninos e os mantém sob vigilância por pelo menos o primeiro ano de vida.

Na natureza selvagem, um lobo-vermelho costuma viver por cerca de quatro anos, já que é muito incomum que morram de causas naturais. Entretanto, em cativeiro sua expectativa de vida aumenta de forma considerável, chegando a até 15 anos.

Estado de conservação do lobo-vermelho

Devido aos conflitos com criadores de animais, os lobos-vermelhos foram quase extintos de suas áreas de distribuição. Contudo, foi desenvolvido um programa para sua recuperação, e alguns desses animais foram capturados para serem prontamente reintroduzidos em uma região específica para o acompanhamento de sua viabilidade.

Atualmente, o lobo-vermelho é considerado em perigo crítico de extinção pela UICN. Entre as ameaças, para além da caça direta, que está proibida nos Estados Unidos, a hibridação com coiotes é um aspecto que prejudica significativamente a estabilidade da espécie, uma vez que pode fazê-la desaparecer, visto que essa é uma das consequências comuns em alguns casos de hibridação.

Leia nosso artigo sobre os tipos de lobos e suas características para ampliar seus conhecimentos, descobrir como esses animais são maravilhosos e tomar consciência sobre como é importante protegê-los.

Referências
  1. Comparative Taxicogenomics Database. Canis rufus. Disponível em: <https://ctdbase.org/detail.go?type=taxon&acc=45781>. Acesso em 12 de dezembro de 2022.
  2. Ronald M. Nowak. (2002). El estado original de los lobos en el este de américa del norte, Southeastern Naturalist 1 (2), 95-130. Disponível em: <https://doi.org/10.1656/1528-7092(2002)001[0095:TOSOWI]2.0.CO;2.>. Acesso em 12 de dezembro de 2022.
  3. NCBI (2020). Canis rufus floridanus. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/Taxonomy/Browser/wwwtax.cgi?id=2841921&lvl=0.>. Acesso em 12 de dezembro de 2022.
  4. NCBI (2020). Canis rufus gregoryi. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/Taxonomy/Browser/wwwtax.cgi?id=2841919&lvl=0.>. Acesso em 12 de dezembro de 2022.
  5. Instituto Nacional de Ecología y Cambio Climático (2007). Diagnosis del lobo rojo. Disponível em: <http://www2.inecc.gob.mx/publicaciones2/libros/137/diagnosis.html.>. Acesso em 12 de dezembro de 2022.
Bibliografia
  • The National Academy of Sciences (2019). Evaluación del Estado Taxonómico del Lobo Gris Mexicano y del Lobo Rojo. Disponível em: <https://www.nap.edu/resource/25351/Wolf%20Taxonomy%204-Pager%20-%20Spanish%204-18-19.pdf.>. Acesso em 12 de dezembro de 2022.
  • Mulheisen, M. y R. Csomos (2014). "Canis rufus". Animal Diversity Web. Disponível em: <https://animaldiversity.org/accounts/Canis_rufus/.>. Acesso em 12 de dezembro de 2022.
  • Phillips, M. (2018). Canis rufus (versión de erratas publicada en 2020). La Lista Roja de Especies Amenazadas de la UICN 2018: e.T3747A163509841. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T3747A163509841.en>. Acesso em 12 de dezembro de 2022.

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