Urso-polar
O urso-branco ou ursus marítimus, também conhecido como urso-polar, é mais imponente predador do Ártico. É um mamífero carnívoro da família dos ursos e é, sem dúvidas, o maior carnívoro terrestre do planeta Terra.
Apesar de suas diferenças físicas óbvias em relação ao urso-pardo, a verdade é que eles compartilham grandes características genéticas que permitiriam, em um caso hipotético, a reprodução e a descendência fértil de ambos os espécimes. Mesmo assim, devemos enfatizar que são espécies diferentes, tanto por diferenças morfológicas quanto metabólicas e de comportamento social. Como ancestral do urso-branco, destacamos o ursus maritimus tyrannus, uma subespécie de grandes dimensões. Para saber mais sobre este maravilhoso animal, não perca esta ficha do PeritoAnimal, onde falamos sobre as características do urso-polar e compartilhamos imagens incríveis.
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Onde vive o urso-polar
O habitat do urso-polar são os gelos permanentes da calota polar, as águas geladas que cercam os icebergs e as planícies quebradas dos bancos de gelo do Ártico. Existem seis populações específicas no planeta que são:
- As comunidades do oeste do Alasca e da Ilha de Wrangel, ambas pertencentes à Rússia.
- O norte do Alasca.
- No Canadá encontramos 60% do número total de espécimes de urso-polar do mundo.
- Groenlândia, região autônoma da Groenlândia.
- O arquipélago de Svalbard, pertencente à Noruega.
- A Terra de Francisco José ou arquipélago de Fritjof Nansen, também na Rússia.
- Sibéria.
Características do urso-polar
O urso-polar, juntamente com o urso-de-Kodiak, é a maior espécie entre os ursídeos. Se você quer saber quanto pesa um urso-polar, os machos ultrapassam 500 kg de peso, embora haja relatos de espécimes que chegaram a pesar mais de 1000 kg, ou seja, mais de 1 tonelada. As fêmeas pesam pouco mais da metade que os machos, e podem medir até 2 metros de comprimento. Os machos atingem 2,60 metros.
A estrutura do urso-polar, apesar de seu grande tamanho, é mais esbelta do que a de seus parentes, os ursos-pardos e negros. Sua cabeça é muito menor e afilada em direção ao focinho do que as outras raças de ursos. Além disso, possuem olhos pequenos, pretos e brilhantes como azeviche, assim como um focinho sensível com enorme poder olfativo. As orelhas são pequenas, peludas e muito arredondadas. Esta configuração facial tão específica deve-se a um motivo duplo: camuflagem e a possibilidade de evitar ao máximo a perda de calor corporal através dos órgãos faciais mencionados.
Graças à pelagem nevada que cobre o enorme corpo do urso branco, ele se confunde com o gelo que constitui o seu habitat e, consequentemente, o seu território de caça. Graças a essa camuflagem perfeita, ele rasteja pelo gelo para chegar o mais perto possível das focas-aneladas, que são suas presas mais comuns.
Continuando com as características do urso polar, podemos dizer que sob a pele, o urso branco possui uma espessa camada de gordura que o isola perfeitamente do gelo e das geladas águas árticas por onde se move nadando e também caçando. As pernas do urso polar são muito mais desenvolvidas do que as dos outros ursídeos, pois evoluíram para andar por muitos quilômetros no vasto gelo boreal e também nadar longas distâncias.
Alimentação do urso-polar
O urso branco se alimenta principalmente de espécimes jovens de focas-aneladas, presas que caça indistintamente no gelo ou sob as águas de forma excepcional.
O urso-polar tem duas formas típicas de caçar: com seu corpo junto ao solo, ele chega o mais perto possível de uma foca que está descansando no gelo, se levanta repentinamente e depois de uma curta corrida, lança um fulgurante golpe com as garras no crânio da foca, que arremata com uma mordida no pescoço. O outro tipo de caça, e o mais comum de todos, consiste em espreitar junto a um respiradouro de focas. Essas respiradouros são buracos que as focas fazem no gelo para sair ciclicamente e respirar durante suas incursões de pesca nas águas cobertas por uma calota de gelo. Quando a foca põe o nariz para fora d'água para respirar, o urso dá um golpe brutal que estilhaça o crânio da presa. Também utiliza essa técnica para caçar belugas (cetáceos marinhos aparentados com golfinhos).
Os ursos polares também detectam filhotes de foca escondidos em galerias escavadas sob o gelo. Quando localizam a posição exata utilizando o olfato, jogam-se com toda a força contra o teto congelado da toca onde o filhote está escondido, caindo sobre dele. Durante o verão, eles também caçam renas e caribus, ou até aves e ovos nas áreas de nidificação.
Para mais detalhes, não perca este artigo sobre como o urso-polar sobrevive no frio.
Comportamento do urso-polar
O urso-polar não hiberna como fazem seus congêneres de outras espécies. Os ursos-brancos acumulam gordura durante o inverno e a perdem no verão para resfriar o corpo. Durante o período de reprodução, as fêmeas não ingerem alimentos, perdendo até metade de seu peso corporal.
Quanto à reprodução do urso polar, entre os meses de abril e maio é o único período em que as fêmeas toleram os machos, devido ao seu cio. Fora desse período, o comportamento entre os dois gêneros é hostil. Alguns ursos polares machos são canibais, podendo comer filhotes ou outros ursos.
Conservação do urso-polar
Infelizmente, o urso-polar está em sério perigo de extinção devido ao fator humano. Depois de evoluir por mais de 4 milhões de anos, atualmente é estimado como altamente provável que a espécie possa desaparecer em meados deste século. A poluição petrolífera e as mudanças climáticas ameaçam seriamente esses animais magníficos, cujo único predador antagônico é o ser humano.
O principal problema sofrido atualmente pelo urso-polar é o efeito causado pelas mudanças climáticas em seu ecossistema. O aumento gradual da temperatura no Oceano Ártico causa um degelo mais acelerado dos bancos de gelo do Ártico (uma extensa área de gelo flutuante) que constituem a área de caça do urso-polar. Este desgelo prematuro faz com que os ursos não consigam acumular as reservas de gordura necessárias para realizar corretamente a transição de estação a estação. Esse fato influencia a fertilidade da espécie, que nos últimos tempos diminuiu cerca de 15%.
Outro problema é a poluição de seu ambiente (principalmente petrolífera), já que o Ártico é uma área rica neste poluente e recurso finito. Ambos os problemas levam os ursos-polares a fazer incursões em assentamentos humanos para se alimentar do lixo produzido por seus habitantes. É triste que um ser tão majestoso como este superpredador seja forçado a sobreviver dessa maneira pela ação nociva do homem sobre a natureza.
Curiosidades
- Na verdade, os ursos-polares não têm o pelo branco. Seus pelos são translúcidos, e o efeito óptico faz com que pareçam brancos como a neve no inverno e mais marfim no verão. Esses pelos são ocos e cheios de ar por dentro, o que garante um enorme isolamento térmico, ideal para viver no clima radical do Ártico.
- A pele do urso-polar é preta, e deste modo absorve melhor a radiação solar.
- Os ursos-brancos não bebem água, uma vez que a existente em seu habitat é salgada e ácida. Eles obtêm os fluidos necessários a partir do sangue de suas presas.
- A expectativa de vida dos ursos-polares oscila entre 30 e 40 anos.