Sistema digestivo do cavalo

A boca e o esôfago são partes essenciais do sistema digestivo do cavalo, desempenhando funções vitais na mastigação, deglutição e transporte do alimento para o estômago.

A boca do cavalo está adaptada para a mastigação eficiente de grandes quantidades de alimento fibroso. As principais estruturas que compõem a boca do cavalo são:

• Dentes: os cavalos possuem dentes hipsodontes, ou seja, que possuem coroas dentais elevadas, e são característicos de animais que consomem grandes quantidades de fibra vegetal. Ao possuir coroas elevadas, compensa-se o desgaste causado pelo tipo de alimentação. Além disso, esse tipo de dentes continua crescendo ao longo da vida do animal. Os dentes desempenham um papel crucial na mastigação e trituração do alimento, facilitando assim a digestão da fibra vegetal;
• Língua: a língua do cavalo auxilia na manipulação do alimento durante a mastigação e na formação do bolo alimentar. Além disso, participa na deglutição do alimento ao empurrar o bolo alimentar para a parte posterior da boca para seu posterior transporte ao esôfago;
• Glândulas salivares: as glândulas salivares do cavalo são responsáveis pela produção de saliva, que umedece o alimento, facilita a deglutição e também contém enzimas como a amilase salivar, que inicia a digestão dos carboidratos.

O esôfago é um tubo muscular que conecta a boca ao estômago e permite a passagem do alimento através do processo de deglutição. O esôfago do cavalo é relativamente longo e bem desenvolvido devido à necessidade de processar grandes quantidades de alimento fibroso.

O processo de deglutição divide-se em duas fases:

• Fase faríngea, na qual o bolo alimentar passa da boca para o esôfago;
• Fase esofágica, na qual os movimentos peristálticos involuntários transportam o alimento através do esôfago até o estômago.

A camada muscular do esôfago é forte e permite a contração e relaxamento para impulsionar o alimento para o estômago. Problemas como o megaesôfago podem afetar a capacidade do esôfago de transportar o alimento de maneira eficaz para o estômago, o que pode causar problemas digestivos no cavalo.

É fundamental fornecer ao cavalo uma dieta equilibrada adequada ao seu sistema digestivo para evitar problemas dentários e digestivos. Problemas dentários podem afetar a capacidade do cavalo de mastigar corretamente o alimento, o que pode levar a problemas na digestão. Neste artigo, falamos sobre algumas plantas tóxicas para cavalos.

Além disso, o cuidado e a atenção veterinária regulares são essenciais para manter a saúde e o bem-estar do sistema digestivo do cavalo. A detecção precoce e o tratamento de qualquer problema ou distúrbio relacionado à boca e ao esôfago são cruciais para prevenir complicações e garantir uma digestão eficiente.

O estômago do cavalo é complexo. Trata-se de uma estrutura especializada que desempenha um papel crucial no processo de digestão. Ele se divide em duas partes principais: o estômago glandular e o estômago aglandular, cada um com funções específicas na digestão e processamento dos alimentos. Vamos conhecê-las:

• No estômago glandular ocorre a produção de ácido gástrico e enzimas digestivas que facilitam a digestão das proteínas e algumas gorduras presentes nos alimentos. A mucosa glandular desta parte do estômago contém células que produzem ácido gástrico e enzimas digestivas como a pepsina, que é uma enzima proteolítica que quebra as proteínas em peptídeos menores para facilitar sua posterior digestão no intestino delgado;
• O estômago aglandular (corpo e fundo) atua como um reservatório temporário onde o alimento se mistura com o ácido gástrico e começa o processo de digestão. Ele não produz ácido gástrico nem enzimas digestivas, mas é caracterizado por sua superfície rica em muco, que protege a mucosa gástrica do ácido gástrico. Além disso, o estômago aglandular realiza movimentos peristálticos que misturam o alimento com o ácido gástrico e facilitam sua passagem para o intestino delgado.

Conhecido o estômago do cavalo, é importante ressaltar que são animais susceptíveis a úlceras gástricas devido à produção constante de ácido gástrico. Por isso, é fundamental proporcionar-lhes um ambiente, alimentação e manejo adequados para prevenir a formação dessas úlceras.

Como você pode ver, o cavalo possui apenas um estômago e não regurgita o alimento, ao contrário de outros animais herbívoros como os ruminantes. Conheça outras curiosidades sobre os cavalos neste artigo.

O intestino delgado é uma parte vital do sistema digestivo do cavalo, onde a maior parte da digestão é concluída e ocorre a absorção dos nutrientes essenciais. Nesse sentido, o intestino delgado do cavalo divide-se em três segmentos principais:

• Duodeno: suas funções incluem a recepção do quimo proveniente do estômago e a mistura com as secreções pancreáticas e biliares. O quimo é a substância resultante do processo de digestão realizado no estômago. No duodeno, também ocorre a digestão de gorduras, proteínas e carboidratos com a ajuda das enzimas pancreáticas. É a primeira porção do intestino delgado e tem forma de "C". Está conectado ao estômago através do piloro e ao jejuno através do ligamento suspensório do duodeno.
• Jejuno: responsável pela absorção de nutrientes, como proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais, e pelo movimento e mistura do quimo por meio de contrações peristálticas. É a porção média do intestino delgado e apresenta vilosidades intestinais que aumentam a superfície de absorção;
• Íleo: promove a absorção final de nutrientes e água, e transporte do quimo para o intestino grosso. É a porção final do intestino delgado e se conecta ao intestino grosso através da válvula ileocecal.

Durante o processo de digestão e absorção, o quimo proveniente do estômago entra no duodeno, onde se mistura com as secreções pancreáticas e biliares, que quebram gorduras, proteínas e carboidratos em moléculas menores que podem ser absorvidas. Os nutrientes digeridos são absorvidos através das vilosidades intestinais e transportados para a corrente sanguínea para distribuição às células do corpo. O quimo é movido e misturado ao longo do jejuno e do íleo por meio de contrações peristálticas que facilitam a absorção dos nutrientes.

Para prevenir problemas digestivos, deve-se evitar alimentar o cavalo com quantidades excessivas de grãos. Além disso, mudanças abruptas na dieta podem predispor o cavalo a problemas digestivos, como acidose. É importante fazer mudanças na dieta de forma gradual e fornecer um ambiente de alimentação e manejo adequado para prevenir transtornos digestivos.

O intestino grosso é uma parte essencial do sistema digestivo do cavalo, onde ocorre a fermentação da fibra vegetal e a absorção de água e eletrólitos. O intestino grosso do cavalo é composto por três segmentos principais - vejamos:

• Ceco: nesta parte ocorre a fermentação da fibra vegetal através da ação de microorganismos e a produção de vitaminas do complexo B. É uma estrutura grande em forma de bolsa;
• Cólon: o cólon do cavalo é dividido em quatro segmentos: cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente e cólon sigmoide. Ele é responsável pela absorção de água e eletrólitos, formação e armazenamento das fezes. Apresenta uma mucosa com pregas longitudinais chamadas haustras que auxiliam na absorção de água. Além disso, é a principal região de formação e armazenamento das fezes;
• Reto: é responsável pelo armazenamento temporário das fezes e sua eliminação através do ânus, o que ocorre através de contrações musculares. É a parte final do intestino grosso.

O processo digestivo do cavalo ocorre em diferentes fases e é um sistema complexo e especializado que permite a decomposição dos alimentos ingeridos em nutrientes que podem ser absorvidos e utilizados pelo corpo. Vamos conhecer essas fases:

1. Ingestão através da boca, onde o alimento é mastigado e misturado com a saliva, que contém enzimas como a amilase salivar que inicia a digestão dos carboidratos;
2. Mastigação, onde os dentes do cavalo mastigam e trituram o alimento. A língua e as mandíbulas ajudam na manipulação e trituração do alimento para formar o bolo alimentar;
3. Deglutição, momento em que o bolo alimentar é engolido e passa para o esôfago. A deglutição é dividida em duas fases: faríngea (o bolo alimentar passa da boca para o esôfago) e esofágica (movimentos peristálticos involuntários transportam o alimento através do esôfago para o estômago);
4. Digestão química e armazenamento temporário do alimento quando chega ao estômago. No estômago glandular, ocorre a produção de ácido gástrico e enzimas digestivas que facilitam a digestão das proteínas e algumas gorduras. No estômago aglandular, o alimento se mistura com o ácido gástrico e começa o processo de digestão. A substância resultante da digestão no estômago é chamada quimo;
5. Digestão completada e absorção dos nutrientes no intestino delgado, o duodeno, jejuno e íleo. No duodeno, o quimo se mistura com as secreções pancreáticas e biliares para a digestão das gorduras, proteínas e carboidratos. No jejuno e íleo, ocorre a absorção dos nutrientes, como proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais;
6. Chegada do alimento não digerido ao intestino grosso, onde ocorre a fermentação da fibra e a absorção de água e eletrólitos. Aqui atuam o ceco, o cólon e o reto. No ceco, a fibra vegetal é fermentada por microorganismos para produzir ácidos graxos voláteis e vitaminas do complexo B. No cólon, ocorre a absorção de água e eletrólitos, e a formação e armazenamento das fezes. No reto, as fezes formadas são armazenadas e posteriormente eliminadas através do ânus;
7. Armazenamento e eliminação das fezes. Finalmente, as fezes formadas no cólon são armazenadas no reto e posteriormente eliminadas através do ânus.

Tenha em mente que existem fatores que afetam o processo de digestão do cavalo. Uma dieta equilibrada e adequada é essencial para um processo de digestão eficiente. Além disso, a condição dos dentes e a mastigação adequada são fundamentais para a digestão, assim como um ambiente tranquilo e adequado.

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