Rinocerontes: tipos, características e habitat
Os rinocerontes fazem parte do maior grupo de mamíferos da Terra e geralmente pesam mais de uma tonelada. Embora com certas variações entre uma espécie e outra, eles parecem ser dotados de uma armadura que, juntamente com a presença de um ou dois chifres, lhes dá sua aparência particular. São geralmente animais bastante solitários e territoriais, unindo-se apenas para reprodução ou quando uma fêmea mantém suas crias próximas a ela até se tornarem independentes.
Apesar de sua força e do fato de que a maioria das espécies não são sociáveis (na verdade, respondem com certa agressividade a qualquer abordagem), os rinocerontes têm sido espécies consideravelmente ameaçadas de extinção, chegando, inclusive, a desaparecer em diversas regiões do mundo.
Para saber mais sobre estes grandes mamíferos, convidamos você a ler este artigo do PeritoAnimal no qual você encontrará informações sobre os rinocerontes - tipos, características e habitat.
Características dos rinocerontes
Embora cada espécie de rinoceronte tenha características particulares que permitem estabelecer sua diferenciação, existem algumas características comuns entre os vários grupos, que conheceremos a seguir:
- Classificação: os rinocerontes pertencem à ordem Perissodactyla, à subordem Ceratomorphs e à família Rhinocerotidae.
- Dedos: sendo uma espécie de perissodáctila, eles têm um número ímpar de dedos, neste caso três, sendo o central o mais desenvolvido, que serve como o principal suporte. Todos os dedos dos pés terminam em cascos.
- Peso: os rinocerontes alcançam grandes massas corporais, pesando em média, pelo menos 1.000 kg. Ao nascer, dependendo da espécie, podem ter entre 40 e 65 kg.
- Pele: eles têm uma pele bastante espessa, formada por um conjunto de tecidos ou camadas de colágeno que, no total, medem até 5 cm de espessura.
- Chifre: o chifre do rinoceronte não é uma extensão de seu crânio, por isso lhe faltam compostos ósseos. Ele é feito de tecido fibroso de queratina, que pode crescer dependendo do sexo e da idade do animal.
- Visão: os rinocerontes têm uma visão deficiente, o que não ocorre com o olfato e a audição, que eles usam em maior escala.
- Sistema digestivo: eles têm um sistema digestivo simples, que não é dividido em câmaras, de modo que a digestão é feita de forma pós-gástrica no intestino grosso e no ceco (parte inicial do intestino grosso).
Alimentação do rinoceronte
Os alimentos dos rinocerontes são exclusivamente vegetais, portanto são animais herbívoros, que devem ingerir um alto teor de matéria vegetal para sustentar seus grandes corpos. Cada espécie de rinoceronte tem preferência por um tipo particular de alimento, e algumas até derrubarão árvores para consumir suas folhas mais verdes e frescas.
O rinoceronte branco, por exemplo, tem preferência por gramíneas ou plantas não lenhosas, folhas, raízes e, se disponível, pode incluir pequenas plantas lenhosas. O rinoceronte negro, por outro lado, alimenta-se principalmente de arbustos, folhas e galhos baixos de árvores. Já o rinoceronte indiano alimenta-se de gramíneas, folhas, galhos de árvores, plantas ribeirinhas, frutos e às vezes até mesmo plantações.
O rinoceronte-de-java é capaz de derrubar árvores para aproveitar as folhas mais novas e também se alimenta de uma grande variedade de plantas, graças à disponibilidade delas no habitat desta espécie. Também inclui o consumo de frutas caídas no solo. Quanto ao rinoceronte-de-sumatra, ele baseia sua dieta em folhas, galhos, casca de árvores, sementes e árvores pequenas.
Onde os rinocerontes vivem
Cada espécie de rinoceronte vive em um habitat particular que dependerá da região ou país em que estiver localizada, e pode viver tanto em habitats áridos quanto tropicais. Neste sentido, o rinoceronte branco que habita grande parte do norte e do sul da África, é distribuído principalmente em áreas de savanas secas, tais como pastagens, ou em savanas arborizadas.
O rinoceronte negro também é encontrado na África, com populações bastante pequenas ou provavelmente extintas em países como Tanzânia, Zâmbia, Zimbábue e Moçambique, e os ecossistemas nos quais ele normalmente vive são áreas áridas e semi-áridas.
Quanto ao rinoceronte indiano, anteriormente tinha uma gama mais ampla que incluía países como Paquistão e China, porém, devido à pressão humana e à alteração do habitat, agora está restrito a áreas de pastagem e floresta no Nepal, Assam e Índia, bem como a colinas baixas no Himalaia.
O rinoceronte-de-java, por outro lado, habita florestas de terras baixas, várzeas lamacentas e pradarias altas. Embora antes estivessem disseminados na Ásia, hoje a pequena população está restrita à Ilha de Java. O rinoceronte-de-sumatra, também com uma população reduzida (cerca de 300 indivíduos), pode ser encontrado em áreas montanhosas de Malaca, Sumatra e Bornéu.
Tipos de rinocerontes
Ao longo da história natural do planeta, tem havido uma grande variedade de rinocerontes, no entanto, a maioria deles se extinguiu. Atualmente, existem no mundo cinco espécies de rinocerontes agrupadas em quatro gêneros. Vamos conhecê-los melhor:
Rinoceronte branco
O rinoceronte branco (Ceratotherium simun) pertence ao gênero Ceratotherium e é uma das maiores espécies de rinocerontes. Pode ultrapassar mais de 4 metros de comprimento e 2 metros de altura, com um peso de 4 ou mais toneladas.
Sua cor é o cinza claro e possui dois chifres. Sua boca é plana e é formada por um lábio largo e grosso, que está adaptada à sua alimentação na vegetação da savana.
Duas subespécies do rinoceronte branco são reconhecidas: o rinoceronte-branco-do-norte (Ceratotherium simum cottoni) e o rinoceronte-branco-do-sul (Ceratotherium simum simum). Entretanto, a primeira espécie está praticamente extinta. Atualmente, o rinoceronte branco está na categoria "quase ameaçado de extinção", após recuperar-se da categoria "quase extinto" devido à terrível caça indiscriminada que sofreu durante anos para a obtenção de seu chifre.
Rinoceronte negro
O rinoceronte negro (Diceros bicornis) é uma espécie pertencente ao gênero Diceros. É também nativo da savana africana, mas sua coloração é cinza escuro e ele é menor do que o rinoceronte branco. Sua boca é pontiaguda com a forma de um bico, adaptado para que ele possa se alimentar diretamente das folhas e galhos dos arbustos. Esta espécie atinge uma altura média de 1,5 metro com um comprimento de mais de 3 metros, chegando a pesar, em média, 1,4 tonelada.
Não há consenso sobre o número de subespécies de rinocerontes negros existentes, o mais comum é afirmar que há entre quatro e oito. No entanto, algumas das reconhecidas estão extintas. O rinoceronte negro está listado como "criticamente ameaçado de extinção".
Rinoceronte indiano
O rinoceronte indiano (Rhinoceros unicornis) pertence ao gênero Rhinoceros, tem mais de 3 metros de comprimento e quase 2 metros de altura, e tem apenas um chifre. Sua pele é marrom prateada e suas dobras da pele dão a impressão de uma armadura protetora em seu corpo.
Uma característica distintiva do rinoceronte indiano é sua capacidade de nadar, pois pode passar mais tempo na água do que outros tipos de rinoceronte. Por outro lado, é classificado como "vulnerável", pois também tem sido vítima da caça para usar seu chifre em rituais populares e para a criação de objetos como adagas.
Rinoceronte-de-java
O rinoceronte-de-java (Rhinoceros sondaicus) também pertence ao gênero Rhinoceros e foi catalogado como uma "espécie criticamente em perigo de extinção", estando à beira da extinção. Na verdade, os poucos indivíduos restantes estão localizados em uma área protegida da ilha.
Estes animais podem medir pouco mais de 3 metros de comprimento e quase 2 metros de altura, com um peso que pode exceder 2 toneladas. Os machos têm apenas um chifre, enquanto as fêmeas têm uma pequena protuberância. Sua coloração é semelhante à do rinoceronte indiano - marrom prateada - mas menos intensa.
Rinoceronte-de-sumatra
O rinoceronte-de-sumatra (Dicerorhinus sumatrensis) é a menor espécie de rinoceronte que existe e seu gênero corresponde ao Dicerorhinus, sendo aquele com características mais primitivas do que os outros. Tem dois chifres e mais pelo do que os demais.
Os machos medem um pouco mais de um metro, enquanto as fêmeas medem menos do que isso e o peso médio é de 800 quilos. A caça furtiva levou o rinoceronte-de-sumatra a sere considerada uma espécie "criticamente ameaçada", pois também é vítima das crenças populares sobre os benefícios que tem sobre várias enfermidades.
Estado de conservação do rinoceronte
Como, em geral, todas as espécies de rinocerontes estão em perigo de extinção, suas vidas dependem do aumento e da pressão das medidas de conservação; caso contrário, a extinção continuará a ser o caminho comum para todos.
É necessário rever as crenças populares, pois apesar de serem formas de expressão cultural, nenhuma delas é válida se ameaçam a vida dos animais, o que em muitos casos os leva a desaparecer completamente. Definitivamente, este é um trabalho que deve ser assumido por aqueles que criam e aplicam as leis nas diferentes regiões do planeta.
Neste outro artigo você pode conhecer alguns animais que foram extintos pelo homem.
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- NOWELL, K. (2012). Comercio y conservación de especies. Rinocerontes. Evaluación del cuerno de rinoceronte como medicamento tradicional. Informe preparado para la Secretaría de la CITES. Disponível em: <https://cites.org/sites/default/files/esp/com/sc/62/S62-47-02-A.pdf>. Acesso em 1º de março de 2021.
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- WWWF. (2021). Todo lo que debes saber sobre los rinocerontes. Disponível em: <https://www.worldwildlife.org/descubre-wwf/historias/todo-lo-que-debes-saber-sobre-los-rinocerontes>. Acesso em 1º de março de 2021.