Quantos pares de patas tem o grilo?

A ordem dos ortópteros é dividida em duas subordens, Caelifera e Ensifera, estando os grilos incluídos nesta última, o que lhes confere algumas características particulares que os diferenciam dos outros tipos de ortópteros que existem.

O corpo dos grilos, basicamente, é composto por cabeça, tórax e abdômen:

• Cabeça: onde se encontram o par de antenas, olhos compostos e aparelho bucal;
• Tórax: que contém dois pares de asas, as tégminas e as asas propriamente ditas, e três pares de patas;
• Abdômen: onde estão localizados os cercos, ânus e a genitália, conforme o caso.

Desta forma, os grilos possuem três pares de patas, totalizando seis patas, três de cada lado. Agora, as patas dos grilos não são todas iguais e não cumprem a mesma função. Ficou curioso? Confira a seguir como são e para que as usam.

Os ortópteros, de maneira geral, têm uma estrutura semelhante em relação às suas extremidades, de modo que as patas dos grilos respondem às características do grupo. Nesse sentido, as patas dos grilos são formadas em relação ao eixo proximal-distal do corpo, pelos seguintes elementos:

• Coxas;
• Trocânter;
• Fêmur;
• Tarsos: divididos em três tarsômeros.

O primeiro e o segundo par de patas dos grilos são bastante semelhantes em tamanho e forma, providos de unhas e geralmente com alguns espinhos. No entanto, em alguns grupos, como os grilos-toupeira, que pertencem à família Gryllotalpidae, anteriormente incluídos nos verdadeiros grilos, as patas dianteiras estão bastante modificadas, pois os membros desse grupo têm hábitos de escavação, então estão bem adaptados para a atividade.

Já o terceiro par de patas dos grilos é diferente das primeiras, pois os fêmures destas resultam em estruturas bastante alargadas na base, visto que, embora não sejam tão bons saltadores quanto os gafanhotos, essa diferença lhes permite saltar e, para além disso, muitas espécies também poderem voar. Quanto aos espinhos presentes nas patas posteriores dos grilos, eles estão localizadas no nível das tíbias e geralmente são fortes, sendo conhecidas como esporões.

Você pode se interessar em conhecer outros tipos de grilos neste artigo.

Já vimos como são as patas dos grilos, mas agora vamos conhecer suas funções. À primeira vista, podemos pensar que as patas dos grilos têm uma função motora, algo comum e que é verdade, mas também podem ter outras funções. Vamos descobri-las a seguir:

• Deslocamento: os grilos podem se deslocar caminhando em diferentes velocidades, o que são ótimos em fazer, apoiando-se em todas as suas patas. Além disso, têm a capacidade de saltar, e para isso, suas patas traseiras são fundamentais, pois estão adaptadas para impulsionar o grilo e permitir que ele se eleve. Dependendo do tipo de grilo, podem se mover principalmente no solo ou podem se deslocar subindo pelas plantas quando têm hábitos arbóreos. Grilo voa? Descubra a resposta!
• Escavação: alguns insetos chamados comumente de grilos têm seu primeiro par de patas modificado para escavação. Esses grilos usam suas mandíbulas para remover a terra e, com as patas, vão carregando o sedimento e abrindo caminho sob o solo. Em relação às mandíbulas dos grilos, muitas pessoas se perguntam: grilo morde? Confira neste artigo do PeritoAnimal;
• Audição: no grupo Ensifera, ao qual pertencem os grilos, é comum que o órgão auditivo ou tímpano esteja localizado no primeiro par de patas, ao nível das tíbias, permitindo que possam ouvir através dessas estruturas localizadas em suas patas. Lembre-se de que a estridulação, que é o som emitido pelo grilo para se comunicar, principalmente os machos para atrair as fêmeas, é fundamental na reprodução. Por isso, é comum dizer que os grilos "ouvem pelas patas";
• Exploração e alimentação: embora as mandíbulas e, em geral, o aparelho bucal dos grilos desempenhem um papel fundamental em sua alimentação, as patas dianteiras podem ajudar a explorar o alimento e, em alguns casos, segurá-lo. Muitas pessoas também se perguntam se essa estrutura bucal pode ser usada para envenenar seres humanos. A resposta está em nosso artigo "Grilos são venenosos?". Não deixe de ler!

Uma curiosidade relacionada às patas dos grilos é que, se na fase de ninfa o grilo perder a tíbia, ela se regenera normalmente dentro dos vinte dias seguintes ao desenvolvimento, tornando a pata praticamente igual, como se não tivesse sido perdida. Isso é um caso de regeneração de estruturas que ocorre em certos animais. Quando um grilo já está totalmente desenvolvido e perde uma de suas patas, ele ainda pode se locomover, embora de forma um pouco limitada, mas, de todo modo, continua caminhando.

Para saber mais sobre esses animais, confira este post do PeritoAnimal sobre "Qual a diferença entre grilo e gafanhoto?".

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