Peixes sem escamas - Tipos, nomes e exemplos
Os peixes são animais vertebrados não-tetrápodes que podem habitar ambientes marinhos ou de água doce. Por causa de sua grande diversidade, eles estão agrupados em classes diferentes. Assim, as lampreias pertencem à classe Petromyzonti, o tubarão-mako, arraias ou peixe torpedo pertencem à classe Elasmobranchii; os peixes papa-tabaco à classe Holocéfalos; e outros como esturjões, enguias, congrios, moreias, sardinhas, barbos, anchovas ou cavalos-marinhos pertencem à classe dos Actinopterígeos.
A maioria destes peixes tem escamas, cuja função principal é proteger o animal de possíveis agressões do meio ambiente. Entretanto, alguns deles não possuem nenhuma tipo de escamas, como é o caso de alguns espécimes pertencentes à classe dos actinopterígeos, Petromyzonti ou Holocéfalos. Estes peixes sem escamas desenvolveram características ao longo da evolução que lhes permitiram sobreviver no meio ambiente. Veremos alguns exemplos neste artigo do PeritoAnimal.
Por que existem peixes sem escamas?
Ao longo da evolução, os animais desenvolveram inúmeros mecanismos de proteção para se defenderem no meio ambiente e sobreviverem nele. Nos peixes, surgiram escamas, que têm diferentes funções, sendo a mais importante a de proteger o animal de qualquer coisa que possa machucá-lo ou que represente uma desvantagem no ambiente aquático. Entretanto, alguns peixes não foram dotados dessas estruturas, mas isso não significa que estejam desprotegidos, pois foram dotados de outras características que lhes permitem sobreviver na água, tais como a presença de órgãos sensoriais mais desenvolvidos ou camadas corporais espessas que lhes oferecem maior proteção.
Tipos de peixes sem escamas
Existem inúmeros tipos de peixes sem escamas com morfologia e estilo de vida diferentes. Entretanto, podemos classificar estas espécies em diferentes grupos a fim de melhor identificá-las. Assim, iremos classificá-los no grupo dos Petromyzontiformes, Chimaeriformes, Anguiliformes, Siluriformes e Myxiniformes.
- Petromyzontiformes: a este grupo pertencem espécimes como a lampreia-de-riacho ou a lampreia-marinha, considerados peixes agnatos por não possuírem mandíbulas.
- Chimaeriformes: seu representante é o conhecido peixe-rato ou papagaio-do-mar, devido a sua aparência peculiar.
- Anguiliformes: este grupo é composto de peixes como a enguia, o congro e a moreia, mas somente estes dois últimos são peixes sem escamas.
- Siluriformes: dentro deste grupo encontramos exemplares como o bagre-americano, muito característico por seus 4 pares de bigodes, chamados barbilhões, localizados em suas mandíbulas.
- Myxiniformes: este é o caso das espécies conhecidas como enguias-de-casulo, peixes-bruxas, feiticeiras ou apenas mixinas, peixes agnatos como as lampreias.
Exemplos de peixes sem escamas
É verdade que o número de peixes sem escamas é menor do que o de peixes com escamas. Os peixes que compõem este grupo menor podem ser distinguidos uns dos outros por sua diferente morfologia, distribuição e modo de vida. Entretanto, nesta seção descreveremos o tipo de habitat, a alimentação e os aspectos morfológicos mais característicos de alguns exemplos de peixes sem escamas, para que possamos conhecê-los melhor.
Lampreia-marinha
Estes são os peixes sem escamas nem nadadeiras mais conhecidos. Seu nome científico é Petromyzon marinus ele e pertence à ordem Petromyzontiformes. Este animal, com uma estrutura semelhante à de uma enguia, pode viver por mais de 15 anos e alcança até 1 metro de comprimento. É um peixe agnato por não ter mandíbulas e se caracteriza por uma boca em forma de ventosa com uma grande fileira de dentes córneos. É um peixe anádromo, ou seja, seu habitat é marinho (Oceano Atlântico e Mar Mediterrâneo), mas move-se para os rios para se reproduzir. Quanto à forma de alimentação, os adultos são considerados ectoparasitas hematófagos ou predadores, pois se prendem à pele de sua presa e produzem uma raspagem, criando uma ferida da qual sugam o sangue. Entretanto, estas feridas podem se tornar tão grandes que a presa acaba morrendo e sendo devorada.
Descubra mais animais que se alimentam de sangue neste outro artigo.
Peixe-bruxa-do-pacífico
Também chamado de mixina-do-pacífico, seu nome científico é Eptatretus stoutii e este peixe sem escamas pertence à classe dos Myxiniformes, outro grupo de agnatos diferente ao das lampreias. Este peixe de corpo alongado e sem barbatanas não tem uma ventosa na área da boca, mas tem órgãos sensoriais altamente desenvolvidos, como o olfato e o tato. Eles têm uma língua com estruturas semelhantes a pequenos dentes, barbas pequenas que também atuam como órgãos sensoriais e uma coloração corporal que geralmente é rosa, roxo ou marrom. Eles habitam o fundo do mar onde se alimentam da carniça de outros vertebrados no meio ambiente.
Peixe-rato
Seu nome científico é Chimaera monstrosa e pertence à ordem Chimaeriformes. É um dos peixes sem escamas mais populares, caracterizado por uma longa cauda com grande flexibilidade, olhos grandes, uma dobra que cobre suas aberturas branquiais, um maxilar superior fundido com a área craniana, placas muito largas e lisas como dentes e apenas duas aberturas branquiais. Eles são peixes marinhos e habitam águas muito profundas do Oceano Atlântico e do Mar Mediterrâneo, principalmente. Sua dieta pode ser baseada em matéria vegetal, como algumas algas, assim como outros pequenos animais como moluscos, peixes, crustáceos e/ou equinodermes.
Congro ou côngrio
Seu nome científico é Conger conger e pertence à ordem Anguiliformes. Estes animais, que podem atingir um comprimento de mais de 2 metros, têm uma morfologia muito semelhante à de uma enguia ou uma cobra com uma pele muito espessa e brilhante. São caracterizados por uma boca grande, olhos grandes e uma coloração normalmente acinzentada. Estes peixes sem escamas habitam o fundo do mar e geralmente se alimentam à noite de outros animais como crustáceos, moluscos e alguns peixes. Ao mesmo tempo, eles são considerados presas fáceis, pois têm um instinto curioso para sons ou movimentos próximos. Eles também têm uma grande capacidade de regeneração, fazendo com que suas feridas cicatrizem muito rapidamente.
Moreia-pintada
Seu nome científico é Muraena helena e, como o congro ou a enguia, este peixe sem escamas pertence à ordem Anguiliformes. Tem um corpo longo e lateralmente achatado, atingindo um grande comprimento, uma grande boca com numerosos dentes afiados e coloração sob a forma de manchas irregulares em todo seu corpo. São peixes marinhos e habitam áreas rochosas ou fendas. Quanto aos seus hábitos alimentares, são considerados predadores porque se alimentam de outros peixes, cefalópodes e/ou crustáceos.
Bagre-americano
Seu nome científico é Icatulurus puntatus e este peixe sem escamas pertence à ordem Siluriformes. Além de sua cor escura com manchas negras, caracteriza-se por um corpo muito robusto e um pouco comprimido lateralmente. Tem uma boca grande com quatro barbilhões ou bigodes em ambas as mandíbulas, lembrando um gato, duas barbatanas nas costas e uma série de espinhas usadas como mecanismo de defesa. Eles preferem habitats de água doce, como alguns trechos de rios ou lagos, e sua alimentação noturna é baseada em pequenos animais como outros peixes, moluscos e/ou crustáceos.
Peixe-gato-preto-americano
Seu nome científico é Ameiurus melas e pertence à ordem Siluriformes. Este peixe sem escamas caracteriza-se principalmente por um corpo coberto por uma grande camada de substância mucosa e é geralmente de cor bastante escura. Entretanto, tem características muito semelhantes a outras espécies de peixes-gato, como a presença de oito barbilhões ao redor de sua boca. São também peixes de água doce, habitando numerosos rios, como o rio Ebro, onde se alimentam principalmente de outros peixes pequenos (alimentação piscivorosa).
Peixe-gato-do-canal
Seu nome científico é Ictalurus punctatus, pertence à ordem Siluriformes e também faz parte da lista de peixes sem escamas. Tem uma grande região cefálica com olhos minúsculos e uma boca alongada com quatro pares de barbilhões. A região ventral tem cores claras como o branco, enquanto a região dorsal geralmente tem tons azuis. Eles são peixes de água doce e podem ser encontrados em alguns rios ou lagos. Quanto à sua dieta, que geralmente é noturna, eles são animais onívoros, pois se alimentam de matéria vegetal, bem como de outros peixes, crustáceos e/ou insetos.
Siluro
Seu nome científico é Silurus glanis e também pertence à ordem Siluriformes. Este peixe tem um tamanho grande e é caracterizado por um corpo alongado, com uma grande região cefálica e uma boca rodeada por três pares de bigodes parecidos com os do bagres ou peixes-gato. Habita águas doces, como alguns rios e/ou reservatórios, onde se alimenta, como um bom predador, de outros animais vertebrados. Isto pode ser um problema à medida que a população de animais nativos é reduzida. Além disso, há relatos de que estes peixes até atacaram humanos.
Caboz-de-água-doce ou marachomba-de-água-doce
Seu nome científico é Salaria fluviatilis e pertence à ordem Perciformes. Este pequeno peixe sem escamas de coloração variável é conhecido por ter faixas escuras ao longo de seu corpo, uma boca com dentes caninos desenvolvidos e um tentáculo na parte superior dos olhos. Além disso, os peixes machos desenvolvem uma crista distinta em sua cabeça durante a época de acasalamento. São animais de habitats de água doce, predominantemente em rios onde podem se alimentar de alguns crustáceos, insetos e outros peixes menores.
Outros peixes sem escamas
Além dos peixes sem escamas acima mencionados, existem várias outras espécies no mundo, a maioria das quais pertencem à ordem Siluriformes, como os bagres. Outros exemplos de peixes sem escamas são os seguintes:
- Pirarara (Phractocephalus hemioliopterus)
- Bagre zebra (Brachyplatystoma juruense)
- Caparari (Pseudoplatystoma tigrinum)
- Mixina-do-atlântico ou mixina (Myxine glutinosa)
- Solho ou esturjão (Acipenser sturio)
- Espadarte (Xiphias gladius)
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- Doadrio, I. Atlas y libro rojo de los peces continentales de España. Disponível em: <https://www.miteco.gob.es/es/biodiversidad/temas/inventarios-nacionales/inventario-especies-terrestres/inventario-nacional-de-biodiversidad/ieet_peces_atlas.aspx>. Acesso em 9 de fevereiro de 2023.
- Cartilla de práctico-curso Biología animal. Centro Universitario de la región este- Universidad de la República, URUGUAY. Disponível em: <https://eva.udelar.edu.uy/pluginfile.php/122952/course/section/14532/Cartilla_Peces.pdf>. Acesso em 9 de fevereiro de 2023.