Curiosidades do mundo animal

O tubarão megalodon existe?

 
Nick A. Romero H.
Por Nick A. Romero H., Biólogo e educador ambiental. 27 abril 2021
O tubarão megalodon existe?
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Em geral, as pessoas são fascinadas pelo reino animal, no entanto, os animais que são descritos com tamanhos gigantescos tendem a atrair nossa atenção ainda mais. Algumas destas espécies de tamanho fora do comum ainda vivem, enquanto outras são conhecidas pelo registro fóssil e várias até fazem parte de lendas contadas ao longo do tempo.

Um desses animais descritos é o tubarão megalodon. Relatos indicam que este animal teria proporções incomuns. Tanto que ele já foi considerado o maior peixe que já existiu na Terra, o que faria deste animal um mega predador dos oceanos.

Te interessa saber mais sobre este super carnívoro? Então convidamos você a continuar lendo este artigo do PeritoAnimal para que você possa elucidar o desconhecido e responder: será que o tubarão megalodon existe?

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Índice

  1. Como era o tubarão megalodon?
  2. Quando o tubarão megalodon foi extinto?
  3. O tubarão megalodon existe atualmente?

Como era o tubarão megalodon?

O nome científico do tubarão megalodon é Carcharocles megalodon e, embora anteriormente fosse classificado de forma diferente, existe atualmente um amplo consenso de que ele pertence à ordem Lamniformes (à qual também pertence o grande tubarão branco), à extinta família Otodontidae e ao igualmente extinto gênero Carcharocles.

Durante muito tempo, vários estudos científicos, baseados em estimativas dos restos encontrados, propuseram que este grande tubarão pode ter tido dimensões diferentes. Neste sentido, o tubarão megalodon foi considerado como tendo cerca de 30 metros de comprimento, mas será este o tamanho real do megalodon?

Com o avanço dos métodos científicos para o estudo dos restos fósseis, estas estimativas foram posteriormente descartadas e agora ficou estabelecido que o megalodon realmente tinha um comprimento aproximado de 16 metros, com uma cabeça que media cerca de 4 metros ou um pouco mais, com a presença de uma barbatana dorsal que ultrapassava 1,5 metros e uma cauda de quase 4 metros de altura. Sem dúvida, estas dimensões são de proporções significativas para um peixe, de modo que ele pode ser considerado o maior de seu grupo.

Algumas descobertas nos permitiram estabelecer que o tubarão megalodon tinha uma madíbula bastante grande que correspondia ao seu enorme tamanho. Tal mandíbula era composta por quatro grupos de dentes: anterior, intermediário, lateral e posterior. Um único dente deste tubarão chegava a medir até 168 mm. Em geral, são grandes estruturas de dentes triangulares, com a presença de sulcos finos nas bordas e uma face lingual convexa, enquanto a face labial varia de ligeiramente convexa a plana e o pescoço dentário é em forma de V.

Os dentes anteriores tendem a ser mais simétricos e maiores, enquanto os dentes laterais posteriores são menos simétricos. Além disso, conforme se avança em direção à área posterior da mandíbula, há um ligeiro aumento na linha média destas estruturas, mas depois ela diminui até o último dente.

Na foto podemos ver um dente de tubarão megalodon (esquerda) e um dente de tubarão branco (direita). Estas são as únicas fotos reais do tubarão megalodon que temos.

Saiba mais sobre os diferentes tipos de tubarões que existem atualmente neste outro artigo.

O tubarão megalodon existe? - Como era o tubarão megalodon?

Quando o tubarão megalodon foi extinto?

As evidências sugerem que este tubarão viveu desde o Mioceno até o final do Plioceno, de modo que o tubarão megalodon foi extinto há cerca de 2,5 a 3 milhões de anos. Esta espécie podia ser encontrada em praticamente todos os oceanos e se movia facilmente de águas costeiras para águas profundas, com preferência por águas subtropicais a temperadas.

Estima-se que vários eventos geológicos e ambientais contribuíram para a extinção do tubarão megalodon. Um desses eventos foi a formação do Istmo do Panamá, que trouxe consigo o fechamento da conexão entre os oceanos Pacífico e Atlântico, trazendo importantes transformações nas correntes oceânicas, nas temperaturas e na distribuição da fauna marinha, aspectos que muito possivelmente afetaram a espécie em questão de forma considerável.

A queda da temperatura do oceano, o início de uma era glacial e o declínio de espécies que eram presas importantes para sua alimentação, foram sem dúvida decisivos e impediram que o tubarão megalodon continuasse a se desenvolver nos habitats conquistados.

Neste outro artigo falamos sobre os animais pré-históricos marinhos.

O tubarão megalodon existe atualmente?

Os oceanos são vastos ecossistemas, de modo que nem mesmo todos os avanços científicos e tecnológicos disponíveis hoje nos permitem compreender plenamente a abundância de vida nos habitats marinhos. Isso tem frequentemente levado a especulações ou o surgimento de teorias sobre a existência real de determinadas espécies, e o tubarão megalodon é uma delas.

De acordo com algumas histórias, este grande tubarão poderia habitar até os dias de hoje espaços não conhecidos pelos cientistas, portanto, estaria localizado em profundidades ainda inexploradas. Entretanto, em geral para a ciência, a espécie Carcharocles megalodon está extinta, pois não há evidência da presença de indivíduos vivos, o que seria a maneira de confirmar ou não sua possível extinção.

Em geral, acredita-se que, se o tubarão megalodon ainda existisse e estivesse fora do radar dos estudos oceânicos, certamente apresentaria mudanças significativas, já que deve ter se adaptado às novas condições que surgiram após as transformações nos ecossistemas marinhos.

Evidência de que o tubarão megalodon existiu

O registro fóssil é fundamental para poder determinar quais espécies existiram na história evolutiva da Terra. Neste sentido, há um certo registro de restos fósseis correspondentes ao tubarão megalodon real, principalmente várias estruturas dentárias, restos da mandíbula e também restos parciais das vértebras. É importante lembrar que este tipo de peixe é composto principalmente de material cartilaginoso, de modo que ao longo dos anos, e estando sob a água com altas concentrações de salinidade, é mais difícil para seus restos serem completamente conservados.

Os restos fósseis do tubarão megalodon foram localizados principalmente no sudeste dos Estados Unidos, Panamá, Porto Rico, Granadinas, Cuba, Jamaica, Ilhas Canárias, África, Malta, Índia, Austrália, Nova Zelândia e Japão, o que mostra que ele tinha uma existência altamente cosmopolita.

A extinção também é um processo natural dentro da dinâmica terrestre e o desaparecimento do megalodon é um desses fatos, uma vez que os seres humanos ainda não haviam evoluído até o momento em que este grande peixe conquistou os oceanos do mundo. Se tivesse coincidido, certamente teria sido um problema terrível para os humanos, porque, com tais dimensões e voracidade, quem sabe como teria se comportado com os barcos que poderiam ter transitado por esses espaços marítimos.

O tubarão megalodon transcendeu a literatura científica e, dado o fascínio que causou, também foi tema de filmes e histórias, embora com um alto grau de ficção. Finalmente, é claro e cientificamente comprovado que este tubarão povoou muitos dos espaços marinhos da Terra, mas o tubarão megalodon não existe hoje, uma vez que, como já mencionamos, não há provas científicas disso. Entretanto, isso não significa que novas pesquisas não possam localizá-lo.

Agora que você já sabe tudo sobre o tubarão megalodon, talvez possa se interessar por este outro artigo em que explicamos se unicórnio existe ou já existiu.

O tubarão megalodon existe? - O tubarão megalodon existe atualmente?

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Bibliografia
  • Bruner, J. (1997). El tiburón megadiente, Carcharodon megalodon. "De dientes duros y enormes". Mundo Marino Revista Internacional de Vida Marina (Septiembre - Octubre) 5: 6-11.
  • Pimiento, C., Ehret, D., MacFadden, B. y Hubbell, G. (2010). Área de crianza antigua del extinto tiburón gigante Megalodon del Mioceno de Panamá. Disponível em: <https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0010552>. Acesso em 26 de abril de 2021.
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