O coelho reconhece seu tutor?
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Os coelhos são animais sociais e inteligentes que, em estado selvagem, criam grupos sociais grandes e complexos. Quando vivem em cativeiro, criam estreitas relações com seus cuidadores e necessiatam de uma interação constante para apresentar seu comportamento social natural. Mas é verdade que os coelhos reconhecem seus tutores?
Se você quiser descobrir, nos acompanhe no seguinte artigo do PeritoAnimal no qual revelaremos se os coelhos sabem quem é o seu tutor. Já te adiantamos que sim, os coelhos são capazes de reconhecer seu tutor.
Coelhos reconhecem seu tutor?
Os coelhos são animais sociais por natureza. Em estado selvagem, vivem em tocas formando grandes grupos sociais, e em cativeiro, também tendem a viver melhor em grupos de dois a três coelhos do que sozinhos. As relações entre espécies também são muito importantes para esses animais, de fato, os coelhos que vivem sozinhos precisam de interação constante com seus tutores para poder apresentar seu comportamento social natural.
Mas os coelhos podem reconhecer os diferentes membros de sua família? É certo que sim, pois existem estudos que demonstram que, em condições normais, os coelhos são capazes de distinguir pessoas diferentes. Na verdade, é comum que os coelhos estabeleçam uma relação mais estreita com o membro da família que mais interage com eles (quem os alimenta, brinca, etc.).
Agora que você já sabe que os coelhos reconhecem o dono, vamos entender como eles fazem isso.
Como os coelhos reconhecem seus tutores?
O olfato é o sentido mais desenvolvido nos coelhos, tendo uma grande importância em sua relação com o ambiente que lhes circunda e, em especial, em suas comunicações com os membros de sua família. Como herbívoros que são, os coelhos também têm a audição muito bem desenvolvida, no entanto, sua visão é um pouco menos aguçada. Seu campo de visão é amplo (quase de 360º), mas sua visão para distâncias curtas e sua capacidade para diferenciar cores são muito limitadas.
Então, como os coelhos veem as pessoas? Pois bem, poderíamos dizer que os coelhos, embora tenham a capacidade de reconhecer visualmente as pessoas, utilizam, principalmente, o sentido do olfato e da audição para distinguir seus tutores.
A partir disso, podemos deduzir que nossa voz e nosso odor vão exercer um papel muito importante na relação com nossos coelhos. Falar com eles sempre com um tom de voz suave, sutil e calmo, e manter um odor corporal suave e natural (evitando perfumes fortes) ajudará nossos animais de estimação a nos reconhecerem com muito mais facilidade.
Como saber se meu coelho me reconhece?
Existem vários sinais que podem indicar que seu coelho tem confiança em você e, portanto, te reconhece como sua “pessoa de referência”.
- Ele adormece na sua presença: geralmente, os coelhos não dormem perto das pessoas as quais eles não confiam. Se seu coelho procura dormir na sua presença, você pode se sentir muito sortudo, porque significa que ele se sente confortável e tranquilo ao seu lado.
- Ele busca sua atenção: os coelhos podem buscar a atenção de seus tutores de formas muito diferentes. Quando eles querem lhe pedir um prêmio ou carinho é normal eles circularem ao seu redor, darem pequenos toques com focinhos ou patas, ou até mesmo subirem em cima de você. Esses comportamentos geralmente são direcionados àquelas pessoas com quem eles têm uma relação estreita.
- Ele responde aos seus carinhos: quando os coelhos estão tranquilos desfrutando de uma sessão de carinhos, é frequente notar que eles começam a ranger os dentes. Também é comum que eles lambam as mãos de seus tutores em sinal de agradecimento.
Aqui você pode consultar "Como saber se meu coelho gosta de mim?" para fortalecer a relação entre vocês.
O que acontece se um coelho mudar de tutor?
Você já viu que o coelho reconhece o dono, mas não devemos nos esquecer que, embora os coelhos sejam seres sociais, também são animais tímidos. Na natureza, eles agem como presas, por isso que é comum que tenham comportamentos evasivos em relação a tudo que lhes representa uma ameaça, inclusive pessoas desconhecidas.
Isso é algo que devemos considerar quando um coelho muda de tutor. Encontrar-se em um novo ambiente, rodeado de pessoas desconhecidas, fará com que o animal se sinta ameaçado e desconfie do seu ambiente, mas com paciência e carinho é possível fazer com que o animal estabeleça uma relação de confiança com seus novos tutores.
Para isso será fundamental proporcionar ao coelho um ambiente livre de estresse, visto que se o animal se sente ameaçado será praticamente impossível criar um vínculo com seu tutor. Nesse sentido, será importante proporcionar ao coelho um espaço adequado, em um ambiente tranquilo, sem ruídos altos e separado de outros animais que possam estressá-lo. Além disso, será imprescindível oferecer ao animal uma alimentação adaptada às suas necessidades, oferecer elementos de enriquecimento ambiental (como brinquedos, esconderijos, etc.) e permitir seu exercício físico diário.
Para ajudar o coelho ganhar confiança em você, recomendamos o seguinte:
- Comunique-se com ele usando um tom do voz suave e calmo: dessa forma, o animal irá reconhecendo sua voz e a considerará como algo familiar.
- Deixe que o coelho defina o ritmo: no começo da relação, é normal que o animal fique desconfiado e mantenha distância. Nesses casos, é preferível não forçar a situação, pois uma experiência desagradável pode dificultar a criação do vínculo que buscamos. Com tempo e paciência, será o próprio animal que se aproximará de você pouco a pouco.
- Não o pegue no colo: os coelhos se sentem muito vulneráveis quando os pegamos no colo, por isso, até que haja confiança suficiente, evite pegá-los. É preferível que você se sente perto dele para que, quando ele se sentir preparado, seja ele mesmo a subir em cima de você.
- Apresente novos jogos: o jogo é uma grande ferramenta para diminuir as distâncias e ir ganhando confiança com o animal. Para incentivar o jogo, você pode usar um petisco que ele goste especialmente. Você pode descobrir "como fazer brinquedos para coelhos" no seguinte artigo do PeritoAnimal.
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- Martorell, J., Perucho, S., Reyes, R. (2010). El comportamiento de los conejos en cautividad. Boletín de etología GRETCA