Memória de elefante é boa mesmo?

Cientistas já documentaram alguns aspectos relacionados à memória dos elefantes, então não há mais dúvidas: sim, os elefantes conseguem se lembrar.

Vale salientar que os elefantes são animais que criam estruturas sociais complexas, nas quais os grupos familiares são formados por indivíduos aparentados, compostos por fêmeas adultas e suas crias, liderados de maneira matriarcal. Os machos, por volta dos 14 anos, se afastam do grupo de nascimento para então se juntar a outros machos, embora possam permanecer próximos das fêmeas durante o período reprodutivo.

Os grupos familiares formados pelos elefantes são muito unidos e eles estabelecem laços importantes, baseados na cooperação para se locomover, se proteger de animais predadores, procurar alimento e água. Um aspecto relevante é que as associações familiares de elefantes têm na matriarca um marco do conhecimento ecológico e social, o que influencia na sobrevivência dos membros da família. Esse aspecto é tão valioso para esses animais que, ao contrário de outras espécies, não é comum que o envelhecimento das fêmeas esteja associado ao declínio cognitivo e ao isolamento do grupo.

O fato de os elefantes conseguirem se lembrar está relacionado ao seu aspecto cognitivo e, além disso, as formas sociais estabelecidas por esses mamíferos promovem um impulso em sua capacidade cognitiva. Dessa forma, comprovou-se que uma das características dos elefantes é sua boa memória, tanto social, espaço-temporal quanto a de longo prazo.

Assim, os elefantes se movem por espaços físicos e sociais muito complexos, percorrendo longos caminhos nos quais utilizam a experiência que acumulam - o que está relacionado à memória. Mas essa não é a única característica que os cientistas afirmam que os elefantes têm até agora, pois também se propõe que possuam autoconsciência, luto, empatia e conforto, e tudo isso os torna muito peculiares no mundo animal.

Os elefantes são capazes de se lembrar de odores, logo, o olfato desempenha um papel importante em seus laços familiares, permitindo distinguir entre indivíduos conhecidos e desconhecidos. Inicialmente, propôs-se que a memória olfativa dos elefantes durava cerca de um ano; no entanto, outras evidências indicaram que pode ser muito maior, chegando a ultrapassar 10 anos.

Além disso, os elefantes também conseguem se lembrar de lugares, especialmente aqueles onde, por exemplo, encontram água ou alimento, o que é crucial dada a natureza do habitat em que vivem. Mesmo estando a cerca de 50 quilômetros de uma fonte de água conhecida, os elefantes optam por trajetos mais curtos para alcançá-la. Isso sugere que esses gigantes possuem uma boa memória espacial.

Esses animais também conseguem se lembrar de outros elefantes, mesmo que tenham passado anos sem se encontrarem, e conseguem distinguir entre indivíduos familiares ou não. Sua memória olfativa inclui até mesmo a capacidade de uma mãe distinguir a urina de uma de suas crias e das que não são suas.

Nesse sentido, muitos cientistas consideram os elefantes animais que podem ser comparados cognitivamente com golfinhos, macacos e até mesmo, em alguns aspectos, com seres humanos. Naturalmente, sempre encontraremos opiniões contrárias a essas afirmações.

A memória dos elefantes também está relacionada à sua longevidade. Como vivem muitos anos, mas em ambientes com condições extremas, onde alimentos e água podem ser escassos, a memória desses eventos se torna essencial para a sobrevivência.

Se desejar saber mais sobre esses animais, confira nosso artigo sobre tipos de elefantes e suas características.

Como destacado nos tópicos anteriores, podemos afirmar que de fato a memória de elefante é boa mesmo. No entanto, ter uma boa memória para esses animais também é uma desvantagem, isto é, do ponto de vista do que eles sentem.

Para aprofundar mais no assunto, é importante destacar que os elefantes estão em perigo de extinção devido à caça indiscriminada que vêm sofrendo ao longo dos anos para obter seu marfim e comercializá-los. Dessa forma, foi documentado que elefantes órfãos passam por um claro processo de trauma ao testemunharem o assassinato de suas mães e familiares. Os animais ficam visivelmente desesperados diante desses eventos. Além disso, elefantes machos que passaram por isso, ao crescerem, podem desenvolver comportamentos muito agressivos e até mesmo assassinarem outros animais.

Por fim, é importante mencionar que a excelente memória dos elefantes está relacionada ao seu cérebro, o maior entre os animais terrestres, o que lhe confere essa característica. Dessa forma, as características anatômicas e, por conseguinte, fisiológicas do cérebro do elefante proporcionam uma complexidade significativa relacionada à sua memória.

Descubra neste outro artigo do PeritoAnimal algumas curiosidades sobre o elefante.

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