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Urso-de-Kodiak

 
Equipe editorial do PeritoAnimal
Por Equipe editorial do PeritoAnimal. Atualizado: 24 fevereiro 2021
Urso-de-Kodiak

O urso-de-Kodiak (Ursus arctos middendorffi), conhecido também como urso gigante do Alasca, é uma subespécie de urso-pardo nativo da Ilha Kodiak e de outras localidades costeiras no sul do Alasca. Esses mamíferos se destacam por seu imenso tamanho e notável robustez, sendo um dos maiores mamíferos terrestres do mundo, juntamente com o urso-polar.

Se você deseja saber mais sobre este mamífero gigante, te convidamos a continuar lendo esta ficha do PeritoAnimal, na qual falaremos sobre a origem, dieta e reprodução do urso-de-Kodiak.

Origem
  • América
  • Estados Unidos
Índice
  1. Origem do urso-de-Kodiak
  2. Aparência e anatomia do urso gigante do Alasca
  3. Comportamento do urso-de-Kodiak
  4. Reprodução do urso-de-Kodiak
  5. Estado de conservação do urso-de-Kodiak

Origem do urso-de-Kodiak

Como já adiantamos, o urso-de-Kodiak é uma subespécie do urso-pardo (Ursus arctos), uma espécie da família Ursidae que habita a Eurásia e a América do Norte e tem mais de 16 subespécies reconhecidas atualmente. Especificamente, os ursos-de-Kodiak são nativos do sul do Alasca e regiões subjacentes, como a Ilha Kodiak.

Originalmente, o urso-de-Kodiak foi descrito como uma nova espécie de urso pelo naturalista e zoólogo taxonomista americano chamado C.H. Merriam. Seu primeiro nome científico foi Ursus middendorffi, em homenagem a um grande naturalista de origem báltica chamado Dr. A. Th. Von Middendorff. Alguns anos depois, após um estudo taxonômico detalhado, todos os ursos-pardos originários da América do Norte estão reunidos na mesma espécie: Ursus arctos.

Além disso, várias pesquisas genéticas permitiram reconhecer que o urso-de-Kodiak é "geneticamente relacionado" aos ursos-pardos dos Estados Unidos, incluindo aqueles que habitam a península do Alasca, e também os ursos-pardos da Rússia. Embora ainda não existam estudos conclusivos, devido à baixa diversidade genética, estima-se que os ursos-de-Kodiak estiveram isolados durante muitos séculos (no mínimo desde a última era do gelo, que ocorreu há cerca de 12.000 anos). Da mesma forma, ainda não é possível detectar deficiências imunológicas ou deformidades congênitas derivadas de cruzamentos consanguíneos nesta subespécie.

Aparência e anatomia do urso gigante do Alasca

O urso-de-Kodiak é um mamífero terrestre gigante, que pode atingir uma altura na cernelha de aproximadamente 1,3 metros. Além disso, pode atingir 3 metros sobre duas pernas, ou seja, quando adquire a posição bípede. Também se destaca por ter grande robustez, sendo comum que as fêmeas pesem em torno de 200 kg, enquanto os machos atingem mais de 300 kg de peso corporal. Já foram registrados urso-de-Kodiak machos pesando mais de 600 kg em estado selvagem, e um indivíduo apelidado de "Clyde", que vivia no Zoológico de Dakota do Norte, atingiu mais de 950 kg.

Devido às condições climáticas adversas que precisa enfrentar, o urso-de-Kodiak armazena 50% do seu peso corporal em gordura, porém, nas fêmeas gestantes, esse valor ultrapassa os 60%, uma vez que elas precisam de uma grande reserva de energia para sobreviver e amamentar seus filhotes. Além de seu tamanho imenso, outra característica marcante dos ursos-de-Kodiak é sua densa pelagem, perfeitamente adaptada ao clima de seu habitat natural. Com relação às cores da pelagem, os ursos-de-Kodiak geralmente exibem desde tons de loiro e laranja ao marrom escuro. Durante os primeiros anos de vida, os filhotes costumam exibir um chamado "anel natal" branco em volta do pescoço.

Esses ursos gigantes do Alasca também apresentam garras grandes, muito afiadas e retráteis, essenciais para seus dias de caça e que também os ajudam a se defender de possíveis ataques ou lutar por território contra outros machos.

Comportamento do urso-de-Kodiak

Os ursos-de-Kodiak tendem a levar um estilo de vida solitário em seu habitat, encontrando-se apenas durante a temporada reprodutiva e em eventuais disputas por território. Além disso, por terem uma área de alimentação relativamente pequena, visto que vão principalmente para regiões com correntes de desova de salmão, é comum ver grupos de ursos-de-Kodiak ao longo dos córregos do Alasca e da Ilha Kodiak. Estima-se que esse tipo de "tolerância oportuna" possa ser um tipo de comportamento adaptativo, pois ao minimizar as lutas por território nessas circunstâncias, os ursos conseguem manter uma alimentação melhor e, consequentemente, mantêm-se saudáveis ​​e fortes para se reproduzir e dar continuidade à população.

Falando em alimentação, os ursos-de-Kodiak são animais onívoros, cuja dieta inclui desde pasto, raízes e frutas típicas do Alasca, até salmões do Pacífico e mamíferos de tamanho médio e grande, como focas, alces e cervos. Eles também podem consumir, eventualmente, algas e invertebrados que se acumulam nas praias após as estações mais ventosas. Com o avanço do homem em seu habitat, principalmente na ilha Kodiak, alguns hábitos oportunistas foram observados nesta subespécie. Quando a comida se torna escassa, os ursos-de-Kodiak que vivem perto de cidades ou vilas podem se aproximar dos centros urbanos para aproveitar os resíduos de comida humana.

Os ursos não experienciam uma hibernação autêntica como outros animais que hibernam, como marmotas, ouriços e esquilos. Para esses mamíferos grandes e robustos, a própria hibernação implicaria em um grande gasto de energia para estabilizar sua temperatura corporal com a chegada da primavera. Como esse custo metabólico seria insustentável para o animal, colocando até mesmo sua sobrevivência em risco, os ursos-de-Kodiak não hibernam, mas experimentam uma espécie de sono de inverno. Embora sejam processos metabólicos semelhantes, durante o sono de inverno a temperatura corporal dos ursos cai apenas alguns graus, permitindo que o animal durma por longos períodos em suas cavernas e economize uma grande quantidade de energia durante o inverno.

Reprodução do urso-de-Kodiak

No geral, todas as subespécies de urso-pardo, inclusive o urso-de-Kodiak, são monógamas e fiéis a seus parceiros. Em toda temporada de acasalamento, cada indivíduo encontra seu parceiro usual, até que um dos dois morra. Além disso, é possível que várias temporadas se passem sem acasalamento após a morte de seu parceiro habitual, até que se sintam prontos para aceitar um novo parceiro.

A temporada reprodutiva do urso-de-Kodiak ocorre entre os meses de maio e junho, com a chegada da primavera no hemisfério norte. Após o acasalamento, os casais costumam ficar juntos por algumas semanas, aproveitando para descansar e reunir uma boa quantidade de comida. No entanto, as fêmeas têm implantação retardada, o que significa que os ovos fertilizados aderem à parede uterina e se desenvolvem vários meses após o acasalamento, geralmente durante o outono.

Assim como a maioria dos mamíferos, os ursos-de-Kodiak são animais vivíparos, o que significa que a fertilização e o desenvolvimento da prole ocorrem dentro do útero. Os filhotes geralmente nascem no final do inverno, durante os meses de janeiro e março, na mesma toca em que sua mãe desfrutou de seu sono de inverno. A fêmea costuma dar à luz de 2 a 4 filhotes em cada parto. Eles nascem com quase 500 gramas e ficarão com os pais até os três anos de vida, embora só atinjam a maturidade sexual aos 5 anos.

Os ursos-de-Kodiak têm a maior taxa de mortalidade de filhotes entre as subespécies de urso-pardo, provavelmente devido às condições ambientais de seu habitat e ao comportamento predatório dos machos em relação aos seus filhotes. Este é um dos principais fatores que dificultam a expansão da espécie, bem como a caça "esportiva".

Estado de conservação do urso-de-Kodiak

Dadas as condições complexas de seu habitat e sua posição na cadeia alimentar, o urso-de-Kodiak não tem predadores naturais. Como mencionamos, os próprios machos desta subespécie podem se tornar predadores dos filhotes por disputas de território. Contudo, além desse comportamento, as únicas ameaças concretas à sobrevivência do urso-de-Kodiak são a caça e o desmatamento. A caça esportiva é permitida de forma regulamentada no território do Alasca. Por isso, a criação de Parques Nacionais tornou-se essencial para a conservação de muitas espécies nativas, entre elas o urso-de-Kodiak, já que nessas áreas protegidas a caça é proibida.

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