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Tubarão-boca-grande

Atualizado: 21 setembro 2023
Tubarão-boca-grande

O tubarão-boca-grande ou boca-larga (Megachasma pelagios), é um tubarão que foi identificado como uma nova espécie de maneira relativamente recente, no ano de 1983. Ainda há muito a ser estudado para conhecer mais detalhes sobre esse animal, já que são desconhecidos diversos aspectos vinculados a sua biologia, comportamentos e habitat. Até dezembro de 2018, apenas um pouco mais de 120 indivíduos haviam sido documentados, o que sem dúvida limitou os estudos sobre a espécie.[1]

No entanto, já foram descobertas muitas características sobre esse peixe cartilaginoso, as quais são peculiares e diferentes dos traços normalmente compartilhados pelos condríctios. Convidamos você a continuar lendo esta ficha do PeritoAnimal e conhecer algumas características do tubarão-boca-grande.

Origem
  • África
  • América
  • Ásia
  • Oceania
  • África do Sul
  • Austrália
  • Brasil
  • China
  • Equador
  • Estados Unidos
  • Filipinas
  • Indonésia
  • Japão
  • México
  • Peru
  • Puerto Rico
  • Senegal
  • Sri Lanka
  • Taiwan
  • Vietnã

Índice

  1. Características do tubarão-boca-grande
  2. Habitat do tubarão-boca-grande
  3. Comportamento do tubarão-boca-grande
  4. Alimentação do tubarão-boca-grande
  5. Reprodução do tubarão-boca-grande
  6. Estado de conservação do tubarão-boca-grande

Características do tubarão-boca-grande

A característica mais proeminente desse tubarão e que da origem ao seu nome comum é a sua boca grande, a qual é amplamente arredondada. Em relação as partes do tubarão-boca-grande, a cabeça é grande, os olhos pequenos e o focinho extremamente curto e redondo. As mandíbulas são proporcionais a essa última característica, sendo capazes de abrirem de forma ampla mas sem se distenderem muito lateralmente. Esse animal possui numerosos dentes pequenos com forma de gancho, mas que não são funcionais.

Devido à presença de uma faixa branca muito vistosa, a qual está presente sobre seu lábio superior, pensava-se que esse animal produzia bioluminescência, sendo usado como um atrativo para se alimentar. Contudo, estudos recentes[2] descartaram essa ideia e estabeleceram que o mais provável é que graças às placas dérmicas situadas nessa faixa, o animal reflete a luz do plâncton bioluminescente.

O corpo do tubarão-boca-grande é cilíndrico e robusto, mas vai se estreitando em direção à região posterior, o que lhe confere uma forma parecida com a de um girino. Ele possui uma estrutura flácida e sua coloração é marrom-escura. O tubarão-boca-grande chega a alcançar um tamanho de até 5 metros de comprimento e um peso de 750 kg.

Em relação às barbatanas, ele possui duas dorsais, que estão localizadas de forma baixa e são angulares. A barbatana anal é de tamanho pequeno, enquanto que as peitorais são alongadas e estreitas. Por sua vez, a pélvica é de tamanho médio e a caudal é assimétrica.

Habitat do tubarão-boca-grande

O tubarão-boca-grande tem uma ampla distribuição nas águas tropicais e temperadas dos principais oceanos. Embora existam poucos dados sobre suas populações, sabe-se que existem em maior abundância em regiões como Taiwan, Japão e Filipinas, assim como oceano Pacífico central e ocidental. Os relatos indicam[3] que o primeiro exemplar capturado foi no ano de 1976 no Havaí.

Seu habitat abrange as águas da plataforma continental e oceânicas. Ele pode ser encontrado em diferentes profundidades, a cerca de 5 m perto da costa, 40 m na plataforma continental e em profundidades muito maiores na área pelágica, até cerca de 1000 m.

Comportamento do tubarão-boca-grande

O tubarão-boca-grande não é considerado uma espécie perigosa para o ser humano, porque não foram identificados comportamentos agressivos. Ele costuma nadar de maneira lenta e até agora é considerado uma espécie de migração vertical. Ou seja, realiza contínuos movimentos nessa direção. O acompanhamento de alguns indivíduos evidenciou que durante o dia eles se movimentam entre as profundidades de 120-160 m e à noite eles sobem entre os 12-25 m, aproximadamente.

Esses movimentos verticais, aparentemente, estão relacionados com os níveis de luminosidade que afetam o alimento desses animais. Também estima-se que eles façam mergulhos mais profundos para fugir de perturbações, o que poderia estar relacionado com o porquê a espécie não era conhecida anteriormente.

Eventualmente, alguns indivíduos já foram avistados nadando em águas superficiais.

Alimentação do tubarão-boca-grande

Este animal é uma das poucas espécies de tubarões que se alimentam exclusivamente por filtração. Apesar de terem uma grande quantidade de fileiras de dentes em ambas mandíbulas, elas não são funcionais. Ele se movimenta a baixas velocidades com a boca aberta para permitir a entrada de água, que posteriormente será expelida. Mas, graças a esse revestimento cartilaginoso que possui nas brânquias, o alimento fica retido e pode ser consumido.

O tubarão-boca-grande se alimenta, principalmente, do plâncton, krill, copépodes, uma espécie de medusa bioluminescente (Atolla vanhoeffeni) e peixes pequenos.

Reprodução do tubarão-boca-grande

Até agora apenas se sabe que os tubarões-boca-grande machos atingem sua maturidade sexual quando medem, aproximadamente, 4 metros. É uma espécie com fecundação interna e seu modo reprodutivo é classificado como ovovivíparo ou vivíparo lecitotrófico. O embrião depois de absorver o saco vitelino, recorre à oofagia ou canibalismo uterino, ou seja, consome outros óvulos produzidos pela mãe.

Em algumas áreas, a espécie pode se reproduzir entre outubro e novembro e ao nascer possuem um tamanho menor que 177 cm.

Estado de conservação do tubarão-boca-grande

A principal ameaça ao tubarão-boca-grande é a sua captura incidental por grandes pesqueiros, de modo que esse animal fica preso em diversos tipos de redes utilizadas pela indústria mencionada. Até agora, a União Internacional pela Conservação da Natureza (UICN) o classificou na categoria de menor preocupação e é desconhecida sua tendência populacional. Na Ásia e no Brasil é uma espécie comercializada para consumo.

Entre as ações para sua conservação, foi proibida a retenção desses indivíduos nos Estados Unidos, a menos que sejam capturados de maneira incidental e, nesses casos, devem ser doados ou vendidos para fins científicos, educativos ou de exibição. Em países como Taiwan, existe a obrigatoriedade de relatar as capturas desse animal.

Devido à falta de informação sobre a população global e os hábitos do tubarão-boca-grande, que indicam uma tendência de ser capturado com certa facilidade de maneira incidental, é necessário o desenvolvimento de ações de proteção para evitar riscos futuros que possam acabar levando à uma possível extinção da espécie.

Referências
  1. Kyne, PM, Liu, KM & Simpfendorfer, C. (2019). Megachasma pelagios. La Lista Roja de Especies Amenazadas de la UICN 2019: e.T39338A124402302. Disponível: https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-1.RLTS.T39338A124402302.en
  2. Duchatelet L, Moris VC, Tomita T, Mahillon J, Sato K, Behets C, et al. (2020) The megamouth shark, Megachasma pelagios, is not a luminous species. PLoS ONE 15(11): e0242196. Disponível: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0242196
  3. Castillo-Géniz, JL, Ocampo-Torres, AI, Shimada, K, Rigsby, CK, & Nicholas, AC. (2012). Tiburón bocudo juvenil, Megachasma pelagios, capturado en la costa del Pacífico de México, y su relevancia para la diversidad de los peces condrictios en México. Ciencias marinas, 38(2), 467-474. Disponível: http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0185-38802012000300010&lng=es&tlng=es.
Bibliografia
  • Biology of sharks and rays. Family Megachasmidae: Megamouth Sharks. Disponível: http://www.elasmo-research.org/education/shark_profiles/megachasmidae.htm
  • FishBase. Tiburón de boca ancha. Disponível: https://www.fishbase.se/Summary/SpeciesSummary.php?id=5909&lang=spanish

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