Tartaruga é réptil ou anfíbio?
As tartarugas são vertebrados únicos e facilmente reconhecíveis por sua carapaça particular, que corresponde a uma modificação da caixa torácica e está presa à coluna vertebral e às costelas, de modo que não pode ser desprendida. Além desta característica peculiar, elas têm outras curiosidades, como o fato de não terem dentes, nem cordas vocais e nem orelhas. Entretanto, se alimentam sem problemas, emitem sons e podem ouvir graças ao ouvido médio e interno.
Sua aparência é incomum, por isso você deve ter se perguntado se tartaruga é réptil ou anfíbio. Se sim, continue lendo este artigo do PeritoAnimal e descubra a resposta.
Índice
Tartaruga é réptil ou anfíbio?
Se você se pergunta se tartaruga é réptil ou anfíbio, saiba que as tartarugas são répteis, assim como crocodilos, jacarés e cobras. Devido às suas características, elas são consideradas um dos vertebrados mais interessantes que existem. Estes curiosos animais são bastante antigos e já foi possível identificar que seus primeiros ancestrais não tinham a carapaça típica. No entanto, o processo evolutivo significou que no Triássico tardio eles já tinham uma carapaça e sua anatomia era quase idêntica à das tartarugas de hoje.
Entre as diferenças mais importantes que foram encontradas nos fósseis está o fato de que elas tinham dentes palatinos, que as espécies modernas carecem. Além disso, não tinham a capacidade de retrair a cabeça para dentro da carapaça, nem uma estrutura conhecida como a polia troquear, que está envolvida no fechamento da mandíbula.
Descubra mais curiosidades sobre as tartarugas neste artigo.
Por que as tartarugas são répteis?
As tartarugas são répteis porque possuem uma série de características que as incluem neste grupo de animais e, ao mesmo tempo, as diferenciam dos anfíbios. As tartarugas são répteis por causa das seguintes características:
- Os répteis, ao contrário dos anfíbios, têm pele dura e escamosa. No caso das tartarugas, além deste tipo de pele, elas têm sua carapaça distinta e única, que é composta de escamas de osso e queratina na superfície externa, que é o mesmo componente presente no pelo, nos chifres e nas garras de outros animais.
- As tartarugas, como os répteis em geral, põem ovos protegidos por uma casca e internamente possuem uma substância que nutre o embrião à medida que ele se desenvolve. Além disso, esses ovos são enterrados na areia ou no solo e depois eclodem em pequenas tartarugas que respiram através dos pulmões. Os anfíbios, por outro lado, colocam seus ovos na água ou em locais úmidos e as larvas precisam de água para se desenvolver. Neste ponto, você pode estar se perguntando se as tartarugas de água são répteis, e a resposta é sim.
- Os répteis não sofrem metamorfose, como fazem os anfíbios.
- O grupo dos répteis possui algum tipo de órgão copulatório para fertilização interna; nos anfíbios, dependendo da espécie, há reprodução interna ou externa.
- Os músculos da boca dos répteis são muito mais eficientes mecanicamente, portanto são mais fortes do que os dos anfíbios.
- O sistema circulatório das tartarugas, e de outros répteis, é muito mais eficiente do que o dos anfíbios.
- Os répteis têm pulmões muito mais desenvolvidos do que os anfíbios. Agora, as tartarugas aquáticas, além da respiração pulmonar, também podem respirar através da cloaca. Entretanto, quando chegam à superfície, sempre o fazem através de seus pulmões, enquanto que nos anfíbios a respiração cutânea é muito comum.
- As tartarugas têm uma estrutura corporal mais desenvolvida do que os anfíbios.
- O sistema nervoso dos répteis é consideravelmente mais avançado do que o dos anfíbios. Assim, as tartarugas têm um cérebro maior, de modo que elas podem, por exemplo, aprender os caminhos de um labirinto semelhante ao que fazem os ratos.
Classificação das tartarugas
As tartarugas são répteis pertencentes à ordem Testudines. De acordo com a classificação tradicional Linnaean, a taxonomia das tartarugas foi estabelecida da seguinte forma:
- Reino: Animal
- Filo: Cordatos
- Superclasse: Tetrapoda
- Classe: Reptilia
- Ordem: Testudines
- Subordem: Pleurodira (pescoço lateral) e Cryptodira (pescoço oculto).
Agora, a classificação cladística, que estabelece as relações evolutivas dos grupos e de acordo com estas estabelece os agrupamentos, variou ao longo do tempo a localização das tartarugas, uma vez que primeiro as considerou mais próximas aos lepidossauros, que incluem tuataras, cobras e lagartos. Entretanto, mais tarde foi estabelecido que elas estão mais próximas dos arcossauros, um grupo que também inclui crocodilos e aves.
Apesar do que foi mencionado, os testudines ainda estão divididos nos dois grupos mencionados acima, Pleurodira e Cryptodira. A diferença está na forma como eles retraem seus pescoços. O primeiro retrai o pescoço para um lado, enquanto o segundo retrai o pescoço para dentro da carapaça. A forma destes movimentos deve-se à disposição das vértebras no pescoço das tartarugas. Existem também outras diferenças: algumas relacionadas à articulação dos ossos da mandíbula e outras ligadas à fixação da pélvis, pois nas tartarugas da subordem Cryptodira ela só está fixada à carapaça por meio de ligamentos, enquanto na Pleurodira a pélvis está inserida com ossos.
Finalmente, lembre-se que todos os tipos de tartarugas são répteis, não anfíbios, incluindo as tartarugas aquáticas. Se você quiser saber mais, aqui estão alguns dos tipos de tartarugas que existem:
- Tartarugas de pescoço lateral.
- Tartarugas gigantes.
- Tartarugas de folha.
- Tartarugas de lago ou de pântano.
- Tartarugas de pescoço partido.
- Tartarugas de lama.
- Tartarugas de couro.
- Tartarugas de casca de sapo.
- Tartaruga de nariz de porco.
- Tartarugas marinhas.
Agora que você já sabe que tartaruga é réptil, e não anfíbio, e descobriu as diferenças entre esses dois grupos de animais, conheça neste outro artigo os "Tipos de tartarugas marinhas".
Se deseja ler mais artigos parecidos a Tartaruga é réptil ou anfíbio?, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de Curiosidades do mundo animal.
- Hickman, C.; Roberts, L.; Parson A. (2000). Principios integrales de zoología. McGraw Hill Interamericana: España.
- Pecor, K. (2003). Testudines. Animal Diversity Web. Disponível em: <https://animaldiversity.org/accounts/Testudines/>. Acesso em 2 de março de 2023.
