Reprodução do caranguejo
Os caranguejos são crustáceos que pertencem à ordem dos decápodes. Geralmente, possuem um exoesqueleto endurecido devido à sua constituição de quitina mineralizada, embora existam algumas exceções. Além disso, têm cinco pares de patas, sendo que o primeiro par está bastante modificado e forma as famosas pinças ou quelas.
O processo reprodutivo dos caranguejos é fascinante e complexo, variando conforme a espécie, já que existem espécies exclusivamente marinhas, bem como caranguejos de rio e também terrestres. Continue lendo este artigo do PeritoAnimal, no qual traremos informações sobre a reprodução do caranguejo.
Tipo de reprodução dos caranguejos
Os caranguejos são animais com sexos distinto. Assim, têm um tipo de reprodução sexuada. Além disso, são ovíparos, o que significa que o desenvolvimento do embrião ocorre fora do corpo da fêmea por meio da postura de ovos. A maioria dos caranguejos tem fecundação interna, mas foram identificadas espécies com fecundação externa, como Paradorippe granulata. O acasalamento geralmente ocorre após as fêmeas mudarem seu exoesqueleto, e o processo de cópula é realizado ventre com ventre.
Por outro lado, um aspecto comum é que, após a fecundação, as fêmeas podem armazenar o esperma por várias semanas ou até meses. Em seguida, liberam milhares de ovos fecundados que se aderem ao seu abdômen para serem incubados até o momento da eclosão. Embora algumas espécies tenham uma vida adulta terrestre, sempre necessitam da água para liberar os ovos pouco antes da eclosão das larvas. De fato, há espécies que realizam interessantes percursos por terra para chegar ao mar e completar seu ciclo reprodutivo.
Se você quiser saber mais sobre os animais ovíparos, não perca este artigo sobre o que são animais ovíparos.
Época de reprodução dos caranguejos
Em geral, as condições ambientais são determinantes para a reprodução animal. No entanto, nos caranguejos, vemos uma estreita relação entre diversos fatores e seu processo reprodutivo. A época de reprodução dos caranguejos varia conforme a espécie e o habitat onde se desenvolvem. Dessa forma, alguns podem ter picos reprodutivos em certos meses do ano, enquanto outros se reproduzem ao longo do ano.
Você se pergunta quando algumas espécies se reproduzem? Veja aqui alguns exemplos:
- Siri-pintado-do-atlântico (Arenaeus cribarius): pode se reproduzir durante todo o ano, embora tenha picos no verão e no inverno;
- Guaiamu (Cardisoma guanhumi): depende da temporada de chuvas e do ciclo lunar. No final da primavera, que coincide com o início das chuvas em algumas regiões, as fêmeas iniciam a busca por parceiros, e suas migrações ao mar estão sincronizadas antes da lua cheia, quando as marés são mais altas e facilitam a transferência das larvas para zonas mais internas do oceano.
Nesse sentido, fatores como a temperatura, a disponibilidade de alimentos, a presença de chuvas e os ciclos lunares desempenham um papel importante na reprodução dos caranguejos.
Cortejo sexual dos caranguejos
Se falamos sobre como os caranguejos se reproduzem, não podemos ignorar o cortejo sexual realizado por algumas espécies. O cortejo dos caranguejos é um processo complexo que pode envolver diversos comportamentos e ações para conseguir um parceiro e, assim, garantir a reprodução. Diferenciamos a seguir os cortejos das espécies terrestres e aquáticas:
- Espécies de hábitos terrestres: é comum que o macho desenvolva uma série de exibições visuais, como danças ou movimentos de suas pinças, além de apresentar cores chamativas, com o objetivo de atrair uma fêmea. Em algumas ocasiões, podem ocorrer enfrentamentos entre machos para ganhar a possibilidade de copular com uma fêmea. Uma vez estabelecido o par, a cópula pode ocorrer em uma toca subterrânea ou na superfície, dependendo da espécie;
- Espécies de hábitos aquáticos: é comum que exista uma comunicação de tipo químico para atrair um parceiro potencial. As fêmeas podem liberar feromônios na água para cumprir seu objetivo reprodutivo.
Um caso interessante e conhecido de cortejo entre os caranguejos é o dos caranguejos-violinistas machos, que possuem uma pinça muito maior que a outra, com a qual realizam uma série de movimentos para atrair a fêmea, que escolhe com base no tamanho dessa pinça e na qualidade dos movimentos realizados pelo macho. O cortejo nos caranguejos, além de incluir formas de comunicação visual e química, também pode ser de tipo tátil e acústico.
Incubação dos ovos nos caranguejos
Os caranguejos têm uma fase de incubação de ovos, algo que é realizado especificamente pelas fêmeas e que resulta em um processo importante e vital para o desenvolvimento da prole. Após a fêmea expelir os ovos fertilizados, estes se fixam em seu corpo, às vezes no abdômen, em uma espécie de estojo semicerrado e se aderem com uma substância pegajosa. Saiba mais em nosso artigo sobre "Crustáceos - Exemplos e características".
Durante a fase de incubação, que pode durar entre 10 e 30 dias, dependendo da espécie, a fêmea geralmente se torna inativa e permanece recolhida, o que proporciona maior proteção e reduz o risco de ser predada ou atacada, garantindo assim a sobrevivência da nova geração.
Nascimento dos caranguejos
Como os caranguejos nascem? Uma vez que os ovos são fertilizados, eles são incubados pela mãe em uma região externa do corpo. Passado o tempo de desenvolvimento no ovo, as fêmeas depositam os mesmos na água para que então nasçam as larvas. Assim que emergem, as larvas têm vida livre no corpo d'água, sem cuidado parental. Dependendo da espécie, as larvas passam por uma série de transformações, já que ocorre uma metamorfose que envolve mudas da carapaça externa, até chegar à fase jovem e, finalmente, à fase adulta.
Agora que você sabe como os caranguejos se reproduzem, não deixe de aprender e confira este outro artigo: "Tipos de caranguejos - Nomes e fotografias".
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- Adiyodi, R. G. (1988). Reproduction and development. Biology of the land crabs, 139-185.
- Animal Diversity Web (2020). Disponible en: https://animaldiversity.org/
- Hickman, C. P., Roberts, L. S., & Keen, S. L. (2009). Principios integrales de zoología.