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Sapo tomate

Atualizado: 24 janeiro 2022
Sapo tomate

A ordem dos anuros é composta por um grupo de anfíbios comumente conhecidos como rãs e sapos. Muitos destes animais encontram-se numa determinada categoria da lista de espécies ameaçadas de extinção devido ao seu comércio ilegal ou à alteração de seu habitat, o que é altamente prejudicial à espécie por conta de sua alta sensibilidade a variações nos ecossistemas que habitam.

Nesta ficha do PeritoAnimal, queremos te oferecer informação sobre o sapo tomate ou sapo tomate de Madagascar, um animal que chama muita atenção pela sua coloração peculiar, e cuja comercialização ilegal o coloca em risco. A seguir, te apresentaremos dados interessantes sobre a origem, características biológicas e ecológicas, bem como o estado atual de conservação deste curioso sapo grande vermelho.

Origem
  • África
  • Madagascar

Índice

  1. Origem do sapo tomate
  2. Características do sapo tomate
  3. Habitat do sapo tomate
  4. Alimentação do sapo tomate
  5. Reprodução do sapo tomate
  6. Estado de conservação do sapo tomate

Origem do sapo tomate

O sapo tomate (Dyscophus antongilii) é uma das três espécies do gênero Dyscophus, pertencente à família Microhylidae no grupo dos anfíbios. Há uma outra espécie, a Dyscophus guineti, que possui coloração similar, motivo pelo qual ficou conhecida como falso sapo tomate. Alguns artigos científicos indicam que não estão claras as diferenças entre as espécies, destacando apenas uma variação no tom de sua coloração. Outros estudos, no entanto, tratam as duas espécies como indivíduos claramente diferenciados evolutivamente.

O sapo tomate é nativo de Madagascar e está amplamente espalhado pela zona nordeste desta região insular e, apesar de estar presente majoritariamente em Maroantsetra e Ambatovaky, pode ser também encontrado em diversas áreas da ilha.

Características do sapo tomate

A característica mais distinta do sapo tomate é a sua cor alaranjada e, para alguns, avermelhada. Além disso, apresenta duas faixas pretas de cada lado. O dorso é mais amarelado nos machos e avermelhado nas fêmeas, e em ambos a área ventral é esbranquiçada. Os machos são menores que as fêmeas, medindo por volta de 60-65 milímetros e pesando aproximadamente 40 g, enquanto as fêmeas medem entre 90-95 milímetros e pesam pouco mais de 200 g.

A pele do sapo tomate é lisa, com duas dobras na parte lateral do dorso e costumam apresentar pequenas reticulações. Seu corpo é arredondado e pode aumentar de tamanho diante da presença de ameaças, para que possa aparentar menos fragilidade. Também podem excretar, pela sua pele, uma substância tóxica branca similar à cola, que serve como mecanismo de defesa contra seus predadores. Por isso, está catalogada como um dos sapos mais venenosos do mundo, mesmo que não seja letal para o ser humano.

Habitat do sapo tomate

O sapo tomate habita espaços úmidos ou com a presença de corpos de água, como florestas chuvosas, matagais, pântanos, terras baixas úmidas, áreas cultivadas, canais, drenagens e até mesmo jardins de áreas urbanas.

Um ponto importante a ser levantado sobre o habitat do sapo tomate é que, apesar de estar em uma ampla faixa de distribuição e ser uma espécie adaptável, muitas destas áreas estão bastante afetadas pelo desenvolvimento e construções residenciais e comerciais. Apesar desta capacidade de adaptaçãoda espécie, sempre existem limites, e nenhuma espécie consegue aguentar transformações indefinidas em seus ecossistemas.

Alimentação do sapo tomate

O sapo tomate é um animal carnívoro e pode consumir diversos tipos de pequenos invertebrados, como insetos, vermes e aranhas. Além disso, são considerados controladores biológicos de certos artrópodes presentes nos ecossistemas que compartilham. Geralmente caçam suas presas emboscando-as embaixo da folhada onde se escondem.

Por outro lado, são animais pouco ativos e com hábitos noturnos, e se alimentam principalmente neste período. Artigos indicam que a alimentação do sapo tomate tem influência na sua coloração peculiar.

Reprodução do sapo tomate

Os sapos tomates reproduzem-se em águas tranquilas, permanentes ou temporárias, pântanos, áreas inundadas e até em valas que apresentem acúmulo de água. A época de reprodução é entre janeiro e março, com a chegada de fortes chuvas, momento em que os machos emitem sons para atrair as fêmeas. Este processo acontece nas zonas próximas à água, onde costumam agrupar-se e, após o amplexo (nome dado ao abraço de acasalamento da espécie), a fêmea deposita uma grande quantidade de centenas de ovos em uma massa pegajosa sobre a superfície da água.

Os girinos emergem após cerca de 36 horas e a metamorfose pode terminar em 45 dias. Os girinos do sapo tomate costumam ser bastante vulneráveis, sendo devorados por diferentes animais aquáticos. Para mais informações, você pode ler este outro artigo sobre tipos de sapos.

Estado de conservação do sapo tomate

As populações deste animal foram bastante afetadas pela contaminação da água, seu principal meio de reprodução. A alteração do habitat é outro fator que influencia negativamente o desenvolvimento do sapo tomate. Além disso, o comércio ilegal da espécie, durante muito tempo, gerou um impacto negativo significativo em sua população.

O sapo tomate está, atualmente, na categoria de menor preocupação pela União Internacional para Conservação da Natureza, ainda que anos atrás estivesse classificada como vulnerável e quase ameaçada. A mudança na classificação é justificada pela ampla distribuição da espécie e sua capacidade de tolerar perturbações no habitat.

Além disso, o sapo tomate está incluído na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Ameaçadas de Extinção (CITE), especialmente no apêndice II desde 2016, que inclui espécies que não necessariamente estejam em perigo de extinção, mas sobre as quais existam regulações comerciais.

Uma espécie como o sapo tomate que tenha mostrado no passado maior vulnerabilidade quanto à sua população, deve estar sob controles estritos de vigilância e monitoramento que permitam acompanhar o seu status conforme o passar do tempo, de modo a evitar a possibilidade de novos riscos no seu índice populacional.

Bibliografia
  • Grupo de especialistas en anfibios de la CSE de la UICN. (2017). Dyscophus antongilii. La Lista Roja de Especies Amenazadas de la UICN. Disponível em: <https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2017-2.RLTS.T6937A84159360.en>. Acesso em 24 de janeiro de 2022.
  • Vences, M. y Glaw, F. (2007). Dyscophus guineti. Universidad de California. Disponível em: <https://amphibiaweb.org/cgi/amphib_query?where-genus=Dyscophus&where-species=guineti>. Acesso em 24 de janeiro de 2022.

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