Quanto tempo vive um pardal?

Os pardais são aves de canto simples, com uma coloração entre marrom e cinza, sem tons chamativos, e se alimentam principalmente de sementes, para o que possuem um bico curto e curvado, mas resistente. Também comem insetos, tornando-se animais onívoros. Costumam viver em habitats abertos e se adaptaram bem ao desenvolvimento em áreas urbanas, nas quais se espalharam amplamente por várias partes do mundo.

De modo geral, os pardais são considerados aves longevas, já que algumas espécies vivem mais de 10 anos. No entanto, a expectativa de vida média situa-se em cerca de três anos, devido a esse tipo de ave possuir uma alta taxa de mortalidade quando jovem, visto que apenas cerca de 20% dos indivíduos mais jovens conseguem atingir a idade adulta. Uma vez alcançada a maturidade, a situação é diferente, e os pardais têm uma taxa de sobrevivência na natureza que varia entre 45% e 65%, muito maior do que a dos pardais menores.

Do pardal-doméstico (Passer domesticus), espécie mais comun encontrada no Brasil, é que se têm os dados mais precisos sobre longevidade. Essa é uma espécie nativa da Ásia, África e Europa, mas foi praticamente introduzida globalmente. Sobre esse tipo de pardal, foram encontrados indivíduos que na natureza viveram até 13 anos, e até mesmo foi relatado um indivíduo que foi encontrado morto quase 20 anos após ter sido anilhado^[1]. No entanto, como mencionado, é mais comum viverem menos tempo e não atingirem 10 anos.

Uma vez conhecida a expectativa de vida média dos pardais em estado selvagem, fica a seguinte dúvida: quanto tempo vive um pardal em casa? É comum que certos animais selvagens vivam muito mais tempo em cativeiro do que na natureza, porque não estão sujeitos às dinâmicas dos ecossistemas onde, por exemplo, fazem parte das cadeias alimentares, e portanto, não são presa de certos predadores. Pardais são frequentemente predados por corujas, falcões, gatos domésticos, guaxinins e cobras, algo que não ocorre em cativeiro, o que pode resultar em uma alta expectativa de vida nessas condições, desde que os cuidados adequados sejam fornecidos.

Como um dado curioso relacionado a quanto tempo um pardal vive, podemos mencionar um caso de um pardal-doméstico que viveu 23 anos. No entanto, é importante ressaltar que isso é um caso particular e isolado, já que costumam viver menos tempo. Assim, o pardal-doméstico geralmente vive entre 12 e 14 anos em cativeiro.

Existem outras espécies de pardais, além das mencionadas anteriormente, com diferentes registros de expectativa de vida. Vejamos:

• Pardal-de-cabeça-cinzenta (Passer griseus): nativo da África, tem uma longevidade de cerca de 11 anos;
• Pardal-dourado (Passer luteus): também nativo da África, costuma viver entre 9 e 14 anos.

Apesar de apresentarem uma longa expectativa de vida em cativeiro, no PeritoAnimal defendemos que as aves, especialmente as que voam, não devem ser mantidas confinadas em gaiolas. O voo é uma ação natural para esse tipo de animais, e mantê-los privados disso por toda a vida é um ato cruel. Por isso, as aves são animais que devemos apreciar em liberdade, enquanto passeamos ou até mesmo enquanto transitamos de maneira cotidiana em nossas cidades. Se encontrar um pardal caído do ninho ou ferido, recomendamos socorrê-lo e levá-lo a um veterinário ou ao IBAMA local. Lá, eles irão orientar sobre os cuidados e a posterior libertação, sempre que possível. Se não for possível libertá-lo, eles também lhe dirão como cuidar dele para oferecer uma boa qualidade de vida em cativeiro, o que significa permitir que ele saia da gaiola diariamente.

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) tem todas as espécies de pardais registradas na categoria de menor preocupação, com exceção das seguintes espécies:

• Passer hemileucus: endêmico da Ilha de Iêmen, é classificado como vulnerável devido à caça e a eventos como ciclones que o afetam;
• Pardal-italiano (Passer italiae): nativo da Itália, França, Grécia e Áustria, entre outros países, também é classificado como vulnerável. Não se sabe ao certo o que está afetando essa espécie, embora se estime que sejam as mudanças no habitat e a contaminação, entre outros fatores.

Embora a maioria das espécies de pardais esteja na categoria mencionada, isso não significa que suas populações não estejam sendo afetadas, já que na verdade muitas delas estão diminuindo, como é o caso do pardal-doméstico. Essas diminuições são atribuídas ao fato de que os alimentos próprios dessas aves, como os invertebrados que os pais especialmente fornecem aos filhotes ao nascerem, também têm passado por um processo de diminuição da própria população. Além disso, foi registrado que os filhotes estão nascendo com menos condições físicas, o que os impede de emplumarem-se com sucesso, algo fatal para as aves, pois não conseguem se desenvolver adequadamente e morrem.

Tudo isso aparentemente é diretamente influenciado pelo aumento do uso de pesticidas e herbicidas nas plantações, bem como pela expansão do cultivo de cereais, o que reduz o tipo de alimento que os pardais consomem. No entanto, é preciso que se realizem mais estudos sobre esse assunto, porque as populações urbanas também estão enfrentando sérias perdas.

Existem planos de conservação para os pardais?

Em alguns países, como o Reino Unido, em 2002, o pardal-doméstico foi classificado como quase ameaçado pela própria UICN. Nesse sentido, estratégias têm sido propostas, como a melhoria de parques e áreas verdes urbanas para diminuir os fatores que ameaçam a expectativa de vida dos pardais.

Agora que você conhece a expectativa de vida dos pardais e do que isso depende, continue desbravando o fascinante mundo das aves pela leitura do artigo "Curiosidades sobre as aves".

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