Como é o trabalho voluntário com animais
O voluntariado é uma atividade altruísta com fins beneficentes que se torna cada vez mais popular entre os amantes dos animais. Porém, nem todas as associações protetoras de animais são iguais, uma vez que cada uma tem suas necessidades específicas e, por isso, as tarefas a serem realizadas podem variar enormemente.
Neste artigo do PeritoAnimal, vamos explicar como é o trabalho voluntário com animais, como você pode ajudar os animais abandonados que residem ali e outras curiosidades que você com certeza vai adorar conhecer. Torne-se um voluntário, cada grãozinho de areia conta!
- Associações protetoras de animais, abrigos, canis... são a mesma coisa?
- Exercitar e passear com cachorros do abrigo
- Socializar cachorros e gatos
- Promover a adoção de animais
- Limpar canis, utensílios e outros cuidados
- Ser lar temporário para cachorros e gatos
- Voluntariado com animais selvagens ou de fazenda
Associações protetoras de animais, abrigos, canis... são a mesma coisa?
Antes de começar a explicar como é o trabalho voluntário com animais, queremos esclarecer as diferenças entre os centros de animais distintos:
- Canil: normalmente é um centro público, administrado pela prefeitura ou governo estadual, encarregado da coleta e manejo de animais de estimação abandonados ou confiscados de seus tutores. Infelizmente, os sacrifícios de animais são comuns nesses lugares por questões de superlotação e doenças.
- Associação protetora de animais ou abrigo: pode ser subsidiada pelo governo local, mas geralmente são associações financiadas por meio de doações e contribuições regulares dos associados. Os animais de estimação que chegam aqui não são sacrificados e costumam ser castrados antes de serem colocados para adoção, o que muitas vezes aumenta as taxas de adoção.
- Santuário: mais uma vez, são associações que costumam ser financiadas por sócios e doações, mas ao contrário dos dois tipos de centros anteriores, esses espaços não acolhem animais domésticos, e sim priorizam o acolhimento de animais de fazenda, por exemplo, que tenham sido resgatados da indústria da carne, laticínios ou similar. A permanência nesses centros costuma ser indefinida.
- Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas): o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conta com Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) espalhados pelo país. Nesses lugares, os animais silvestres são recebidos a partir de ações de fiscalização de órgãos do governo, entrega voluntária ou resgate. Entre os objetivos desses centros estão a recuperação e reabilitação dos animais para devolvê-los à natureza.
- Centro de Controle de Zoonoses: esses centros fazem a vigilância e o controle de animais doentes que podem oferecer risco de contaminação aos humanos. Há, inclusive, um setor específico responsável por recolher os animais domésticos no caso de risco à saúde ou à segurança pública.
- ONGs de Animais: há diferentes Organizações Não Governamentais (ONGs) que cuidam de animais no Brasil que atuam desde a recuperação e resgate de animais a aqueles que se dedicam a fomentar as adoções e não compra de animais de estimação.
Agora que você conhece os diferentes tipos de centros que existem, vamos te mostrar as tarefas mais comuns que um voluntário realiza. Continue lendo!
1. Exercitar e passear com cachorros do abrigo
A maioria dos cachorros que vivem em um abrigo não tem a possibilidade de sair para passear sem a ajuda de um voluntário. Lembre-se que caminhar é uma atividade fundamental para os cães, que dependem disso para conseguir se aliviar, cheirar, se socializar com o ambiente... além disso, o passeio é uma ótima maneira de ajudá-los a administrar a energia acumulada após horas no canil.
Contudo, devido ao alto nível de estresse vivenciado pelos cachorros em um abrigo de animais, é altamente recomendável oferecer um passeio tranquilo e descontraído, no qual o cachorro seja o protagonista. Evitaremos excitá-lo demais, manipulá-lo se ele não quiser ou sobrecarregá-lo com comandos de obediência.
2. Socializar cachorros e gatos
A maioria dos animais domésticos, como cachorros e gatos, são animais sociais, o que significa que precisam ter contato com outros seres vivos para satisfazer suas necessidades básicas. Especialmente aqueles que estão em seu período de socialização (cachorros entre três semanas e três meses ou gatos entre duas semanas e dois meses) requerem contato frequente com as pessoas para que possam se relacionar com elas de forma positiva, evitando assim que surjam medos ou outros problemas de comportamento na fase adulta.
Além disso, a socialização (tanto em filhotes quanto adultos) é fundamental para melhorar o bem-estar animal de cada indivíduo, ajudá-lo a se relacionar de forma positiva e, por fim, favorecer sua adoção em algum momento da vida.
3. Promover a adoção de animais
A maioria dos voluntários tende a colaborar diretamente com os centros tirando fotos e vídeos para compartilhar nas redes sociais, promovendo assim a adoção dos animais que ali residem. Da mesma forma, depois de conhecer sua personalidade e níveis de atividade, os voluntários podem ajudar os adotantes a encontrar o animal que melhor combina com eles.
4. Limpar canis, utensílios e outros cuidados
O abandono é uma triste realidade em nosso país. Segundo uma reportagem publicada em janeiro de 2020 pelo site Catraca Livre, mais de 4 milhões de animais viviam abandonados ou em ONGs no Brasil.[1] Por isso, não é incomum observar superlotação e grande acúmulo de animais em um mesmo abrigo, o que impossibilita em alguns casos a realização de uma rotina de higiene adequada. Por isso, alguns centros exigem voluntários para limpar os canis e utensílios dos animais.
Em alguns casos, também pode ser necessário alimentar, dar banho, oferecer brinquedos de enriquecimento que ajudam a melhorar os níveis de estresse e ansiedade, etc. No centro, eles te informarão sobre as necessidades.
5. Ser lar temporário para cachorros e gatos
Alguns animais domésticos requerem atenção especial que não podem receber em abrigo ou canil, como pode ser o caso de cachorros e gatos idosos, lactantes, doentes... por essa razão, muitos voluntários se oferecem como lares temporários, nos quais o animal se desenvolve em um bom ambiente, favorecendo seu bem-estar, socialização e necessidades afetivas.
6. Voluntariado com animais selvagens ou de fazenda
Além do voluntariado em uma associação protetora de animais domésticos, você também pode marcar uma visita a um santuário de animais resgatados selvagens ou de fazenda, porque assim como os cães e os gatos, eles também apreciam a companhia das pessoas, dos cuidados que elas podem oferecer e do enriquecimento ambiental que melhora o seu dia-a-dia.
As tarefas a serem realizadas serão as mesmas de um abrigo convencional: limpar, alimentar, cuidar, socializar... Você animaria visitá-los? Os animais apreciarão muito o seu tempo e dedicação!
Você também pode entrar em contato com as ONGs de animais para saber se elas precisam de algum tipo de ajuda. Neste outro artigo temos uma relação de diversas ONGs de animais do Brasil.
Se deseja ler mais artigos parecidos a Como é o trabalho voluntário com animais, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de Curiosidades do mundo animal.
- CATRACA LIVRE. 4 milhões de animais vivem abandonados e em ONGs no Brasil. Disponível em: <https://catracalivre.com.br/cidadania/4-milhoes-de-animais-vivem-abandonados-e-em-ongs-no-brasil/>. Acesso em 12 de março de 2021.
- IBAMA. Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Disponível em: <https://www.ibama.gov.br/fauna-silvestre/cetas/o-que-sao-os-cetas>. Acesso em 12 de março de 2021.
- GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL. Centro de Zoonoses atua na vigilância de animais com doenças que oferecem risco à população. Disponível em: <http://www.saude.df.gov.br/centro-de-zoonoses-atua-na-vigilancia-de-animais-com-doencas-que-oferecem-risco-a-populacao/>. Acesso em 12 de março de 2021.