Alimentação do coala

Embora a maioria da sua alimentação seja composta por folhas de algumas variedades de eucaliptos, os coalas, estritamente herbívoros, também se alimentam de matéria vegetal de algumas árvores em concreto que crescem no seu habitat natural, a zona oriental do continente australiano, que é onde ainda sobrevivem em estado selvagem.

As folhas dos eucaliptos são tóxicas para a grande maioria dos animais. O coala é um caso especial entre os vertebrados e, por isso conta com a vantagem de não ter mais concorrentes pelo alimento que os seus próprios congêneres. De qualquer forma, a maioria das variedades de eucalipto também são tóxicas para estes marsupiais. De cerca de 600 variedades eucaliptais, os coalas alimentam-se apenas de umas 50.

Foi comprovado que os coalas preferem comer as folhas das variedades de árvores de eucalipto que mais abundam no ambiente onde foram criados.

A especialização alimentar do coala já começa na boca, com os seus incisivos, os primeiros apertam as folhas e os posteriores servem para mastigar.

Os coalas possuem intestino cego, tal como os humanos e os ratos. Nos coalas o intestino cego é de grande tamanho, e nele, com uma única zona de entrada e saída dos alimentos, as folhas já meio digeridas permanecem durante várias horas em que são submetidas à ação de uma flora bacteriana especial, que permite ao coala aproveitar até 25% da energia que contêm as fibras vegetais dos seus alimentos.

Os coalas passam entre 16 e 22 horas diárias dormindo devido à sua alimentação, estritamente herbívora e baseada em matéria vegetal muito pouco nutritiva, e além disso hipocalórica.

As folhas que servem de alimento para os coalas são ricas em água e em fibra, mas pobres nos nutrientes essenciais. Por isso, um coala precisa de ingerir entre 200 e 500 gramas de folhas por dia. Pense que um coala pesa ao redor de uma média de 10 kg, é surpreendente que precise de uma quantidade tão pequena de um alimento tão pouco nutritivo para sobreviver.

Com esta contribuição de matéria vegetal fresca, os coalas obtêm toda a água que precisam pelo que não é habitual ver um coala bebendo, salvo em períodos de seca.

À partida o fato de se poder alimentar de algo que é venenoso para os seus possíveis concorrentes dentro do mesmo habitat parece uma grande vantagem. Mas no caso do coala, apesar de comer outra matéria vegetal, especializou-se tanto que a sua existência está diretamente relacionada com os eucaliptos e um habitat que sofre de problemas de desmatamento.

Além disso, os coalas competem com os seus próprios congêneres pelo alimento e pelo espaço, muitos coalas que convivem em uma zona reduzida sofrem de problemas de estresse e brigas entre si.

Devido ao seu hábito de comer nos ramos das árvores e apenas movimentar-se de uma árvore para outra, os programas de deslocalização de exemplares em outras florestas de eucaliptos com menor densidade de população não forem bem sucedidos. Nos dias de hoje, o coala desapareceu de muitas zonas que ocupava de forma natural e o seu número continua a descer.

O coala é uma espécie vulnerável, devido em parte à desflorestação das florestas de eucalipto, mas também sofreu em décadas passadas uma forte descida populacional devido à caça. Os coalas foram caçados pela sua pele.

Na atualidade, mesmo protegidos, muitos coalas que vivem perto de núcleos urbanos morrem devido a acidentes.

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