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Tartarugas marinhas - Características e onde vivem

 
Tartarugas marinhas - Características e onde vivem
Tartarugas de água

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As tartarugas marinhas (superfamília Chelonoidea) existem há mais de 100 mil anos. Estes curiosos animais são répteis de grande tamanho que se adaptaram à vida na água salgada. Desde então, se converteram em uma peça fundamental dos seus habitats.

Atualmente, todas as tartarugas marinhas são consideradas ameaçadas pela atividade humana. Por isso, é muito importante a conscientização sobre a importância de sua conservação, tanto para os ecossistemas marinhos como para nós. Quer saber tudo sobre elas? Não perca este artigo do PeritoAnimal sobre as características das tartarugas marinhas, onde vivem e muito mais.

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Índice

  1. Classificação das tartarugas marinhas
  2. Características das tartarugas marinhas
  3. Onde vivem as tartarugas marinhas?
  4. Como as tartarugas marinhas vivem?
  5. Principais ameaças às tartarugas marinhas

Classificação das tartarugas marinhas

As tartarugas são animais vertebrados tetrápodes da classe Reptilia, como as serpentes e os lagartos. Dentro dos répteis, as tartarugas formam a ordem Testudines, que se caracteriza principalmente por uma carapaça óssea que protege seus órgãos internos.

Quantas espécies de tartarugas marinhas existem?

Há mais de 100 mil anos, algumas tartarugas terrestres se adaptaram a viver no mar. Foram os ancestrais da superfamília Chelonioidea: as atuais tartarugas marinhas. Atualmente, somente existem 7 espécies de tartarugas marinhas, que pertencem a 2 famílias: os quelonídeos e os dermoquelídeos.

Os quelonídeos (Cheloniidae) apresentam uma carapaça formada por placas ósseas. Neste grupo encontramos 6 espécies:

  • Tartaruga-verde (Chelonia mydas)
  • Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata)
  • Tartaruga-de-Kemp (Lepidochelys kempii)
  • Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea)
  • Tartaruga-marinha-australiana (Natator depressus)

Por sua vez, os dermoquelídeos (Dermochelyidae) têm uma carapaça formada por pele dura. Somente conta com um representante:

  • Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea)

Neste outro artigo te contamos diversas curiosidades sobre as tartarugas.

Características das tartarugas marinhas

Os ancestrais das tartarugas marinhas se adaptaram a viver nos oceanos e, como resultado, suas características mudaram. Sua carapaça é mais lisa e plana que as das demais tartarugas terrestres, facilitando-lhes o movimento na água. Suas patas se transformaram em barbatanas, permitindo-lhes nadar grandes distâncias. Utilizam as dianteiras para se impulsionar enquanto que as traseiras marcam o rumo.

Entre outras características das tartarugas marinhas, elas têm um metabolismo mais eficiente que o das terrestres, assim como uma quantidade maior de glóbulos vermelhos, ou seja, têm maior capacidade de reter oxigênio. Também contam com adaptações à água salgada: possuem uma glândula de sal nos olhos, cuja função é expulsar o excesso de sal do seu corpo.

E quanto ao seu comportamento, depende de cada espécie e, inclusive, de cada população. Geralmente, são animais solitários que se reúnem somente em época de reprodução. Para isso, algumas tartarugas percorrem milhares de quilômetros, ou seja, são animais migratórios.

Neste outro artigo falamos sobre as diferenças entre as tartarugas de terra e de água.

Onde vivem as tartarugas marinhas?

Agora que conhecemos as características das tartarugas marinhas, afinal, onde vivem? As tartarugas marinhas podem ser encontradas em oceanos e mares de todo o mundo, exceto na Antártida e no Ártico. No entanto, cada espécie tem sua distribuição. Algumas delas somente são encontradas em locais muito específicos, como a tartaruga-marinha-australiana ou certas populações de tartaruga-cabeçuda do Mediterrâneo.

E quanto ao habitat das tartarugas marinhas, destacamos que isso depende da fase do seu ciclo de vida. As tartarugas recém-nascidas podem viver dentro do mar, nadando a deriva junto com agrupações de plâncton, onde se alimentam e camuflam. Quando são jovens, deslocam-se para locais mais rasos, como nos recifes de corais, uns lugares com grande abundância de recursos.

Finalmente, quando alcançam a maturação reprodutiva, as tartarugas marinhas já são adultas e começam a migrar dos locais de alimentação até os locais de reprodução e vice-versa, assim passam grande parte do ano viajando em mar aberto.

Migração das tartarugas marinhas

Outra característica das tartarugas marinhas é que todas as espécies são consideradas migratórias, já que, ao menos em uma fase da sua vida, todas realizam deslocamentos. Os neonatos se deslocam em mar aberto, os jovens voltam a locais de menor profundidade e, quando alcançam a maturação sexual, migram para locais de acasalamento a cada ano durante a estação reprodutiva.

Nas áreas de acasalamento, as fêmeas e os machos copulam. Depois, os machos voltam para as áreas de alimentação, ou seja, nunca abandonam o mar. As fêmeas, por sua vez, se dirigem às praias para construir o ninho e botar os ovos. Normalmente, fazem isso nas mesmas praias em que nasceram. Depois, retornam para os locais ricos em alimentos.

Como as tartarugas marinhas vivem?

As tartarugas são animais que vivem muitos anos. Algumas espécies podem alcançar os 90 anos de idade. Durante este tempo, podem ser animais solitários, mesmo que as vezes se juntem para se alimentar e reproduzir. Algumas fêmeas nidificam todas ao mesmo tempo, o que pode ajudar a proteger os ovos.

São, portanto, animais ovíparos. Cavam ninhos na areia das praias e é a areia quente que se encarrega da incubação. Podem chegar a botar mais de 150 ovos por ninho e podem nidificar várias vezes ao longo de uma mesma estação. No entanto, somente 1 em cada 1000 tartarugas que nascem conseguem chegar à idade adulta.

E quanto à sua alimentação, as tartarugas marinhas podem ser carnívoras ou onívoras. Algumas, como a tartaruga-de-couro, a tartaruga-de-kemp ou plana, se alimentam principalmente de outros animais, especialmente invertebrados. Outras tartarugas também consomem muitas algas e plantas marinhas. É o caso da tartaruga-cabeçuda, a tartaruga-oliva e a tartaruga-de-pente.

Sem dúvidas, uma alimentação muito curiosa é a da tartaruga-verde. Como te contamos no artigo sobre O que comem as tartarugas marinhas, a tartaruga-verde consome outros animais quando é pequena e, quando chega a idade adulta, se alimenta quase que exclusivamente de algas e plantas. Por isso, é considerada a única tartaruga marinha herbívora.

Principais ameaças às tartarugas marinhas

Seis das sete espécies de tartarugas marinhas se encontram ameaçadas em nível global. As tartarugas-cabeçudas, tartaruga-de-couro e tartaruga-oliva estão em estado vulnerável, a tartaruga-verde está em perigo de extinção e a tartaruga-de-couro e a tartaruga-de-pente são consideradas criticamente ameaçadas. E quanto à tartaruga-marinha-australiana, não existem dados suficientes sobre a situação de suas populações.[1]

Por isso, as tartarugas marinhas têm cada vez mais dificuldades para sobreviver no meio marinho. Por quê? Estas são as principais ameaças às tartarugas marinhas:

  • Equipamentos de pesca: as tartarugas ficam enroscadas nas redes e outras ferramentas de pesca por acidente, causando-lhes feridas e lesões. Além disso, quando as redes sobem à superfície e arrastam as tartarugas, podem causar-lhes a síndrome descompressiva devido à mudança rápida de pressão.
  • Contaminação de resíduos: as tartarugas confundem os resíduos, principalmente os plásticos, com seu alimento. Os plásticos lhes causam afogamento, obstruções e, como consequência, desnutrição. Além disso, podem ficar presos nas nadadeiras, causando inclusive, amputações.
  • Contaminação química: descargas de águas contaminadas, áreas com petróleo, resíduos nucleares, etc. poluem a água em que habitam.
  • Contaminação acústica: o ruído dos submarinos, do transporte marítimo, as infraestruturas petrolíferas, etc. geram mal-estar e estresse, podendo interferir no comportamento normal das tartarugas.
  • Destruição do seu habitat: a pesca de arrasto também destrói seu habitat natural, como as áreas bentônicas mais produtivas. Além disso, seus locais de nidificação são cada vez mais reduzidos devido à "limpeza" e super lotação das praias, bem como a urbanização costeira descontrolada.
  • Colisões com embarcações: nas últimas décadas, se produziu um aumento do transporte marítimo, aumentando o número de colisões com embarcações.
  • Mudanças climáticas: devido ao aumento da temperatura global, estão sendo produzidas mudanças nos locais de nidificação, assim como no número de fêmeas e machos que saem dos ovos. Além disso, a mudança climática está afetando gravemente os seus locais de alimentação, como as barreiras de corais.
  • Pesca ilegal: a carne de tartaruga, suas carapaças e seus ovos são muito apreciados em algumas partes do mundo.

Como ajudar as tartarugas marinhas?

O papel ecológico das tartarugas marinhas é fundamental, tanto para seus ecossistemas como para os seres humanos. Por exemplo, são essenciais para evitar superpopulações de medusas, das quais podem se alimentar. Mas, é possível ajudá-las?

Podemos ajudar as tartarugas marinhas realizando pequenas mudanças na nossa rotina diária, como:

  • Reduzir o uso de plásticos e objetos de uso único.
  • Reutilizar e reciclar nossos resíduos.
  • Comprar produtos locais e com etiquetas de pesca sustentável.
  • Reduzir nosso gasto energético.
  • Utilizar o transporte público.
  • Reduzir o consumo de carne (principal responsável pelo desmatamento e de grande parte das emissões de CO2).
  • Educação ambiental em nossa sociedade e ter consciência em nível individual do que está acontecendo.

Agora que você conheceu as principais características das tartarugas marinhas, como seu habitat e tipo de alimentação, não perca o vídeo a seguir em que falamos sobre a recuperação de uma tartaruga marinha:

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Referências
  1. The IUCN Red List of Threatened Species. Consulta em 9 de agosto de 2022.
Bibliografia
  • Projeto TAMAR. Sobrevivência. Disponível em: <https://www.tamar.org.br/interna.php?cod=97>. Acesso em 9 de agosto de 2022.
  • Fundación CRAM (Centro de Recuperación de Animales Marinos). Em: cram.org
  • Salvador, A., Marco, A. Enciclopedia Virtual de los Vertebrados Españoles. Museo Nacional de Ciencias Naturales, Madrid. En: vertebradosibericos.org
  • Tierno, J. M. Las tortugas marinas. El litoral de Granada. Universidad de Granada. Em: litoraldegranada.ugr.es
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