Piranhas atacam pessoas?
As piranhas são peixes de água doce pertencentes à ordem Characiformes e fazem parte da família Serrasalmidae. Sua distribuição concentra-se principalmente na América do Sul, onde habitam rios, lagos e represas de bacias como a Amazônica, a do Orinoco e a do Paraguai-Paraná, entre outras. Embora sejam frequentemente associadas a uma imagem feroz e predadora, na realidade sua dieta é mais variada do que se imagina, já que muitas espécies são onívoras, consumindo tanto animais quanto matéria vegetal. Foram identificadas entre 30 e 60 espécies, com grande diversidade no Amazonas e no Orinoco, onde várias podem coexistir em um mesmo ecossistema. Seu tamanho médio varia entre 12 e 35 cm, embora algumas espécies possam atingir até 50 cm.
Estes peixes têm fama de ser extremamente agressivos e perigosos, por isso neste artigo do PeritoAnimal comentamos se as piranhas atacam pessoas ou não.
As piranhas são perigosas para os humanos?
Apesar de sua fama de peixes ferozes, as piranhas raramente representam um risco real para as pessoas e, de fato, costumam ser utilizadas de diferentes formas pelos humanos. Em muitas comunidades indígenas da América do Sul, seus dentes afiados têm sido empregados tradicionalmente como ferramentas para cortar madeira, elaborar artesanatos ou até mesmo afiar pontas de dardos. Além disso, as piranhas fazem parte da dieta local, por isso os pescadores as capturam para consumo próprio ou para vender nos mercados, embora frequentemente esses peixes danifiquem as redes, roubem a isca e mordam quando ficam presos.
Em condições naturais, embora tenham ocorrido, os ataques a humanos são pouco comuns e costumam estar relacionados a fatores como a escassez de alimento, algo típico da época seca, quando o nível da água diminui, ou a defesa de seus ninhos. Neste sentido, nas áreas onde há presença de piranhas, a precaução é importante.
É verdade que piranhas devoram humanos?
A imagem de piranhas devorando uma pessoa em segundos pertence mais ao mundo das lendas do que à realidade. Embora existam relatos de ataques na América do Sul, a grande maioria causa feridas leves e costuma ocorrer em circunstâncias específicas, como a presença de cardumes numerosos, águas pouco profundas, escassez de alimento ou defesa. Os incidentes fatais são extremamente raros e, geralmente, as piranhas se alimentam de cadáveres de pessoas já falecidas, geralmente por afogamento.
Também não é verdade que as piranhas sejam atraídas pelo sangue ou que ataquem em massa gado ou qualquer humano que cruze um rio.
Quanto tempo leva para uma piranha comer um ser humano?
Não há relatos científicos que respaldem a ideia de que um grupo de piranhas possa comer uma pessoa em questão de minutos, como muitas vezes é mostrado em filmes ou contos populares. Em condições naturais, um cardume pode se alimentar de maneira rápida quando encontra uma fonte abundante de alimento, mas a velocidade depende de múltiplos fatores, como o número de piranhas presentes, o tamanho da presa ou se ela já está morta.
Em casos documentados, como animais de grande porte presos em águas pouco profundas, o processo pode levar várias horas, não segundos. No caso dos humanos, os raros ataques fatais costumam estar relacionados a afogamentos, nos quais as piranhas atuam como animais carniceiros, alimentando-se do corpo já sem vida. Assim, a ideia de um esqueleto limpo em segundos pertence mais à ficção.
Aqui falamos dos animais carniceiros: "Animais carniceiros: tipos e exemplos".
O que uma piranha pode fazer com você?
Na maioria dos casos, uma piranha provoca somente feridas superficiais, geralmente em pés ou mãos, já que estas são as partes mais expostas quando as pessoas nadam. Embora existam relatos de incidentes massivos no Brasil, Argentina e Bolívia, quase sempre se trata de mordidas isoladas que requerem atenção médica básica, mas que raramente colocam a vida em risco. Os casos fatais são excepcionais e costumam estar associados a circunstâncias específicas, como afogamentos ou a presença de cardumes muito grandes.
Quando a piranha ataca?
Os registros de ataques mostram que a maioria dos incidentes com piranhas ocorre em águas pouco profundas, onde as pessoas costumam tomar banho. Também ocorrem em lugares onde o alimento é escasso ou durante a temporada de reprodução, quando os peixes protegem seus ninhos. Por outro lado, identificou-se que, em áreas onde há pescadores com iscas e pessoas se banham nas proximidades, os respingos de água, especialmente os provocados pelas crianças, podem atrair as piranhas, desviando sua atenção da isca da pesca para os banhistas.
Como se proteger de piranhas?
A prevenção é a melhor forma de se proteger, sendo cuidadoso em lugares desconhecidos ou onde tenham sido relatados incidentes anteriormente. É importante que, ao visitar zonas de rios ou lagos nas regiões mencionadas, se verifique se há presença de piranhas para evitar incidentes. Em alguns lugares, foram construídas barreiras protetoras que permitem banhar-se com mais segurança, mas a informação sobre a região é indispensável. Além disso, é recomendável recorrer a espaços recreacionais suficientemente conhecidos e gerenciados pelas autoridades locais.
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