Curiosidades do mundo animal

Origem e evolução dos primatas

Giselly Lillmans
Por Giselly Lillmans. 31 outubro 2018
Origem e evolução dos primatas

A evolução dos primatas e a sua origem causou uma grande controvérsia e uma multitude de hipóteses desde o início desses estudos. Essa extensa Ordem de mamíferos, à qual pertencem as pessoas, é uma das mais ameaçadas pelo ser humano.

Neste artigo do PeritoAnimal aprenderemos quem são os primatas, quais características os definem, como foi sua evolução e se é a mesma coisa falar de macacos e primatas. Explicaremos tudo abaixo, continue lendo!

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Índice

  1. Origem dos primatas
  2. Tipos de primatas
  3. Evolução dos primatas

Origem dos primatas

A origem dos primatas é comum a todos. Todas as espécies existentes de primatas compartilham um conjunto de características que as distinguem do restante dos mamíferos. A maioria dos primatas existentes vivem em árvores, por isso têm adaptações concretas que lhes permitem levar esse estilo de vida. Seus pés e mãos são adaptados para mover-se entre os ramos. O dedo polegar do pé é muito separado dos outros dedos (com exceção do ser humano), e isso lhes permite se agarrar com firmeza aos galhos. As mãos também tem adaptações, mas essas dependerão da espécie, como por exemplo o polegar opositor. Não possuem garras e unhas curvadas como os outros mamíferos, elas são planas e sem pontas.

Os dedos possuem almofadas táteis com dermatóglifos (impressões digitais) que lhes permitem fixar-se melhor aos ramos, além disso, nas palmas das mãos e dos dedos, existem estruturas nervosas chamadas corpúsculos de Meissner, que proporcionam um sentido de toque muito desenvolvido. O centro de gravidade do corpo está mais próximo das pernas, que também são os membros dominantes durante a locomoção. Por outro lado, o osso do calcanhar é mais longo que no resto dos mamíferos.

Uma das adaptações mais importantes nos primatas são os olhos. Primeiro, eles são muito grandes em relação ao corpo e, se falamos de primatas noturnos, eles são ainda maiores, ao contrário de outros mamíferos noturnos que usam outros sentidos para viver à noite. Esses olhos proeminentes e grandes são devidos à presença de um osso atrás do olho, que chamamos de órbita.

Além disso, os nervos ópticos (um para cada olho) não se cruzam completamente dentro do cérebro, como ocorre em outras espécies, nas quais a informação que entra pelo olho direito é processada no hemisfério esquerdo do cérebro e que entra pelo olho esquerdo é processada no lado direito do cérebro. Isso significa que, em primatas, as informações que entram através de cada olho podem ser processadas em ambos os lados do cérebro, o que proporciona uma compreensão muito mais ampla do ambiente.

O ouvido primata é caracterizado pelo surgimento de uma estrutura chamada ampola auditiva, formada pelo osso timpânico e pelo osso temporal, envolvendo o ouvido médio e interno. Por outro lado, o sentido olfativo parece ter sido reduzido, com o cheiro deixando de ser uma característica marcante desse grupo de animais.

No que diz respeito ao cérebro, é importante enfatizar que seu tamanho não é uma característica determinante. Muitos primatas têm cérebros menores do que qualquer mamífero médio. Os golfinhos, por exemplo, têm o cérebro, comparado ao corpo, quase tão grande quanto qualquer primata. O que diferencia o cérebro dos primatas são duas estruturas anatômicas únicas no reino animal: o sulco de Sylvia e o sulco de Calcarino.

A mandíbula e dentes dos primatas não sofreram grandes mudanças ou adaptações. Possuem 36 dentes, 8 incisivos, 4 caninos, 12 pré-molares e 12 molares.

Origem e evolução dos primatas - Origem dos primatas

Tipos de primatas

Dentro da classificação taxonômica dos primatas, encontramos duas subordens: a subordem "strepsirrhini", à qual pertencem os lêmures e lorisiformes, e a subordem "Haplorrhini", que inclui os tarsiers e macacos.

Estrepsirrinos

Os estrepsirrinos são conhecidos como primatas de nariz úmido, seu sentido de olfato não foi diminuído e continua sendo um de seus sentidos mais importantes. Neste grupo incluem-se os lêmures, moradores da ilha de Madagascar. São famosos por suas sonoras vocalizações, seus grandes olhos e seus hábitos noturnos. Existem cerca de 100 espécies de lêmure, entre elas o Lemur catta ou lêmure de cauda anelada, e o lêmure do alaotra, ou Hapalemur alaotrensis.

Outro grupo de strepsirrhines são os loris, muito semelhantes aos lêmures, mas habitantes de outras áreas do planeta. Entre suas espécies destacamos o loris delgado vermelho (Loris tardigradus), uma espécie muito ameaçada do Sri Lanka, ou os loris lento de Bengala (Nycticebus bengalensis).

Haplorrinos

Halplorrinos são primatas do nariz simples, eles perderam parte da capacidade olfativa. Um grupo muito importante é o dos tarsiers. Esses primatas vivem na Indonésia e são considerados animais diabólicos por causa de sua aparência. De hábitos noturnos, eles têm olhos muito grandes, dedos muito longos e um corpo pequeno. Ambos os grupos strepsirrhine e os tarsiers são considerados prossímios.

O segundo grupo de haplorrinos são os macacos, e eles geralmente são divididos em macacos do novo mundo, macacos do velho mundo e hominídeos.

  • Macacos do novo mundo: todos esses primatas vivem na América Central e na América do Sul. Sua característica principal é que têm a cauda preênsil. Entre eles encontramos os macacos bugio (gênero Alouatta), os macacos noturnos (gênero Aotus) e macacos aranha (gênero Ateles).
  • Macacos do velho mundo: estes primatas habitam a África e Ásia. São macacos sem cauda preênsil, chamados também de catarrinos porque tem o nariz para baixo, e também apresentam calosidades nas nádegas. Este grupo é formado pelos babuínos (gênero Theropithecus), macacos (gênero Macaca), cercopitecos (gênero Cercopithecus) e colobos (gênero Colobus).
  • Hominídeos: são os primatas sem cauda, também catarrinos. O ser humano pertence a este grupo, que compartilha com os gorilas (gênero Gorilla), chimpanzés (gênero Pan), bonobos (gênero Pan) e orangotangos (gênero Pongo).

Se interessou pelos primatas não humanos? Veja também: Tipos de macacos

Evolução dos primatas

Na evolução dos primatas, o fóssil mais relacionado a primatas modernos ou primatas data do final do Eoceno (cerca de 55 milhões de anos atrás). No início do Mioceno (25 milhões de anos atrás), espécies muito semelhantes às atuais começaram a aparecer. Existe um grupo dentro dos primatas, chamados plesiadapiformes ou primatas arcaicos, do Paleoceno (65 - 55 milhões de anos) que mostram certas características de primatas, embora esses animais sejam atualmente considerados como tendo divergido antes do aparecimento dos primatas e, mais tarde, eles foram extintos, então não seriam relacionados a eles.

Segundo os fósseis encontrados, os primeiros primatas conhecidos estão adaptados à vida arbórea e tem muitas das características principais que distinguem esse grupo, como é o crânio, os dentes e o esqueleto em geral. Esses fósseis foram encontrados na América do Norte, Europa e Ásia.

Os primeiros fósseis do Eoceno médio foram encontrados na China e correspondem aos primeiros parentes dos primatas (Eosímios), já extintos. Mais tarde foram identificados no Egito exemplares fósseis pertencentes às famílias extintas Adapidae e Omomyidae.

O registro fóssil documenta todos os grupos de primatas existentes, com exceção do lêmure malgaxe, que não possui fósseis de seus ancestrais. Por outro lado, há fósseis de seu grupo irmão, os lorisiformes. Esses restos foram encontrados no Quênia e têm cerca de 20 milhões de anos, embora novas descobertas mostrem que já existiam há 40 milhões de anos. Portanto, sabemos que os lêmures e lorisiformes se separaram há mais de 40 milhões de anos e formam a subordem dos primatas chamados strepsirrhines.

A outra subordem dos primatas, os haplorrinos, apareceu na China no Médio Eoceno, com a infraorder tarsiiformes. A outra infraordem, os símios, surgiu 30 milhões de anos atrás, no Oligoceno.

O aparecimento do gênero Homo, ao qual pertence o ser humano, ocorreu há 7 milhões de anos, na África. Quando apareceu o bipedalismo ainda não está claro. Há um fóssil queniano de que restam apenas alguns ossos longos que podem sugerir uma certa capacidade de locomoção bípede. O fóssil mais evidente do bipedalismo é de 3,4 milhões de anos atrás, antes do famoso fóssil de Lucy (Australopithecus afarensis).

Origem e evolução dos primatas - Evolução dos primatas

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Bibliografia
  • Groves, C. P., & Napier, J.R. (2018). Primate. Encyclopædia Britannica, inc.
  • Martin, R.D. (2012). Primates. Current Biology. 22 (18), 785 – 790.

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Guilherme Amadeu
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