Como saber se uma vaca está prenha?
Os veterinários podem diagnosticar se uma vaca está prenha através da detecção de sintomas de gestação, juntamente com a implementação de métodos científicos, sendo estes os mais adequados e precisos. Quanto mais cedo a prenhez de uma vaca for detectada, melhor será tanto para a vaca quanto para o bezerro por nascer. Isso ocorre porque é provável que a vaca receba cuidados médicos e alimentação adicional, além de reduzir a probabilidade de ser inseminada novamente diante da presença de um falso cio. Na verdade, foi comprovado que a inseminação por mais de uma vez é uma causa comum de aborto espontâneo em vacas prenhas recentemente.
Se você deseja aprender a maneira correta de como saber se uma vaca está prenha e a importância da detecção do falso cio em vacas prenhas, convidamos você a adquirir esse importante conhecimento através do seguinte artigo do PeritoAnimal. Confira!
Sintomas de uma vaca prenha
Ao falar sobre os sintomas de gravidez em uma vaca, pode surgir a seguinte pergunta: é possível identificar uma vaca prenha a olho nu? A resposta é não, não é possível. Você deve ter em mente que a maneira mais segura de confirmar se uma vaca está prenha é sempre por meio de métodos científicos, sobre os quais você aprenderá mais a frente neste mesmo artigo.
No entanto, antes que a vaca seja examinada por um médico veterinário qualificado, para descartar ou confirmar a prenhez, é possível observar alguns sintomas ou sinais que podemos associar a um possível estado gestacional.
Aqui você conhecerá 5 sintomas ou sinais clínicos que frequentemente podem estar presentes em uma vaca prenha, que são:
- Ausência de estro ou cio;
- Aumento do tamanho da úbere;
- Abdômen mais arredondado (formato de barril);
- Desinteresse dos bois em se acasalar com essa vaca;
- Níveis altos de progesterona no leite.
A seguir, contaremos "O que as vacas e os bois comem?".
Falso cio em vacas prenhas: o que é?
O termo "falso cio" em vacas prenhas refere-se a um comportamento reprodutivo estranho observado em algumas vacas gestantes que tendem a imitar os sinais e sintomas do cio ou estro, apesar de já estarem prenhas. O falso cio pode ocorrer em diferentes momentos durante a gestação de uma vaca e é mais comum nos primeiros meses de gestação.
Alguns dos sintomas ou características que podem ser observados no falso cio são:
- Inquietude e excitação excessiva;
- Monta em outros bovinos ou permitir ser montada por outros bovinos;
- Vocalizações intensas;
- Aumento da atividade e movimentação;
- Elevação da cauda e exposição da área genital.
As causas exatas do falso cio não estão completamente claras. Acredita-se que estejam relacionadas a mudanças hormonais e à interação de diferentes hormônios reprodutivos no corpo da vaca. Além disso, fatores como estresse, manejo inadequado, doenças ou desequilíbrios nutricionais podem influenciar o aparecimento do falso cio.
É importante ressaltar que o falso cio em vacas prenhas não requer nenhum tratamento específico, pois é um fenômeno normal e autolimitado. No entanto, é essencial acompanhar adequadamente o ciclo reprodutivo das vacas e ter um programa de manejo adequado para evitar confusões, pois às vezes os produtores podem pensar que a vaca não está prenha e precisar ser montada por um boi ou inseminada novamente.
Todavia, é importante ter em mente que uma vaca prenha não pode conceber novamente durante sua gestação e, em caso de dúvidas ou preocupações, é sempre recomendável consultar um veterinário especializado em reprodução animal de grandes espécies.
Não deixe de conferir o seguinte artigo do PeritoAnimal sobre "Vaca doente - sinais de dor em bovinos".
Como confirmar que uma vaca está prenha?
Vários métodos científicos podem ser usados para confirmar se uma vaca está prenha. Estes a seguir são frequentemente os mais utilizados:
- Palpação retal;
- Ultrassonografia transretal;
- Análise do sangue.
Palpação retal
A palpação retal é o método mais conhecido e amplamente utilizado pelos veterinários especializados em grandes animais. Isso ocorre porque garante o diagnóstico precoce da prenhez, ou seja, entre 45 e 90 dias após a cobrição, que pode ter sido por monta natural (contato sexual entre o macho e a fêmea) ou inseminação artificial.
Para realizar a palpação retal, o veterinário introduz a mão pelo reto da vaca, que é elástico o suficiente para permitir a exploração completa do útero e dos ovários da vaca. Isso permite ao veterinário fazer uma estimativa do estágio de gestação da vaca e uma aproximação da data provável de parto.
É importante ressaltar que um veterinário especializado em grandes animais e experiente pode identificar uma vaca prenha com 98% de precisão em apenas 5 a 10 segundos de palpação retal.
Ultrassonografia transretal
A ultrassonografia transretal utiliza uma unidade computadorizada que permite ao veterinário ver literalmente o que há dentro da vaca. Existem duas partes importantes nessa unidade de ultrassom:
- O painel de controle, sendo a tela;
- O transdutor ou sonda, inserido no reto da vaca. Ele emite e recebe ondas sonoras direcionadas ao útero para criar uma imagem na tela do painel de controle.
A densidade dos tecidos varia com os ossos, músculos, tendões e fluidos dentro do corpo. Quanto mais denso o tecido, mais rápido as ondas sonoras retornam à sonda e mais brilhantes aparecem na tela. Portanto, os ossos aparecem como áreas brilhantes, enquanto os fluidos, como urina, folículos, líquido amniótico, vasos sanguíneos, etc., aparecem como áreas escuras. Devido às diferenças nas densidades dos tecidos, a sonda permite ao operador visualizar diferentes estruturas, músculos e partes do feto.
O momento ideal para realizar a ultrassonografia transretal é de 26 dias após a cobrição em novilhas (fêmeas bovinas que nunca tiveram crias) e 28 dias após a cobrição em vacas (fêmeas bovinas que já tiveram crias). No entanto, é importante ressaltar que um veterinário experiente poderá identificar uma vaca prenha assim que os batimentos cardíacos fetais começarem, o que ocorre cerca de 21 a 22 dias após a cobrição.
Comparando os métodos de palpação retal e ultrassonografia transretal, a ultrassonografia possui várias vantagens, tais como:
- Menor manipulação do útero;
- Maior precisão na identificação de uma vaca prenha;
- Maior precisão na determinação da idade fetal;
- Possibilidade de avaliar a viabilidade da prenhez;
- Capacidade de detectar gestações gemelares e identificar o sexo do feto ou fetos.
Análise do sangue
Os exames de sangue são usados para detectar proteínas específicas da gestação presentes no soro sanguíneo. As glicoproteínas associadas à gestação, conhecidas como PAGs (pregnancy-associated glycoproteins, em inglês) são enzimas proteolíticas inativas expressas na placenta e frequentemente consideradas marcadores de reconhecimento da gestação.
Ao contrário do hormônio progesterona, que está geralmente associado à gestação, as PAGs estão presentes apenas durante a prenhez e entre 60 e 90 dias após o parto, tornando-as o melhor meio para confirmar a prenhez de uma vaca. Os exames de sangue não determinam a idade gestacional de uma novilha ou vaca, mas fornecem informações sobre se a fêmea bovina está prenha ou não.
No entanto, como acontece com qualquer método de confirmação de prenhez, o "quando" o exame de sangue é realizado é importante. Para garantir resultados satisfatórios, o exame de sangue deve ser realizado até que a vaca tenha 90 dias de pós-parto ou quando a vaca tiver entre 30 a 50 dias de gestação. É importante lembrar que as amostras devem ser enviadas a um laboratório especializado para análise, o que pode resultar em atraso de vários dias ou semanas para obter os resultados, o que é uma desvantagem em comparação com os outros dois métodos de confirmação de prenhez mencionados anteriormente.
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- Lucy, M., Green, J., & Poock, S. (2011). Pregnancy determination in cattle: A review of available alternatives. Proceedings, Applied Reproductive Strategies in Beef Cattle, 31, 367-376.
- Romana, J., Thompson, J., Forrest, D., Westhusin, M., Tomaszweski, M., & Kraemer, D. (2006). Early pregnancy diagnosis by transrectal ultrasonography in dairy cattle. Theriogenology, 66(4), 1034-1041.