Quais os tipos de castores?
Os castores são os segundos maiores roedores do mundo, depois dos capivaras. Existem duas espécies: o castor norte-americano (Castor canadensis) e o castor euroasiático (Castor fiber). Ambos são animais fascinantes com um papel importante nos ecossistemas onde vivem. Seus hábitos são semi-aquáticos e possuem uma habilidade impressionante para a construção de diques e tocas, o que provoca mudanças na dinâmica do habitat onde se desenvolvem. Embora essas duas espécies de roedores compartilhem certas características, também apresentam diferenças. Neste artigo do PeritoAnimal, apresentamos informações específicas sobre os quais os tipos de castores.
Castor norte-americano (Castor canadensis)
O castor norte-americano, identificado cientificamente como Castor canadensis, é uma das espécies de castores. É nativo do Canadá, Estados Unidos e México, mas foi introduzido e atualmente existe na Argentina, Bélgica, Finlândia, Alemanha, Luxemburgo e Rússia.
Vejamos as características do castor norte-americano:
- Pelagem: de cor marrom-avermelhada ou negruzca, brilhante e impermeável, com pelos superiores mais grossos que os inferiores.
- Orelhas: redondas, curtas e de cor marrom escuro.
- Patas: as dianteiras são mais curtas que as traseiras, fazendo com que o castor seja mais alto na parte posterior do corpo. As patas traseiras têm membranas entre os dedos, um traço condizente com sua vida semi-aquática.
- Cranio e dentes: bastante grandes, essenciais para cortar madeiras duras como carvalhos e bordos, com as quais constrói os diques. Os incisivos superiores medem cerca de 5 mm de largura e aproximadamente 25 mm de comprimento, e crescem ao longo de toda a vida.
- Adaptações aquáticas: as fossas nasais, as orelhas e as membranas oculares se fecham quando o castor se mergulha na água.
- Glândulas anais: presentes em machos e fêmeas, localizadas na base da cauda, produzem uma substância que os castores utilizam para marcar o território e cuidar do pelo.
- Cauda: larga e plana, utilizada para estabilizar-se em terra quando se senta e como leme enquanto nada.
- Tamanho e peso: esta espécie pesa entre 13 e 32 kg e mede entre 90 cm e 1,10 m.
Habitat
O habitat do castor norte-americano está localizado perto de lagos e riachos com acesso a alimentos e madeira. Esses roedores vivem em tocas construídas em ilhas ou nas margens de pântanos ou lagos. As tocas costumam estar ligeiramente acima do nível da água e têm uma ou duas entradas que levam a uma câmara central feita de ramos, musgos e barro.
Os castores se destacam por sua capacidade de construir represas para controlar o fluxo de água e depois fazer suas tocas. Em locais com correntes lentas, as represas são retas, mas em correntes mais fortes, as construções são curvas para dar estabilidade.
Alimentação e costumes
O castor norte-americano é um animal herbívoro, que come cascas, tecido esbranquiçado sob a casca, plantas aquáticas, brotos e raízes. Se alimenta de plantas como salgueiros, bordos e álamos.
Tem hábitos monogâmicos, mas se um parceiro morre, o sobrevivente pode encontrar outro. Os castores norte-americanos costumam viver em famílias de cerca de oito indivíduos.
Seu estado de conservação é de menor preocupação, mas a caça por sua pele e a derrubada de árvores afetam negativamente a espécie.
Castor euroasiático (Castor fiber)
O castor euroasiático, cujo nome científico é Castor fiber, é nativo da Alemanha, Bielorrússia, China, Rússia, Cazaquistão, Luxemburgo, Mongólia e Noruega. Está extinto na Moldávia, Portugal, Turquia e Reino Unido, mas foi reintroduzido em outros países como Áustria, Bélgica, Croácia, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Hungria, Itália, Países Baixos, Polônia, Romênia, Suécia, Suíça e Ucrânia, entre outros.
Entre as características do castor euroasiático, encontramos:
- Tamanho e peso: os membros desta espécie pesam entre 13 e 35 kg e medem de 73 cm a 1,35 m, sendo um tipo de castor maior.
- Pelagem: a pelagem tem duas camadas, uma interna, suave e densa, de cor cinza escuro, e uma externa, com pelos rígidos, longos e de cor marrom-avermelhada.
- Glândulas: na abertura da cloaca, há duas glândulas que produzem uma substância com cheiro forte usada para marcar o território e impregnar a pelagem.
- Orelhas e focinho: tem orelhas pequenas e um focinho rombo.
- Adaptações aquáticas: quando se mergulha na água, suas orelhas, fossas nasais e as membranas nictitantes dos olhos se fecham.
- Cauda: a cauda não tem pelagem, é larga, oval e preta.
- Patas: as patas traseiras são palmadas e os dedos internos têm uma unha usada para o cuidado da pelagem.
- Crânio e dentes: seu crânio é menor que o do castor norte-americano. Tem um pregueado na boca que lhe permite roer galhos enquanto está submerso. Seus dentes incisivos são bastante grandes.
- Dimorfismo sexual: fêmeas e machos são bastante similares, mas as fêmeas são um pouco maiores.
Habitat
O castor euroasiático desenvolve-se em habitats semi-aquáticos, vivendo perto de riachos, lagos, canais e pântanos. Geralmente está situado em áreas bordeadas por florestas, mas também pode estar presente em espaços agrícolas e até mesmo em áreas suburbanas. Em algumas regiões onde vive, há meses com gelo, e ele pode viver sem problemas devido à presença da água. Prefere corpos d'água tranquilos ou com correntes lentas.
Esta espécie de castor constrói tocas nas margens dos corpos d'água se forem locais apropriados; caso contrário, constrói-as longe da água.
Alimentação e costumes
Assim como o anterior, este tipo de castor é herbívoro e se alimenta principalmente de cascas e madeira, o tecido encontrado entre a casca e a madeira, folhas, brotos e plantas aquáticas.
Esta espécie vive em grupos de cerca de 12 indivíduos e tem hábitos principalmente noturnos. Formam pares estáveis, pois é uma espécie monogâmica, e o casal domina o grupo. Também tem uma capacidade significativa para construir represas, o que influencia os ecossistemas ao mudar a dinâmica da água e dos nutrientes; no entanto, suas construções são menores do que as realizadas pelos castores norte-americanos.
Seu estado de conservação é de menor preocupação, mas foi caçado por muito tempo para obter sua pele, consumir sua carne e extrair o castóreo, que corresponde às suas glândulas odoríferas. A alteração dos pântanos também foi uma causa de afetação. No entanto, suas populações nos últimos anos têm crescido rapidamente e não enfrentam ameaças significativas.
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