Leopardo-árabe
Os leopardos (Panthera pardus) são belos mamíferos nativos da África e Ásia, dos quais foram identificadas oito subespécies. São animais caracterizados por serem excelentes predadores, com uma agilidade típica dos felinos e, ainda que não são os maiores do grupo, não deixam de surpreender por suas capacidades de caça. Dentro das subespécies, nos encontramos com o leopardo-árabe (P. p. nimr), que falaremos sobre nesta ficha do PeritoAnimal. Te convidamos a continuar lendo para conhecer as principais características do leopardo-árabe, seu habitat e estado de conservação.
- Ásia
- Arábia Saudita
- Emirados Árabes Unidos
- Iêmen
- Israel
- Jordânia
- Omã
Características do leopardo-árabe
Os diferentes tipos de leopardos possuem certos traços em comum, no entanto, em alguns casos, como nesta subespécie, existem aspectos distintivos que nos permitem diferenciá-los uns dos outros. Vamos conhecer a seguir as características do leopardo-árabe:
- Existe dimorfismo sexual, já que os machos são maiores e mais pesados que as fêmeas. Assim, os primeiros possuem comprimentos entre 1,80 e 2 metros, e pesos médio de 30 kg aproximadamente, enquanto que as segundas de 1,60 a 1,90 metros e peso aproximado de 20 kg.
- O leopardo-árabe se caracteriza por ser a menor subespécie do grupo, no entanto, é o felino de maior tamanho em toda a Península Arábica.
- A coloração da pelagem é amarela e pode variar entre diferentes tons como pálido, intenso, avermelhado ou acinzentado.
- Possui o padrão de rosetas pretas característico da espécie.
- Como geralmente ocorre com este tipo de animal, suas patas são curtas em relação ao longo corpo.
- A cabeça é larga, com crânio grande e mandíbulas potentes.
- Suas orelhas são arredondadas.
- Apresenta bigodes de pelos brancos e compridos.
Conheça as diferenças entre onça-pintada, guepardo e leopardo.
Habitat do leopardo-árabe
O leopardo-árabe vive principalmente na área de Dhofar, no sudoeste de Omã, pertencente à costa sudeste da Península Arábica, assim como o distrito de Hawf, localizado no noroeste de Yemen, neste caso ao sul da península. Por outro lado, existem algumas pequenas populações na Arábia Saudita, na Judéia de Israel e no Negev, ainda que os registros mais recentes não foram confirmados de novo sua presença nestes locais.
Este felino também habitou a península de Musandam de Omã e os Emirados Árabes Unidos, ainda que se suspeita que foi extinto dessas regiões, bem como da Jordânia e da Península do Sinai Egípcia.
E quanto às características do habitat do leopardo-árabe, esta subespécie se desenvolveu principalmente em espaços montanhosos, estepes, áreas com vegetação abundante e, com menor frequência, em terras baixas, ecossistemas desérticos, planícies e zonas costeiras.
Hábitos do leopardo-árabe
Existem poucas informações sobre os hábitos do leopardo-árabe, provavelmente porque se desenvolve em espaços remotos e de difícil acesso para as pessoas. É um animal principalmente solitário, com exceção das épocas de reprodução e as mãe quando cuidam de suas crias. Ainda que são de hábitos principalmente noturnos, também podem se movimentar durante o dia.
Comumente tem uma forte competição por presas com o caracal (Caracal caracal) e o lobo árabe (Canis lupus arabs), no entanto, dada a pressão tão forte que esse tipo de leopardo tem recebido, tem uma desvantagem que afeta sua sobrevivência. Seu alcance de distribuição está em função da disponibilidade de presas e condições do habitat.
Alimentação do leopardo-árabe
O leopardo-árabe, como todos os demais, é um predador, de modo que é um carnívoro. Suas presas principais são de tamanhos médios a pequenos e dependem principalmente da presença das mesmas na área de distribuição do felino. Neste sentido, a alimentação do leopardo-árabe pode ser constituída por:
- Gazelas
- Cabras da montanha
- Lebres
- Hyraxes
- Porco-espinho
- Ouriços do deserto
- Roedores
- Aves
- Insetos
- Camelos
- Gado
- Burros
- Ovelhas
Não perca este outro artigo onde falamos sobre por que o leopardo-das-neves está ameaçado de extinção.
Reprodução do leopardo-árabe
Como mencionamos, os estudos do comportamento da espécie são limitados, o que inclui seu modo de reprodução. No entanto, o mesmo deve ser similar ao da espécie em geral. Os leopardos podem ter vários pares ao longo de sua etapa reprodutiva. Se sabe que em algumas áreas tiveram momentos de acasalamento no mês de março.
O período de gestação das fêmeas dura aproximadamente 13 semanas e tem ninhadas entre 2 a 4 filhotes. Estes filhotes, ao nascer, dependem totalmente dos cuidados maternos, já que são cegos e não podem se manter por si mesmos. No primeiro mês, aproximadamente, já começam a sair do buraco ou toca em que nasceram, mas não se desmamam até os dois meses e se mantém com sua mãe por uns dois anos, que é quando ficam independentes por completo.
Estado de conservação do leopardo-árabe
O leopardo em geral está classificado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) na categoria de vulnerável. No entanto, existem distinção em algumas subespécies, como é o caso do leopardo-árabe, que muito lamentavelmente está considerado em perigo crítico de extinção.
O relatório mais recente é do ano de 2020, realizado pela UICN, e indica que deve existir entre 45 a 200 indivíduos, algo preocupante para uma população geral de uma espécie. As ameaças que causaram tal situação estão relacionadas com a caça direta, relacionada com a comercialização como troféus, por seus supostos benefícios medicinais e represálias porque os leopardos podem atacar o gado quando não encontram presas para se alimentar. Também a fragmentação do habitat e a drástica diminuição de presas naturais influenciaram esta situação.
Ainda não são suficientes, as medidas de conservação incluem a consideração do leopardo dentro do Apêndice I da Conservação sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES), assim como as regulações de caça e o estabelecimento das áreas protegidas onde vive este animal, ainda que estas representam um mínimo de porcentagem do habitat nesses países.
- Hunt, A. (2011). Panthera pardus. Animal Diversity Web. Disponível em: https://animaldiversity.org/accounts/Panthera_pardus/
- Stein, A. B.; Athreya, V.; Gerngross, P.; Balme, G.; Henschel, P.; Karanth, U.; Miquelle, D.; Rostro-Garcia, S.; Kamler, J. F.; Laguardia, A.; Khorozyan, I.; Ghoddousi, A. (2020). Panthera pardus (amended version of 2019 assessment). The IUCN Red List of Threatened Species. Disponível em: https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2020-1.RLTS.T15954A163991