Animais granívoros - Tipos, alimentação e exemplos

Dentro dos animais herbívoros encontramos os granívoros. Os animais granívoros são aqueles que baseiam sua alimentação em grãos ou sementes, que seria o termo mais adequado. Neste sentido, diversas espécies estão adaptadas para que sua dieta e os nutrientes que necessitam sejam retirados desta parte das plantas, que é indispensável para a reprodução de muitas delas.

Os animais granívoros podem ser classificados em dois tipos:

• Granívoros herbívoros: consomem além de sementes outras fontes de vegetais.
• Granívoros onívoros: incluem em menor proporção animais ou restos destes.

Impactação dos animais granívoros no ecossistema

É importante mencionar que a alimentação a base de sementes é um processo que estabelece uma interação planta-animal de suma importância ecológica e evolutiva. E quanto ao primeiro aspecto, isto se deve pois os animais podem consumir as sementes antes ou depois da dispersão das mesmas, por isso existem diferenças se comem as sementes diretamente da planta, quando ainda permanece na mesma, ou ao contrário, depois que caírem na superfície do solo ou inclusive estando enterradas. Em geral, as sementes que se mantenham na planta mãe ou inclusive no solo perto dela são mais propensas a serem consumidas pelos animais do que as que se dispersam, ou seja, aquelas que se afastam da planta de origem. Agora, o que isso implica exatamente? Quando as sementes são ingeridas por um animal, o processo reprodutivo da planta é interrompido.

Em relação ao aspecto evolutivo, em certos casos as plantas desenvolveram mecanismos de defesa para evitar que suas sementes sejam consumidas e os animais atravessaram essas defesas para alcançar seu objetivo e poder se alimentar. Também podemos mencionar que as sementes que não se dispersam ou ficam próximas da planta mãe possuem certas características, principalmente químicas, diferentes de quando estão dispersas, o que poderia indicar preferências de consumo que as espécies granívoras possuem.

O aspecto anterior indica então que os mecanismos que os animais utilizam para consumir as sementes podem variar dependendo do lugar onde se encontram e das condições das mesmas, porque não é o mesmo consumir uma semente que esteja dentro do fruto e unida à planta do que comer uma que esteja no chão. Por outro lado, o consumo de sementes por parte dos animais pode interferir de forma importante tanto na dispersão como na posterior reprodução das plantas porque a ingesta termina por impedir este processo, como já mencionamos. Em relação a isso, foi sugerida a ideia de que certas espécies de animais introduzidas nas lavouras, das quais se alimentam de ervar daninhas, podem ser excelentes controladores biológicos deste tipo de vegetação.

Segundo o tipo de alimentação, os animais possuem adaptações particulares para poder ter um ou outro tipo de dieta, de forma que a boca, os dentes, o sistema digestivo e inclusive a capacidade para pegar o alimento se adaptam de certa forma. No entanto, nem todos os animais granívoros podem consumir as sementes da mesma forma, alguns, por exemplo, necessitam que elas comecem a ficar maduras e inclusive a produzir mudas para ingeri-las, enquanto que outros são especializados a consumir em qualquer estado.

E quanto às adaptações dos animais granívoros, primeiramente podemos mencionar a boca que é uma das principais estruturas para poder ter este tipo de dieta. Assim, a boca pode estar constituída por um bico forte para poder romper as sementes, como é o caso das aves. Outro exemplo que temos são alguns roedores que possuem fortes dentes incisivos com crescimento contínuo durante a vida do animal. Além disso, podemos mencionar alguns insetos, como espécies de formigas, que possuem mandíbulas fortes, capazes de romper e consumir o tecido da semente. Mas a boca não serve somente para romper e consumir os grãos, também como no caso de certos roedores, como os esquilos, a utilizam para transportar várias sementes até a toca ou ninho onde a armazenam.

Também, segundo o grupo de animais, existem certas adaptações no sistema digestivo para o consumo de sementes. Um exemplo é a moela ou estômago muscular nas aves, que não possuem dentes para triturar o alimento, mas apresentam esta estrutura distinta do estômago verdadeiro, que possui tecidos especializados e utiliza pequenas rochas consumidas pelo animal (gastrólitos) para triturar os alimentos. Claro que também é importante mencionar que nas aves não consumidoras de sementes como fonte principal de alimentação, esta adaptação também possui um papel importante.

Por outro lado, certos roedores têm um sistema digestivo dividido em duas câmaras, bem como um intestino grosso moderadamente complexo e presença de bactérias, o que os permite ter uma dieta principalmente a base de sementes ou grãos e extrair destas os nutrientes necessários para sua subsistência.

Como vimos ao longo do artigo, em diferentes grupos de animais encontramos os granívoros, de forma que temos vários exemplos de insetos, aves e mamíferos. Vamos conhecer os casos particulares e o tipo de sementes que consomem:

• Formiga colhedora da Flórida (Pogonomyrmex badius): come principalmente sementes de plantas herbáceas.
• Diversas espécies de grilos (Teleogryllus emma, Velarifictorus micado, Loxoblemmus spp., entre outros): se alimentam de sementes de ervas daninhas.
• Gorgulho do feijão (Família Chrysomelidae): consomem sementes ou grãos de leguminosas.
• Broca ou gorgulho do café (Hypothenemus hampei): comem sementes e frutos de plantas de café.
• Hamster-comum (Cricetus cricetus): se alimenta de sementes de leguminosas e nozes, entre outras.
• Esquilo-vermelho (Sciurus vulgaris): come sementes de coníferas, faias, bolotas e nozes.
• Esquilo-da-Mongólia (Jaculus jaculus): consome sementes de plantas desérticas.
• Papagaios (Família Psittacidae): comem uma ampla variedade de sementes de frutas.
• Canário selvagem (Serinus canaria): come sementes de diversas plantas herbáceas e frutíferas.
• Cacatua (Nymphicus hollandicus): consome sementes de diversas plantas herbáceas, arbustos e árvores, que retira diretamente da planta ou seca do solo.

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