Tipos de arraias
As arraias são um dos grupos de animais marinhos mais fascinantes e emblemáticos dos oceanos. Apesar de seu grande tamanho, são pacíficas e se alimentam principalmente de plâncton, que filtram enquanto nadam. Conhecidas por seu porte impressionante e suas nadadeiras em forma de asas, essas criaturas habitam mares tropicais e subtropicais, movendo-se com elegância tanto em águas costeiras quanto profundas ao redor do mundo.
Se você quer saber mais sobre as arraias, não perca este artigo da PeritoAnimal, onde contaremos sobre os diferentes tipos de arraias que vivem em nossos oceanos. Vamos lá!
- Jamanta (Manta birostris)
- Manta alfredi (Mobula alfredi)
- Arraia-diabo-gigante (Mobula mobular)
- Arraia-espinhosa (Mobula thurstoni)
- Arraia chilena (Mobula tarapacana)
- Ratão-águia (Myliobatis aquila)
- Arraia-anã (Mobula kuhlii)
- Arraia japonesa (Mobula japanica)
- Raia de espinho curto (Bathytoshia brevicaudata)
- Raia-borboleta (Gymnura altavela)
Jamanta (Manta birostris)
Ela detém o título de ser a maior arraia, além de ser a mais conhecida, com uma envergadura que pode alcançar até 7 metros e um peso em torno de 1.350 kg. Está amplamente distribuída pelos oceanos tropicais e subtropicais, habitando tanto águas costeiras quanto profundas.
É famosa por suas longas migrações, percorrendo frequentemente milhares de quilômetros em busca de alimento. Sua dieta é composta por plâncton, pequenos crustáceos e peixes, que captura filtrando a água através de suas brânquias.
A jamanta é um exemplo de animal solitário, embora, às vezes, possa ser vista em pequenos grupos. É comum aproximar-se de estações de limpeza em recifes, onde peixes menores removem parasitas e limpam sua pele. Suas migrações estão relacionadas à disponibilidade de alimento e às correntes marinhas.
Devido ao seu crescimento lento e baixa taxa de reprodução, a jamanta está classificada como “Em Perigo” na Lista Vermelha da UICN. A captura acidental e a caça dirigida para o uso de suas brânquias na medicina tradicional são algumas das ameaças que enfrenta.
Manta alfredi (Mobula alfredi)
Também conhecida como jamanta-de-recife, esse tipo de arraia é menor que a manta gigante, podendo alcançar uma envergadura de até 5 metros. É encontrada principalmente nas águas quentes do Indo-Pacífico, desde a costa leste da África até o Havaí. Essa espécie é mais comum em áreas próximas aos recifes de coral, onde encontra abrigo e alimento. Frequentemente, é observada em grupos, especialmente em locais ricos em plâncton, sua principal fonte de alimento.
Ela se alimenta principalmente de plâncton, que captura enquanto nada lentamente perto da superfície. Esse comportamento faz com que seja uma das espécies mais fáceis de ser observada por mergulhadores e praticantes de snorkeling.
Por estar próxima a áreas turísticas de mergulho, é uma das espécies mais estudadas e monitoradas. É comum encontrar arraias de recife em estações de limpeza, onde pequenos peixes removem parasitas de sua pele.
Arraia-diabo-gigante (Mobula mobular)
Também conhecida como arraia do Mediterrâneo, é uma espécie relativamente grande, podendo alcançar até 5 metros de envergadura. Apesar de seu tamanho imponente, é tímida e difícil de ser observada. Sua distribuição está limitada principalmente ao mar Mediterrâneo e a algumas partes do Atlântico oriental. Frequentemente, é encontrada em águas mais profundas, mas ocasionalmente pode ser vista próxima à superfície.
A arraia-diabo é conhecida por seus saltos acrobáticos fora d'água, um comportamento que ainda não foi totalmente compreendido. Acredita-se que esses saltos possam ser uma forma de comunicação ou um mecanismo para se livrar de parasitas. Sua dieta é composta por plâncton e pequenos peixes.
Essa espécie está classificada como “Em Perigo”. A captura acidental em redes de pesca e a pesca dirigida em algumas regiões do Mediterrâneo são as principais ameaças à sua sobrevivência.
Arraia-espinhosa (Mobula thurstoni)
Essa espécie de arraia se destaca pela presença de um espinho venenoso e afiado na cauda, característica que a diferencia de outras arraias. No entanto, esse espinho raramente é utilizado para defesa contra predadores. Ela habita os oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, principalmente em águas profundas, embora ocasionalmente possa ser vista na superfície. Sua envergadura pode chegar a 1,80 metro, e sua dieta é composta principalmente por plâncton e pequenos peixes.
Embora seja uma espécie de águas profundas, a arraia-espinhosa possui adaptações que lhe permitem sobreviver em diferentes habitats. É uma excelente nadadora e realiza mergulhos profundos em busca de alimento. Também visita zonas costeiras quando há abundância de comida.
Assim como muitas outras arraias, está classificada como “Em Perigo” devido à captura acidental em atividades pesqueiras e à destruição de seu habitat. Sua capacidade de se adaptar a diferentes ambientes tem ajudado a evitar um declínio populacional ainda maior.
Arraia chilena (Mobula tarapacana)
A arraia chilena ou cornuda é uma espécie que prefere as águas mais frias do Pacífico oriental, desde as costas do Chile até o norte do México, embora também possa ser encontrada em outros oceanos ao redor de zonas tropicais. É uma das arraias que se mergulham mais profundamente, alcançando profundidades de até 1.800 metros. Possui um corpo robusto e compacto, com envergadura que pode superar os 3 metros.
A capacidade da arraia chilena de realizar mergulhos tão profundos a diferencia de outras espécies. Essas imersões provavelmente permitem que ela acesse presas indisponíveis para outras arraias, como cefalópodes e peixes de águas abissais.
Por conseguir mergulhar a grandes profundidades, essa espécie é menos propensa a ser capturada em redes de pesca de superfície, o que tem contribuído para a preservação de suas populações. No entanto, assim como outras espécies, também está classificada como “Em Perigo” na Lista Vermelha da IUCN.
Ratão-águia (Myliobatis aquila)
A ratão-águia, embora não seja tecnicamente uma arraia, possui uma aparência semelhante e compartilha vários comportamentos com essas espécies. Habita as águas do Atlântico oriental e do Mediterrâneo. Essa espécie é conhecida por suas grandes nadadeiras peitorais em forma de asas, que lhe conferem uma envergadura de até 2 metros. Costuma ser vista nadando próximo ao fundo do mar em busca de presas, como crustáceos e moluscos, que tritura com suas poderosas mandíbulas.
Diferentemente das arraias, que filtram plâncton da água, a raia-águia-comum utiliza sua mandíbula forte para esmagar as conchas de moluscos e caranguejos. Esse tipo de alimentação é comum entre as raias que vivem no fundo marinho.
Embora seja uma espécie amplamente distribuída, enfrenta sérias ameaças devido a atividades humanas, como a pesca de arrasto e a poluição dos fundos marinhos. Atualmente, está classificada como “Em Perigo Crítico” na Lista Vermelha da IUCN.
Arraia-anã (Mobula kuhlii)
Com uma envergadura que pode alcançar pouco mais de 1 metro, essa é a menor de todas as espécies de arraias. Habita as águas tropicais quentes do Indo-Pacífico e é conhecida por sua agilidade e velocidade. Seu tamanho reduzido permite que se mova rapidamente em busca de alimento, principalmente plâncton. É uma espécie social e frequentemente encontrada em grandes grupos, especialmente em áreas ricas em alimento.
Diferentemente das espécies maiores, a arraia-anã costuma formar grandes cardumes, o que oferece proteção contra predadores. Seu pequeno porte e seus movimentos ágeis a tornam difícil de capturar, garantindo certa resistência às ameaças. No entanto, assim como outras arraias, enfrenta desafios relacionados à pesca acidental e à degradação dos recifes de coral, estando atualmente classificada como “Em Perigo” na Lista Vermelha da IUCN.
Arraia japonesa (Mobula japanica)
A arraia-japonesa ou arpão (Mobula japanica) – Essa espécie habita as águas temperadas do Pacífico Noroeste, especialmente ao redor do Japão e da Coreia. Este tipo de arraia pode alcançar até 3 metros de envergadura e é conhecida por suas migrações costeiras.
Durante o verão, ela se desloca para águas mais quentes em busca de alimento, enquanto no inverno migra para águas mais profundas. Sua alimentação é baseada principalmente em plâncton, mas também inclui pequenos peixes e crustáceos. No verão, é comum avistá-la próxima à superfície, enquanto no inverno prefere águas mais profundas.
As arraias japonesas são vulneráveis à pesca incidental e estão classificadas como “Em Perigo” na Lista Vermelha da IUCN. No entanto, sua capacidade de migrar para diferentes áreas tem ajudado a protegê-las da sobreexploração em algumas regiões.
Raia de espinho curto (Bathytoshia brevicaudata)
Bathytoshia brevicaudata, embora não seja uma verdadeira arraia, essa espécie compartilha muitas características similares. É uma das maiores raias, alcançando até 4 metros de envergadura e pesando mais de 350 quilos. Ela habita a região sudoeste do Pacífico, especialmente ao longo das costas da Austrália e da Nova Zelândia. Sua característica distintiva é uma espinha curta e venenosa na cauda, usada para se defender de predadores.
A raia de espinho curto é frequentemente encontrada em águas costeiras e em fundos arenosos, onde se alimenta de moluscos e crustáceos. Embora seja uma nadadora lenta, é capaz de realizar movimentos rápidos para escapar de predadores marinhos ou da interferência humana.
Raia-borboleta (Gymnura altavela)
A raia-borboleta, com seu corpo achatado e asas estendidas, essa espécie tem uma aparência que lembra uma borboleta. Ela habita as águas costeiras do Atlântico, desde a América do Norte até a América do Sul, podendo atingir até 2 metros de envergadura. É conhecida por seu comportamento tranquilo e pela capacidade de deslizar suavemente sobre o fundo do oceano. Diferentemente das arraias, a raia-borboleta passa a maior parte do tempo próxima ao fundo marinho, onde se alimenta de pequenos peixes e crustáceos.
A raia-borboleta utiliza seu corpo plano para escavar o fundo arenoso em busca de presas. Sua dieta consiste principalmente em pequenos peixes e crustáceos, que captura com mandíbulas especializadas.
Devido à captura acidental pela pesca de arrasto e à pesca direcionada por sua carne, essa espécie também está classificada como “Em Perigo” na lista vermelha da IUCN.
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- de Jesús Gómez-García, M., & Godínez-Siordia, D. E. (2013). ASPECTOS BIOLÓGICOS Y ECOLÓGICOS DE LA MANTA GIGANTE MANTA BIROSTRIS (WALBAUM, 1792). Juyyaania, 1(1), 31-41.
- Salomón Aguilar, C. A. (2015). Zonas prioritarias de conservación de rayas y mantarrayas en el noroeste del Pacífico mexicano. Ciencia pesquera, 23(2), 77-99.
- The UICN Red List of Threatened Species. Disponible en: https://www.iucnredlist.org/