Qual a diferença de uma rena para um alce?

Não, a rena e o alce são espécies distintas. A rena (Rangifer tarandus), também chamada de caribu na América do Norte, é um tipo de cervídeo dentro do qual se reconhecem 14 subespécies, das quais 2 estão extintas.

Por outro lado, encontramos o alce (Alces alces), outro membro da família dos cervídeos, cuja classificação tem sido motivo de debate. Por um lado, foram propostas duas espécies: o alce ou uapiti-eurasiático (A. alces) e o alce-americano (A. americanus). No entanto, outras propostas consideram que se trata de uma única espécie, dividida em subespécies.

Embora ambos compartilhem certas características, apresentam diferenças físicas, comportamentais e de habitat que os distinguem claramente.

A rena é de tamanho médio a grande, com uma altura de até 1,2 m e um comprimento entre 1,5 e 2,3 m. A variabilidade no tamanho das subespécies de rena é notável e, geralmente, aquelas que habitam as regiões mais ao sul são maiores. O dimorfismo sexual é evidente na rena, com os machos de algumas subespécies sendo até o dobro do tamanho das fêmeas. No entanto, em geral, a rena apresenta as seguintes características:

• Cauda curta;
• Pelagem especializada para isolamento térmico. A cor varia conforme a subespécie, a região, o sexo e a estação do ano, com tons que vão desde marrons escuros até quase branco nos caribus do Alto Ártico. Sua pelagem também apresenta áreas brancas no ventre, no pescoço e acima dos cascos;
• Grandes cascos côncavos que permitem deslocar-se sobre a neve fofa e nadar bem;
• Chifres, presentes tanto em machos quanto em fêmeas, embora os dos machos sejam maiores;
• Um som característico dessa espécie é um estalido audível ao caminhar, produzido pelo atrito dos tendões contra os ossos das patas.

Por outro lado, o alce é a maior espécie entre os cervídeos, com uma altura que pode chegar a 2,3 m. Suas principais características são:

• Corpo robusto com patas longas e finas;
• Pescoço curto e grosso;
• Ombros corcovados;
• Cabeça grande com focinho longo, bulboso e pendente, o que lhe dá uma aparência distintiva. O lábio superior sobressai em relação ao inferior, e entre suas narinas há uma mancha triangular de pele nua. Diferentemente da rena, o alce não possui incisivos superiores nem caninos, o que o obriga a roer as plantas utilizando seu palato ósseo superior e seus incisivos inferiores;
• Chifres muito grandes, os maiores de todos os mamíferos, que podem pesar até 35 kg;
• A pelagem do alce varia entre preto e marrom, servindo também como isolante térmico.

O alce é muito maior que a rena. Enquanto a rena mede até 1,2 m de altura, o alce pode atingir até 2,3 m. Os machos de alce pesam entre 360 e 600 kg, enquanto as fêmeas pesam entre 270 e 400 kg. Em comparação, a rena é consideravelmente menor.

Sim, ambos têm chifres, mas com diferenças notáveis. A rena é única entre os cervos porque tanto machos quanto fêmeas possuem chifres, embora os das fêmeas e dos jovens sejam menores. Os machos perdem seus chifres após o acasalamento, enquanto as fêmeas os conservam até a primavera. Por outro lado, apenas os machos de alce têm chifres, que são os maiores de todos os mamíferos, com uma envergadura que pode ultrapassar 2 metros e um peso de até 35 kg. Estes crescem na primavera e caem a cada inverno.

As renas habitam principalmente zonas árticas e subárticas, distribuídas na América do Norte, Groenlândia, Escandinávia, Rússia e Mongólia. Os alces são encontrados em regiões boreais mais ao sul, que abrangem desde a Europa Central até a Sibéria, o norte da China e a América do Norte, incluindo países como Polônia e Áustria.

As renas são herbívoras de pastoreio que consomem folhas, fungos, juncos, líquens e vegetação subterrânea, variando sua dieta conforme a estação do ano. Os alces são navegadores que se alimentam principalmente de caules, galhos e brotos de plantas lenhosas, além de vegetação aquática como salgueiros e pinheiros.

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Durante a época de acasalamento, os machos de rena competem intensamente pelas fêmeas, enfrentando-se em combates que podem ser violentos. Fora desse período, as renas formam grandes manadas e migram longas distâncias. Em contraste, o alce leva uma vida muito mais solitária, com comportamento social mínimo e geralmente evitando agrupamentos, exceto no breve período de reprodução.

O animal que tradicionalmente aparece no Natal é a rena, conhecida por puxar o trenó do Papai Noel. O alce não está associado a essas tradições natalinas.

As renas realizam uma das migrações mais longas de qualquer mamífero terrestre, percorrendo mais de 5.000 km por ano. São animais extremamente móveis e utilizam seu aguçado sentido de olfato para buscar alimento sob a neve no inverno. Deslocam-se entre suas áreas de invernada e suas tradicionais zonas de reprodução na primavera e outono, a velocidades que podem atingir 80 km/h. Essas migrações massivas não são apenas uma característica distintiva de seu estilo de vida, mas também um fator determinante na formação das manadas, que durante os meses de verão podem reunir dezenas de milhares de indivíduos.

Por outro lado, os alces são animais solitários. Esta espécie mostra um comportamento social mínimo e geralmente se mantém isolada, exceto durante o breve período de acasalamento. Ao contrário da rena, o alce não estabelece territórios nem mantém agrupamentos estáveis. Fora da temporada reprodutiva, machos e fêmeas permanecem separados, ocupando espaços ou habitats diferentes, provavelmente como resposta às distintas necessidades nutricionais derivadas de seu tamanho corporal. Embora seu aspecto possa parecer desajeitado, desloca-se com agilidade entre florestas densas e pode alcançar velocidades de até 56 km/h em corridas curtas, além de ser um nadador competente, capaz de percorrer até 20 km na água.

Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), a rena está classificada como "vulnerável" devido aos impactos da atividade florestal e industrial. Por outro lado, o alce é considerado de "menor preocupação", embora também enfrente ameaças.

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