Peixe-remo gigante

O peixe-remo gigante pertence a uma das quatro espécies agrupadas na família Regalecidae, que por sua vez é composta por apenas dois gêneros, sendo Regalecus o gênero do peixe-remo.

Esse tipo de peixe pertence à ordem Lampridiformes e estima-se que tenha surgido há cerca de 60 a 70 milhões de anos, no final do Cretáceo. Esse animal tem uma distribuição global, podendo ser encontrado em áreas marinhas nos diferentes continentes, com exceção das regiões polares.

O peixe-remo-gigante se caracteriza por ser de cor prateada, com manchas azuis e pretas. Possui barbatana pélvica e dorsal, esta última ao longo do corpo, que começa entre os olhos e termina no final do corpo, é de cor carmesim e pode apresentar até 400 raios de tamanho pequeno. Quanto à barbatana caudal, estes peixes não a possuem ou é muito reduzida.

Na cabeça dos adultos, sempre estão presentes duas longas cristas vermelhas características da espécie, e as vértebras abdominais variam de 45 a 56, com um total de 127 a 163 em todo o animal.

Seu corpo alongado possui um sistema complexo de septos intermusculares, que estão interconectados. Suas mandíbulas protusíveis têm dentes rudimentares ou estão completamente desprovidas deles. É uma espécie tímida, não agressiva, portanto não representa nenhum perigo para os seres humanos.

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Ele possui uma distribuição mundial e habita profundidades de até 1.000 metros nas zonas epipelágicas e mesopelágicas dos oceanos. Devido à sua ampla distribuição, pode ser encontrado em mares tropicais ou temperados, desde Nova Inglaterra até o Golfo do México e o Caribe ocidental; também no Mar Mediterrâneo e no Mar Argentino.

Embora o peixe-remo gigante tenha preferência por águas profundas, pode ser avistado próximo às costas e em profundidades de 20 metros, especialmente após uma tempestade ou quando estão velhos e têm dificuldades para resistir às correntes, ficando presos em algumas áreas.

Os peixes-remo gigantes adultos são frequentemente vistos encalhados em praias fora d'água, o que resulta em sua morte. Relatos indicam que esses encalhes ocorrem em algumas áreas específicas e em épocas determinadas.

Uma peculiaridade do peixe-remo gigante é a capacidade de autonomia de seu corpo, ou seja, a automutilação, especificamente da região caudal. Essa ação não causa danos aos órgãos vitais, permitindo que eles continuem vivendo e cicatrizando a parte afetada, apesar de não conseguirem regenerar a área mutilada. A captura de alguns exemplares evidenciou essa mutilação sem nenhum outro tipo de ferida, sugerindo um comportamento estratégico para escapar de seus predadores.

Seu sistema de barbatanas lhe confere a possibilidade de nadar tanto horizontal quanto verticalmente. Geralmente são animais solitários, embora possam se deslocar de um habitat para outro em pequenos grupos, mantendo certa distância entre si.

A dieta do peixe-remo gigante é ampla e isso pode estar associado à sua extensa distribuição em diferentes áreas marinhas. É um animal carnívoro que se alimenta de outros peixes menores, camarões que habitam águas profundas, lulas e crustáceos, como o krill, por exemplo.

É comum vê-lo suspenso em águas claras, com a cabeça para cima, acredita-se que ele usa essa posição para caçar de maneira mais eficaz em algumas áreas marinhas. A forma de suas mandíbulas facilita a sucção da água para fins de alimentação, especialmente no caso de presas de pequeno porte, como alguns crustáceos.

Os dados sobre a reprodução do peixe-remo gigante são um tanto limitados. Eles têm fecundação externa, ou seja, a fêmea libera os ovos e o macho espera próximo a ela para liberar o esperma e fertilizá-los. Sabe-se que as fêmeas são capazes de liberar milhares de ovos, o que ocorre entre julho e dezembro. O tamanho dos ovos é de cerca de 2,5 milímetros de diâmetro e eles têm cor vermelha. As larvas normalmente são encontradas na superfície da água.

Geralmente, a desova ocorre nas proximidades da Flórida e ao longo da costa da América do Norte. Também no Mar Mediterrâneo, no sul do Pacífico e na costa oeste do sul da Austrália.

Não há dados precisos sobre o estado atual das populações do peixe-remo gigante. No entanto, não é uma espécie ameaçada de extinção, sendo classificada na categoria de preocupação menor.

Do ponto de vista comercial, esse peixe tem pouco atrativo, pois sua carne é desagradável para consumo humano, portanto, esse aspecto não representa uma ameaça para a espécie. Diante dessa situação, são necessárias poucas ações para a conservação do peixe-remo gigante.

O fato de uma espécie animal não ser caçada de forma indiscriminada para fins alimentares tem pouco a ver com o fato de poder estar vulnerável em algum momento, já que atualmente a alteração dos ecossistemas é uma causa que pode colocar em risco qualquer população animal. Nesse sentido, o monitoramento constante é de grande importância para conhecer o estado populacional da biodiversidade.