Tumores em gatos idosos

Tumores em gatos idosos

O seu gato já tem uma certa idade e você está preocupado com a possibilidade dele vir a ter câncer? Neste artigo vamos falar sobre essa matéria.

Em primeiro lugar, é importante que você saiba que nem todos os tumores são câncer. Existem tumores benignos e tumores malignos. Com a ajuda deste artigo do PeritoAnimal, você vai aprender tudo sobre tumores em gatos idosos, continue lendo!

O que é um tumor?

Como já referimos, nem todos os tumores são câncer. Consideramos tumor, um aumento do tamanho de uma parte do corpo. Caso esse aumento se deva ao crescimento do número de células, lhe chamamos neoplasia. As neoplasias podem ser tanto malignas (o chamado de câncer) como benignas.

Neoplasia benigna: tem um crescimento organizado e lento. Geralmente os limites da neoplasia são bem definidos e não migram para outras partes do corpo (metástases).

Neoplasia maligna: o chamado de câncer. As células crescem de forma muito rápida e desorganizada. Para além disso elas têm a capacidade de invadir outros tecidos e outras partes do corpo, as chamadas metástases).

É muito difícil saber que tipo de tumor se trata sem fazer as devidas provas laboratoriais. Por isso, se você observar um tumor no seu gato, leve ele de imediato ao seu médico veterinário para que possa ser diagnosticado se se trata de uma neoplasia maligna ou benigna e rapidamente se possa iniciar o tratamento.

Câncer em gatos idosos

Existem muitos tipos de câncer diferentes que podem afetar gatos idosos (gatos com mais de 10 anos de idade). As causas de câncer também são muito variadas, tudo depende do tipo de câncer em questão. Por exemplo, o câncer de mama costuma estar associado a valores hormonais muito elevados, sendo mais comum em gatas não castradas.

O câncer em gatos idosos pode afetar qualquer parte do corpo ou órgão. Neste artigo, vamos focar nos três tipos de câncer mais comuns em gatos idosos: câncer de mama, linfoma e o carcinoma de células escamosas.

Gato com câncer de mama

Os tumores mamários são uns dos tumores mais comuns em gatos idosos. A idade média em que este tumor aparece é entre os 10 e os 12 anos de idade. Os tumores de mamas podem ser malignos ou benignos. Estima-se que cerca de 85% dos tumores de mamas sejam malignos.

Embora seja raro, pode existir câncer de mama em gatos machos, mas o mais comum é surgir em gatas fêmeas não castradas. Se você observar um gato com tumor na barriga, pode se tratar de câncer de mama.

Causas

Ainda não existem certezas quanto às causas do câncer de mama em gatos. Porém, existem alguns fatores de risco que devemos mencionar. Alguns estudos indicam que a raça siamesa e gatos de pelo curto são mais predispostos a padecer de tumores da glândula mamária.

Para além disso, estes tumores são muito menos frequentes em gatos castrados. Para além disso, a idade de castração gato pode diminuir o risco de aparecimento deste tipo de tumores. Um estudo[1]revelou que gatos castrados com menos de 6 meses de idade reduziam 91% do risco de desenvolver carcinoma mamário, gatos castrados com menos de 1 ano de idade reduziam o risco em 86%.

Gatos obesos têm também uma maior predisposição para este tipo de câncer.

Outra possível causa para o câncer de mama são as injeções anti-cio. Vários estudos de especialistas indicam que a administração da pílula em gatas e de injeções anti-cio aumentam consideravelmente a probabilidade de desenvolver câncer. Por isso, o PeritoAnimal está totalmente contra esse tipo de anticonceptivos em cadelas e gatas.

Sintomas

Na maior parte das vezes estes tumores são detectados pelo médico veterinário durante consulta ao fazer a palpação das 10 glândulas mamárias que a gata tem. Estes tumores passam muitas vezes despercebidos aos olhos dos tutores, daí a grande importância das consultas regulares ao seu veterinário de confiança. Para além disso, pode vir acompanhado de outros sintomas como:

  • Falta de apetite
  • Lamber excessivamente a barriga
  • Prostração e fraqueza
  • Zona das maminhas muito avermelhada

Se você tem um gato idoso emagrecendo, você deve levar ele assim que possível num médico veterinário. A anorexia é um sinal clínico comum a muitas doenças e é importante diagnosticar o seu gato o quanto antes para iniciarem o tratamento mais adequado.

Diagnóstico

Os métodos de diagnóstico mais comuns são a citologia e a biópsia. Para além disso, as análises de sangue vão auxiliar o médico veterinário a determinar em que estadio de câncer o gato se encontra.

O seu médico veterinário poderá também aconselhar a realização de um raio-x para descartar a existência de metástases no pulmão.

Tratamento

O tratamento mais comum é a cirurgia com remoção do tecido com a presença de tumor. Em alguns casos, o médico veterinário pode aconselhar uma mastectomia completa (remoção de todas as glândulas mamárias), principalmente se existir mais do que um tumor mamário.

Prevenção

A melhor maneira de prevenir o câncer de mama em gatas é castrar a sua gata antes dos 6 meses de idade porque tal como já referimos, diminui as chances de ter câncer de mama em 91% comparando com gatas não castradas.

Imagem: animalcancersurgeon.com

Linfoma em gatos

O linfoma é um dos tumores malignos mais comuns em gatos. Cerca de 30% dos tumores em gatos são linfomas. Linfoma é um câncer que afeta os linfócitos (glóbulos brancos do sangue). Estes glóbulos são os principais guerreiros do sistema imunitário do gato, ou seja, os seus defensores sempre que existe alguma bactéria ou vírus invasor. Os linfócitos viajam por todo o corpo do gato, na corrente sanguínea para defender desses ditos invasores e por, isso, caso exista câncer nos linfócitos, ele também se espalha por todo o corpo.

Existem três tipos de linfoma: o multicêntrico afeta principalmente os linfonodos do gato. O mediastinal que se centra principalmente na cavidade torácica e o linfoma alimentar que afeta sobretudo o trato gastrointestinal.

Causas

Embora ainda existam estudos a decorrer e nem todas as causas estejam apuradas, sabe-se que o Felv pode estar envolvido no aparecimento de linfoma em gatos. Sendo o Felv um retrovírus, ele aloja-se no DNA e pode alterar o crescimento das células levando à formação de neoplasias. Alguns estudos indicam que cerca de 25% dos gatos com Felv desenvolvem linfoma. Porém, com o avanço da medicina e da existência de vacinas para o Felv, existe cada vez menos linfoma causado por Felv.

Segundo alguns estudos, algumas raças orientais e siameses são mais predispostos a desenvolver linfoma.

Sintomas

Como já referimos, este câncer pode afetar várias partes do corpo do gato, sendo que o mais comum é que afetar o trato gastrointestinal. Os sintomas mais comuns de linfoma em gatos são:

  • Diarreia
  • Vômito
  • Falta de apetite
  • Cansaço e fraqueza
  • Dificuldade em respirar

Como você pode ver, os sintomas de linfoma em gatos são muito semelhantes ao de outras doenças. Por isso, uma visita ao médico veterinário é imprescindível para um diagnóstico precoce deste câncer tão grave.

Em alguns casos mais raros, como do caso do gato da foto em baixo, o linfoma afeta a cavidade oral e provoca graves lesões.

Diagnóstico

A melhor maneira de diagnosticar o linfoma é através de Raio-X e ultrassom do peito e abdômen. Através desses métodos de imagiologia, o médico veterinário pode observar um aumento dos linfonodos e alterações nos órgãos que o ajudam a chegar ao diagnóstico de linfoma. A biópsia ou citologia aspirativa de um local afetado permitem chegar ao diagnóstico definitivo.

Tratamento

Uma vez que o linfoma afeta todo o corpo do animal, porque os linfócitos viajam livremente pela corrente sanguínea ao longo de todo o corpo do animal, uma simples cirurgia não resolve o problema. Caso existam tumores ou obstruções causadas pela doença, pode ser necessária uma cirurgia, mas a quimioterapia é essencial no tratamento do linfoma.

Para além de quimioterapia, o seu médico veterinário pode aconselhar uma dieta específica rica em omega 3.

Prevenção

A melhor forma de prevenção desta doença é ter os seus gatos devidamente vacinados. Porém, como já referimos, o linfoma nem sempre surge associado a Felv e ainda não existe uma explicação para o aparecimento deste câncer. Por isso, o melhor que você pode fazer como tutor, é consultar regularmente o seu médico veterinário, para garantir que se alguma coisa aparecer, ela é diagnosticada rapidamente.

Leia o nosso artigo completo sobre linfoma em gatos - sintomas, diagnóstico e tratamento.

Imagem: veterinarypracticenews.com

Carcinoma de células escamosas em gatos

O carcinoma de células escamosas é um dos tumores mais comuns da pele e tecido subcutâneo. A maior parte dos gatos com este tipo de câncer de pele em gatos, apresentam lesões na cabeça, nariz, orelhas e pálpebras. Por vezes, até nos dedos. Embora existam casos deste tumor em gatos jovens, o mais comum é que ele surja em gatos com mais de 11 anos de idade, sento um comum tumor em gatos idosos.

Causas

Embora ainda não existam certezas do que causa este tipo de tumor, já se sabe que a luz solar contribui para o desenvolvimento desta neoplasia. Alguns estudos também indicam que os gatos de cor branca estão mais predispostos a desenvolver este tipo de tumor. Os gatos pretos e de raça siamesa são os menos predispostos a desenvolver carcinoma de células escamosas.

Sintomas

Os sintomas mais comuns são as lesões que já referimos. Podem surgir úlceras em forma de placa ou com um aspecto tipo couve-flor, no nariz, nas orelhas e nas pálpebras. Geralmente começam por ser pequenas lesões e com o passar do tempo terminam ulcerando, piorando o estado do animal.

Apesar do tumor ser agressivo localmente (na face do animal) ele não costuma migrar para outros locais. Por isso, o gato pode apresentar apenas essas lesões, sendo que você vê os gatos com câncer no nariz sem outro tipo de sintomatologia associada.

Diagnóstico

O médico veterinário precisa fazer as devidas provas para confirmar o diagnóstico, já que existem outras doenças com sintomas semelhantes, como o mastocitoma, o hemangioma, tumores dos folículos pilosos ou das glândulas sebáceas, etc.

As provas mais comuns são a citologia aspirativas e a biopsia da massa tumoral. Ou seja, o veterinário precisa recolher um pouco do tumor e enviar para análise em laboratório.

Tratamento

Existem diferentes opções de tratamento para o carcinoma de células escamosas. O tipo de tratamento depende de em que fase foi diagnosticado o tumor, do estado do tumor e do estado e idade do animal. Cada tipo de tratamento tem efeitos colaterais distintos e você deve discutir com o seu médico veterinário especialista em oncologia qual a melhor opção para o caso específico do seu gato.

Os tratamentos mais comuns do carcinoma de células escamosas são:

  • Cirurgia para remoção do tecido afectado
  • Criocirurgia nos casos de tumores mais superficiais
  • Radiação ionizante
  • Quimioterapia
  • Terapia fotodinâmica

Prevenção

Uma vez que existe uma grande influência dos raios ultra violeta e luz solar no desenvolvimento deste tumor, é importante que você restrinja o acesso do seu gato ao sol.

O mais aconselhado é que o gato possa tomar sol apenas ao início e final do dia, especialmente se for um gato com predisposição para esta doença, como os gatos mais branquinhos ou com mucosas mais claras.

Caso o seu gato seja daqueles que o que mais gosta de fazer é passar todo o dia na janela, você se deve assegurar que o vidro tem proteção ultra-violeta.

Imagem: fmv.ulisboa.pt

Câncer em gatos idosos - prognóstico

As chances do seu gato sobreviver ao câncer dependem do tipo de tumor em causa, quão cedo ele foi detectado e qual o estado em que se encontra o câncer.

O mais importante é que assim que você detecte um tumor no seu gato idoso, visite de imediato o seu médico veterinário de confiança.

Leia o nosso artigo completo sobre quanto tempo vive um gato com câncer?

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Referências
  1. Overley, Beth. Shofer, F. Goldschmidt M. Sheres, D. Sorenmo, K. (2008) Association between Ovariohysterectomy and Feline Mammary Carcinoma. Journal of Veterinary Medicine. Vol 19 Issue 4. pp 560-563
Bibliografia
  • Bilgic, O. Duda, L. Sánchez, M Lewis, J. R. (2015) Feline Oral Squamous Cell Carcinoma: Clinical Manifestations and Literature Review. J Vet Dent. 32(1) pp.30-40.