Tipos de patos

Tipos de patos

O termo “pato” é comumente utilizado para designar diversas espécies de aves pertencentes à família Anatidae. Entre todos os tipos de patos atualmente reconhecidos, registra-se uma grande variedade morfológica, pois cada uma dessas espécies possui características próprias quanto à aparência, comportamento, hábitos e habitat. No entanto, é possível encontrar algumas características essenciais destas aves, como a morfologia perfeitamente adaptada à vida aquática, que as torna excelentes nadadoras, e a vocalização, geralmente traduzida pela onomatopeia "quack".

Neste artigo do PeritoAnimal, apresentaremos 12 tipos de patos que habitam diferentes partes do mundo e revelaremos algumas de suas características principais. Além disso, mostramos uma lista com mais espécies de patos, vamos começar?

Quantas espécies de patos existem?

Atualmente, são conhecidas cerca de 30 espécies de patos que estão agrupadas em 6 subfamílias diferentes: Dendrocygninae (patos assobiadores), Merginae, Oxyurinae (patos mergulhadores), Stictonettinae e Anatinae (considerada a subfamília "por excelência" e a mais numerosa). Cada espécie pode ter duas ou mais subespécies.

Todos esses tipos de patos são geralmente classificados em dois grandes grupos: patos domésticos e patos silvestres. Comumente, a espécie Anas platyrhynchos domesticus é chamada de "pato doméstico", que é um dos tipos de patos que melhor se adaptou à reprodução em cativeiro e à convivência com humanos. No entanto, existem outras espécies que também passaram por um processo de domesticação, como o pato-almiscarado, que é a subespécie doméstica do pato-selvagem (Cairina moschata).

Nas próximas seções, apresentaremos os seguintes tipos de patos selvagens e domésticos com imagens, para que você possa identificá-los mais facilmente:

  1. Pato-doméstico (Anas platyrhynchos domesticus)
  2. Pato-real (Anas platyrhynchos)
  3. Marreca-toicinho (Anas bahamensis)
  4. Marreca-carijó (Anas cyanoptera)
  5. Pato-mandarim (Aix galericulata)
  6. Marreca-oveira (Anas sibilatrix)
  7. Pato-selvagem (Cairina moschata)
  8. Marreca-de-bico-azul (Oxyura australis)
  9. Pato-das-torrentes (Merganetta armata)
  10. Irerê (Dendrocygna viduata)
  11. Pato-arlequim​ (Histrionicus histrionicus)
  12. Pato-sardento (Stictonetta naevosa)

1. Pato-doméstico (Anas platyrhynchos domesticus)

Como mencionamos, a subespécie Anas platyrhynchos domesticus é popularmente conhecida como pato-doméstico ou pato-comum. Teve origem a partir do pato-real (Anas platyrhynchos) através de um longo processo de cruzamentos seletivos que permitiu a criação de diferentes raças.

Originalmente, sua criação destinou-se principalmente à exploração de sua carne, que sempre foi muito valorizada no mercado internacional. A criação de patos como pets é bastante recente, e hoje o pequim-branco é uma das raças de patos domésticos mais populares como animal de estimação, assim como o campbell-cáqui. Da mesma forma, as raças de patos de granja também fazem parte deste grupo.

Nas seções a seguir, veremos alguns exemplos dos patos silvestres mais populares, cada um com suas características e curiosidades particulares.

2. Pato-real (Anas platyrhynchos)

O pato-real, também conhecido como marreco-selvagem, é a espécie a partir da qual o pato-doméstico foi desenvolvido. Trata-se de uma ave migratória de distribuição abundante, que habita em zonas temperadas do norte da África, Ásia, Europa e América do Norte, migrando até o Caribe e a América Central. Também foi introduzido na Austrália e Nova Zelândia.

3. Marreca-toicinho (Anas bahamensis)

A marreca-toicinho, também conhecida como paturi, é um dos tipos de patos nativos do continente americano, que se destaca à primeira vista por ter o dorso manchado e o ventre com inúmeras sardas negras. Ao contrário da maioria das espécies de patos, as marrecas-toicinho são encontradas principalmente perto de lagoas e pântanos de água salobra, embora também possam se adaptar a corpos de água doce.

Atualmente, se conhecem 3 subespécies de marreca-toicinho:

  • Anas bahamensis bahamensis: habita o Caribe, principalmente nas Antilhas e Bahamas.
  • Anas bahamensis galapagensis: é endêmico das Ilhas Galápagos.
  • Anas bahamensis rubirostris: é a maior subespécie e também a única que é parcialmente migratória, habitando a América do Sul, principalmente entre a Argentina e o Uruguai.

4. Marreca-carijó (Anas cyanoptera)

A marreca-carijó é um tipo de pato nativo da América que também é conhecida como pato-canela, mas esse nome muitas vezes leva à confusão com outra espécie chamada Netta rufina, que é nativa da Eurásia e do Norte da África e tem uma grande dimorfismo sexual. A marreca-carijó está distribuída em todo o continente americano, do Canadá ao sul da Argentina, na província de Tierra del Fuego, e também está presente nas Ilhas Malvinas.

Atualmente, são reconhecidas 5 subéspecies da marreca-carijó:

  • Marreca-carijó-borrero (Spatula cyanoptera borreroi): é a menor subespécie e vive apenas nas montanhas da Colômbia. Sua população sofreu um declínio radical no último século, e atualmente, está sendo investigado se pode estar extinta.
  • Marreca-carijó-argentina (Spatula cyanoptera cyanoptera): é a maior subespécie, que habita desde o Peru e Bolívia até o sul da Argentina e Chile.
  • Marreca-carijó-andina (Spatula cyanoptera orinomus): esta é a subespécie típica da Cordilheira dos Andes, habitando principalmente a Bolívia e Peru.
  • Marreca-carijó-do-norte (Spatula cyanoptera septentrionalium): é a única subespécie que habita apenas a América do Norte, principalmente os Estados Unidos.
  • Marreca-carijó-tropical (Spatula cyanoptera tropica): se estende por quase todas as regiões tropicais da América.

5. Pato-mandarim (Aix galericulata)

O pato-mandarim é um dos tipos de patos mais chamativos devido às belas cores vivas que adornam sua plumagem, sendo nativo da Ásia, e mais especificamente da China e do Japão. No entanto, esta espécie apresenta um notável dimorfismo sexual e apenas os machos exibem a atraente plumagem colorida, que se torna ainda mais brilhante no épocas de reprodução para atrair as fêmeas.

Uma curiosidade interessante é que, na cultura tradicional do Leste Asiático, o pato-mandarim era considerado um símbolo de boa fortuna e amor conjugal. Na China, era tradição dar um casal de patos-mandarim aos noivos durante o casamento, representando a união conjugal.

6. Marreca-oveira (Anas sibilatrix)

A marreca-oveira, comumente chamada também de pato-real, habita o centro e o sul da América do Sul, principalmente na Argentina e no Chile, estando também presente nas Ilhas Malvinas. Como mantém hábitos migratórios, viaja todos os anos para o Brasil, Uruguai e Paraguai quando as baixas temperaturas começam a ser sentidas no Cone Sul do continente americano. Embora se alimente de plantas aquáticas e prefiram viver perto de corpos d'água profundos, as marrecas-oveiras não são muito boas nadadoras, mostrando muito mais habilidade quando se trata de voar.

Cabe destacar que é igualmente comum chamar o marreco-selvagem de pato-real, por isso é comum que muitas pessoas pensem nesta espécie de pato ao ouvir o termo "pato-real". A verdade é que ambos são considerados patos-reais, embora tenham características diferentes.

7. Pato-selvagem (Cairina moschata)

Os patos-selvagens, também conhecidos como patos-crioulos ou patos-do-mato, são outro dos tipos de patos nativos do continente americano, vivendo principalmente em regiões tropicais e subtropicais, do México à Argentina e Uruguai. Em geral, preferem viver em áreas com vegetação abundante e próximos a abundantes corpos de água doce, adaptando-se a altitudes de até 1000 metros acima do nível do mar.

Atualmente, são conhecidas 2 subespécies de patos-selvagens, uma silvestre e outra doméstica, vejamos:

  • Cairina moschata sylvestris: é a subespécie silvestre do pato-selvagem, que é chamado de pato-real na América do Sul. Destaca-se por seu tamanho considerável, pelas penas pretas (que são brilhantes nos machos e opacas nas fêmeas) e pelas manchas brancas nas asas.
  • Cairina moschata domestica: é a espécie doméstica conhecida como pato-almiscarado, pato-mudo ou simplesmente pato-crioulo. Foi desenvolvido a partir da criação seletiva de espécimes selvagens por comunidades indígenas durante a era pré-colombiana. Sua plumagem pode ter cores mais variadas, mas não é tão lustrosa quanto a dos patos silvestres. Também é possível observar manchas brancas no pescoço, ventre e face.

8. Marreca-de-bico-azul (Oxyura australis)

A marreca-de-bico-azul é uma das raças de pequenos patos mergulhadores originárias da Oceania, habitando atualmente a Austrália e a Tasmânia. Os indivíduos adultos têm cerca de 30 a 35 cm de comprimento e geralmente vivem em lagos de água doce, podendo fazer ninhos também em pântanos. Sua dieta é baseada principalmente no consumo de plantas aquáticas e pequenos invertebrados que fornecem proteínas para sua alimentação, como moluscos, crustáceos e insetos.

Além de seu pequeno tamanho em relação a outras espécies de patos, se destaca também por seu bico azul, muito notável sobre a plumagem escura.

9. Pato-das-torrentes (Merganetta armata)

O pato-das-torrentes é um dos tipos de patos característicos das regiões montanhosas de grande altitude da América do Sul, sendo a Cordilheira dos Andes seu principal habitat natural. Sua população se distribui desde a Venezuela até o extremo sul da Argentina e Chile, na província de Tierra del Fuego, adaptando-se perfeitamente a altitudes de até 4.500 metros e com uma clara preferência por massas de águas doces e frias, como lagos e rios andinos, nos quais se alimentam principalmente de pequenos peixes e crustáceos.

Como fato característico, destacamos o dimorfismo sexual que esta espécie de pato apresenta, com os machos apresentando plumagem branca com manchas marrons e linhas pretas na cabeça, e as fêmeas com plumagem avermelhada e asas e cabeça acinzentadas. No entanto, existem pequenas diferenças entre os patos-das-torrentes de diferentes países da América do Sul, especialmente entre espécimes machos, alguns sendo mais escuros do que outros. Na imagem abaixo é possível observar uma fêmea.

10. Irerê (Dendrocygna viduata)

O irerê é uma das espécies mais chamativas de patos assobiadores, não só pela mancha branca que tem na face, mas também por ter pernas relativamente longas. É uma ave sedentária, nativa da África e da América e que é especialmente ativa em horários crepusculares, voando por horas à noite.

No continente americano encontramos as populações mais abundantes, que se estendem pela Costa Rica, Nicarágua, Colômbia, Venezuela e Guianas, desde a conta amazônica no Peru e Brasil até o centro da Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.Já na África, os irerê estão concentrados na região oeste do continente e na área tropical ao sul do deserto do Saara. Eventualmente, alguns indivíduos podem ser encontrados perdidos ao longo da costa da Espanha, principalmente nas Ilhas Canárias.

11. Pato-arlequim (Histrionicus histrionicus)

O pato-arlequim é outro dos tipos de patos mais marcantes devido ao seu aspecto único, sendo a única espécie descrita dentro do seu gênero (Histrionicus). Tem o corpo arredondado e sua característica mais marcante é a plumagem brilhante e padrões fragmentados, que não servem apenas para atrair as fêmeas, mas também para se camuflar nas águas frias e agitadas dos rios e lagos e córregos onde costumam habitar.

Sua distribuição geográfica inclui a parte norte da América do Norte, o sul da Groenlândia, leste da Rússia e Islândia. Atualmente, 2 subespécies são reconhecidas: Histrionicus histrionicus histrionicus e Histrionicus histrionicus pacificus.

12. Pato-sardento (Stictonetta naevosa)

O pato-sardento é a única espécie descrita dentro da família Stictonettinae e se originou no sul da Austrália, onde é protegido por lei porque sua população vem diminuindo principalmente devido a alterações em seu habitat, como a poluição das águas e o avanço da agricultura.

Fisicamente, destaca-se por ser um tipo de pato grande, de cabeça robusta com copa pontiaguda e plumagem escura com minúsculas manchas brancas, o que lhe confere o aspecto de sardas. Sua habilidade de voar também é impressionante, embora ele seja um pouco desajeitado ao pousar.

Outros tipos de patos

Não queremos deixar de citar os outros tipos de patos que, apesar de não estarem destacados neste artigo, também são fascinantes e merecem ser estudados com mais detalhes para compreender a beleza da diversidade dos patos. A seguir, mencionamos as outras espécies de patos que habitam nosso planeta, alguns sendo anões ou pequenos e outros grandes:

  • Pato-d'asa-azul (Anas discors)
  • Marreca-parda (Anas georgica)
  • Pato-de-asas-bronze (Anas specularis)
  • Pato-de-crista (Anas specularoides)
  • Pato-carolino (Aix sponsa)
  • Marreca-pé-vermelho (Amazonetta brasiliensis)
  • Pato-mergulhão (Merguso ctosetaceus)
  • Marreca-de-coleira (Callonettaleu cophrys)
  • Pato-de-asas-brancas (Asarcornis scutulata)
  • Pato-australiano (Chenonetta jubata)
  • Pato-de-fronte-branca (Pteronetta hartlaubii)
  • Pato-Êider-de-Steller (Polysticta stelleri)
  • Pato-do-Labrador (Camptorhynchus labradorius)
  • Pato-preto (Melanitta nigra)
  • Pato-de-cauda-afilada (Clangula hyemalis)
  • Pato-olho-d'ouro (Bucephala clangula)
  • Merganso-pequeno (Mergellus albellus)
  • Merganso-capuchinho (Lophodytes cucullatus)
  • Pato-de-rabo-alçado-americano (Oxyura jamaicensis)
  • Pato-de-rabo-alçado (Oxyura leucocephala)
  • Pato-de-rabo-alçado-africano (Oxyura maccoa)
  • Marreca-pé-na-bunda (Oxyura vittata)
  • Pato-de-crista (Sarkidiornis melanotos)

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Bibliografia
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