Tipos de mosquitos

Tipos de mosquitos

O termo mosquito, pernilongo ou muriçoca é utilizado para se referir a um grupo insetos pertencentes especificamente à ordem dos dípteros, palavra que significa "de duas asas". Embora esse termo não possua uma classificação taxonômica, seu uso se tornou generalizado de maneira que sua aplicação é comum, mesmo em contextos científicos.

Alguns desses animais não têm nenhum tipo de impacto na saúde das pessoas e são totalmente inofensivos. Contudo, existem também mosquitos perigosos, transmissores de algumas doenças importantes que chegaram a causar problemas de saúde pública em várias regiões do planeta. Aqui no PeritoAnimal, apresentamos um artigo sobre os tipos de mosquitos, para que você conheça os mais representativos do grupo e também em que países específicos eles podem estar localizados. Boa leitura.

Quantos tipos de mosquitos existem?

Assim como ocorre com muitas outras no reino animal, a classificação dos mosquitos não está absolutamente estabelecida, uma vez que os estudos filogenéticos continuam, bem como as revisões de materiais entomológicos. No entanto, o número de espécies de mosquitos identificadas atualmente é de 3.531 [1], mas é muito provável que este número aumente.

Embora muitos tipos de insetos sejam comumente chamados de mosquitos, pernilongos e muriçocas, os verdadeiros mosquitos são classificados em duas subfamílias e especificamente da seguinte forma:

  • Ordem: Díptera
  • Subordem: Nematocera
  • Infraordem: Culicomorpha
  • Superfamília: Culicoidea
  • Família: Culicidae
  • Subfamílias: Culicinae e Anophelinae

A subfamília Culicinae por sua vez se subdivide em 110 gêneros, enquanto Anophelinae se divide em três gêneros, que se distribuem de maneira global por todo o mundo, com exceção da Antártida.

Tipos de mosquitos grandes

Dentro da ordem dos dípteros, existe uma infraordem chamada Tipulomorpha, que corresponde à família Tipulidae, que possui o maior número de espécies de dípteros que são conhecidos popularmente como "típulas", "moscas-gruas" ou "mosquitos-gigantes" [2]. Apesar desta denominação, o grupo não corresponde realmente aos verdadeiros mosquitos, mas são chamados assim devido a certas semelhanças.

Esses insetos têm um ciclo de vida curto, geralmente com corpos delgados e frágeis que medem, sem considerar as patas, entre 3 e mais de 60 milímetros. Uma das principais diferenças que os distinguem dos verdadeiros mosquitos é que os tipulídeos têm aparelhos bucais fracos e bastante alongados formando uma espécie de focinho, que usam para se alimentar de néctar e seiva, mas não de sangue como os mosquitos.

Algumas espécies que formam a família Tipulidae são:

  • Nephrotoma appendiculata
  • Brachypremna breviventris
  • Tipula auricularis
  • Tipula pseudovariipennis
  • Tipula maxima

Tipos de mosquitos pequenos

Os mosquitos verdadeiros, também chamados em algumas regiões de pernilongos ou muriçocas, pertencem à família Culicidae e geralmente se caracterizam por serem tipos de mosquitos pequenos, com corpos alongados medindo entre 3 e 6 mm, com exceção de algumas espécies do gênero Toxorhynchites, que atingem um comprimento de até 20 mm. Um aspecto distintivo de várias espécies do grupo é a presença de um aparelho bucal sugador-picador, com o qual alguns (especificamente as fêmeas) conseguem se alimentar de sangue perfurando a pele do indivíduo hospedeiro.

As fêmeas são hematofágicas, uma vez que para a maturação dos ovos, são necessários nutrientes específicos que elas obtêm a partir do sangue. Algumas não consomem sangue e suprem suas necessidades com néctar ou seiva, mas é justamente nesse contato com pessoas ou certos animais que esses insetos transmitem bactérias, vírus ou protozoários que causam doenças importantes e, em pessoas muito sensíveis, até fortes reações alérgicas. Nesse sentido, é no grupo dos culicídeos que encontramos mosquitos perigosos.

Aedes

Um desses mosquitos pequenos é o gênero Aedes, que talvez seja o de maior importância epidemiológica, pois nele encontramos várias espécies capazes de transmitir doenças como a febre amarela, dengue, Zika, chikungunya, dirofilariose canina, virus Mayaro e filariose. Embora não seja uma característica absoluta, muitas espécies do gênero apresentam faixas brancas e pretas no corpo, inclusive nas pernas, que podem ser úteis para identificação. A maioria dos membros do grupo tem distribuição estritamente tropical, com apenas algumas espécies distribuídas em áreas distantes dos trópicos.

Algumas espécies do gênero Aedes são:

  • Aedes aegypti
  • Aedes africanus
  • Aedes albopictus (Mosquito tigre)
  • Aedes furcifer
  • Aedes taeniorhynchus

Anopheles

O gênero Anopheles tem distribuição global na América, Europa, Ásia, África e Oceania, com particular desenvolvimento em regiões temperadas, subtropicais e tropicais. Dentro dos Anopheles encontramos vários mosquitos perigosos, já que vários deles podem transmitir os diversos parasitas que causam a malária. Outros são causantes da doença chamada filariose linfática e são capazes de transportar e infectar pessoas com vários tipos de vírus patogênicos.

Algumas espécies do gênero Anopheles são:

  • Anopheles gambiae
  • Anopheles atroparvus
  • Anopheles albimanus
  • Anopheles introlatus
  • Anopheles quadrimaculatus

Culex

Outro gênero com importância médica dentro dos mosquitos é Culex, que possui várias espécies que são vetores de doenças importantes, como diferentes tipos de encefalite, vírus do Nilo Ocidental, filariose e malária aviária. Os membros deste gênero variam de 4 a 10 mm, por isso são considerados pequenos a médios. Têm uma distribuição cosmopolita, com cerca de 768 espécies identificadas, embora a maior gravidade dos casos seja registrada na África, Ásia e América do Sul.

Alguns exemplos do gênero Culex são:

  • Culex modestus
  • Culex pipiens
  • Culex quinquefasciatus
  • Culex tritaeniorhynchus
  • Culex brumpt

Tipos de mosquitos por país e/ou região

Alguns tipos de mosquitos têm uma distribuição bastante ampla, enquanto outros se localizam de maneira particular em determinados países. Vamos ver alguns casos:

Brasil

Aqui vamos destacar as espécies de mosquitos que transmitem doenças no país:

  • Aedes aegypti - transmite Dengue, Zika e Chikungunya.
  • Aedes albopictus - transmite Dengue e Febre Amarela.
  • Culex quinquefasciatus - transmite Zika, Elefantíase e Febre do Nilo Ocidental.
  • Haemagogus e Sabethes - transmitem Febre Amarela
  • Anopheles - é vetor do protozoário Plasmodium, capaz de causar Malária
  • Flebótomo - transmite a Leishmaniose

Espanha

Encontramos espécies de mosquito sem interesse médico, como por exemplo, Culex laticinctus, Culex hortensis, Culex desertícola e Culex territans, enquanto outras são importantes do ponto de vista da saúde por sua capacidade como vetores. É o caso do Culex mimeticus, Culex modestus, Culex pipiens, Culex theileri, Anopheles claviger, Anopheles plumbeus e Anopheles atroparvus, entre outros. É importante notar que essas espécies também têm uma faixa de distribuição em outros países europeus.

México

247 espécies de mosquitos identificadas, mas poucas dessas têm impacto ao nível da saúde em seres humanos [3]. Entre as espécies presentes neste país que são capazes de transmitir doenças, encontramos o Aedes aegypti, que é o vetor de doenças como dengue, chikungunya e zika; Anopheles albimanus e Anopheles pseudopunctipennis, quem transmite a malária; e también há presença do Ochlerotatus taeniorhynchus, causante da encefalite.

Estados Unidos e Canadá

É possível encontrar algumas espécies de mosquitos, por exemplo: Culex territans, sem importância médica. A malária também esteve presente na América do Norte devido ao Anopheles quadrimaculatus. Nesta região, mas limitado a certas áreas dos Estados Unidos para baixo, o Aedes aegypti também pode ter uma presença.

América do Sul

Em países como a Colômbia e a Venezuela, entre outros, a espécie Anopheles nuneztovari é uma das causantes da malária. Da mesma forma, embora com maior amplitude de distribuição que inclui o norte, o Anopheles albimanus também transmite esta última doença. Sem dúvida, uma das espécies mais distribuídas pela região é o Aedes aegypti. Encontramos também uma das 100 espécies invasoras mais nocivas do mundo, capaz de transmitir várias doenças, o Aedes albopictus.

Ásia

Podemos mencionar a espécie Anopheles introlatus, qual é a causante da malária em símios. Também nesta região está o Anopheles latens, que é um vetor da malária em humanos, bem como em macacos e símios. Outro exemplo é o Anopheles stephensi, também causador da doença mencionada.

África

No caso da África, região na qual se disseminam de maneira bastante generalizada várias doenças transmitidas por picadas de mosquitos, podemos citar a presença das seguintes espécies: Aedes luteocephalus, Aedes aegypti, Aedes africanus e Aedes vittatus, embora este último também se estenda à Europa e Ásia.

Como já mencionamos, esses são apenas alguns dos muitos exemplos de espécies de mosquitos que existem, pois sua diversidade é bastante ampla. Em muitos países, várias dessas doenças foram controladas e até erradicadas, enquanto em outros ainda estão presentes. Um aspecto muito importante é que, devido às alterações climáticas, diferentes áreas têm sofrido aquecimento, o que permitiu a alguns vetores aumentarem o seu raio de distribuição e, portanto, transmitir várias das doenças acima mencionadas onde antes não existiam.

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Referências
  1. Francisco Alberto Chordá Olmos (2014). Biología de mosquitos (Diptera: Culicidae) en enclaves representativos de la Comunidad Valenciana. Tesis Doctoral de la Universidad de Valencia del Programa de Doctorado en parasitología humana y animal. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/pdf/71024196.pdf>. Acesso em 27 de julho de 2021.
  2. Cazorla, D. (2017). Catálogo de Tipulomorpha (diptera: tipulidae-limoniidae) de venezuela, con el registro de Brachypremna spp., Gonomyia spp. y Dicranomyia spp. en el estado Falcón. 29. 546-562. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/321529492_catalogo_de_tipulomorpha_diptera_tipulidae-limoniidae_de_venezuela_con_el_registro_de_brachypremna_spp_gonomyia_spp_y_dicranomyia_spp_en_el_estado_falcon_catalogue_of_tipulomorpha_diptera_tipulidae-li>. Acesso em 27 de julho de 2021.
  3. Ulloa, A. (2019). Biodiversidad de mosquitos y vectores de enfermedad. Revista Biomédica, vol. 30, número 3 (2019). Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/335705562_Biodiversidad_de_mosquitos_y_vectores_de_enfermedades>. Acesso em 27 de julho de 2021.
Bibliografia
  • RAE (2021). Díptero. Disponível em: <https://dle.rae.es/d%C3%ADptero>. Acesso em 27 de julho de 2021.
  • Villarroel, E. (2013). Taxonomía y bionomía de los géneros de Culicidae (diptera: nematocera) de Venezuela: Desarrollo de una clave fotográfica. Tesis para el grado de Licenciado en Biología. Universidad Central de Venezuela, Escuela de Biología, Departamento de Zoología. Disponível em: <http://saber.ucv.ve/bitstream/123456789/15807/3/Tesis.pdf>. Acesso em 27 de julho de 2021.