Tipos de abelhas: espécies, características e fotos

Tipos de abelhas: espécies, características e fotos

As abelhas que fazem o mel, também conhecidas como abelhas melíferas, estão agrupadas principalmente no gênero Apis. No entanto, podemos encontrar abelhas produtoras de mel também dentro da tribo Meliponini, embora neste caso se trate de um mel diferente, menos abundante e mais líquido, que é tradicionalmente usado para fins medicinais.

Neste artigo do PeritoAnimal, mostraremos todos os tipos de abelhas que produzem mel do gênero Apis, incluindo as que estão extintas, com informações sobre as espécies, suas características e fotos.

Tipos de abelhas que produzem mel

Estes são os principais tipos de abelha que produzem mel:

  1. Abelha Europeia
  2. Abelha Asiática
  3. Abelha Asiática Anã
  4. Abelha Gigante
  5. Abelha das Filipinas
  6. Abelha de Koschevnikov
  7. Abelha Preta Asiática Anã
  8. Apis armbrusteri
  9. Apis lithohermaea
  10. Apis nearctica

Abelha europeia

A abelha europeia ou abelha melífera ocidental (Apis mellifera) é provavelmente uma das espécies mais populares de abelhas e foi classificada por Carl Nilsson Linneaus em 1758. Existem até 20 espécies reconhecidas e ela é nativa da Europa, África e Ásia, embora tenha se espalhado por todos os continentes, com exceção da Antártica. [1]

Existe um grande interesse econômico por trás dessa espécie, porque sua polinização contribui significativamente para a produção global de alimentos, além de produzir mel, pólen, cera, geleia real e própolis. [1] No entanto, o uso de certos pesticidas, como o polissulfeto de cálcio ou o Rotenat CE®, afeta negativamente a espécie, por isso é tão importante apostar na agricultura orgânica e no uso de pesticidas não prejudiciais. [2]

Abelha Asiática

A abelha asiática (Apis cerana) é semelhante à abelha europeia, sendo ligeiramente menor. Ela é nativa do sudeste da Ásia e vive em vários países como a China, Índia, Japão, Malásia, Nepal, Bangladesh e Indonésia, no entanto, também foi introduzida em Papua-Nova Guiné, Austrália e nas Ilhas Salomão. [3]

Um estudo recente confirma que a presença desta espécie diminuiu, principalmente no Afeganistão, Butão, China, Índia, Japão e Coreia do Sul, bem como a sua produção, devido principalmente à conversão de florestas em plantações de seringueiras e óleo de palma. Da mesma forma, ela também foi afetada pela introdução da Apis mellifera pelos apicultores do Sudeste Asiático, uma vez que oferece uma maior produtividade do que as abelhas endêmicas, causando ao mesmo tempo o aparecimento de várias doenças na abelha asiática. [3]

É importante ressaltar que Apis nuluensis é atualmente considerada uma subespécie de Apis cerana.

Abelha Asiática Anã

A abelha asiática anã (Apis florea) é um tipo de abelha que tem sido comumente confundida com a Apis andreniformis, também de origem asiática, devido às suas semelhanças morfológicas. No entanto, elas podem ser diferenciadas principalmente por um de seus membros dianteiros, que é visivelmente mais longo no caso da Apis florea. [4]

A espécie se estende por cerca de 7.000 km desde o extremo leste do Vietnã até o sudeste da China. [4] No entanto, a partir de 1985, sua presença no continente Africano começou a ser notada, provavelmente devido ao transporte global. Mais tarde, colônias também foram observadas no Oriente Médio. [5]

É comum que famílias inteiras subsistam do mel produzido por essas abelhas, embora isso às vezes resulte na morte de colônias devido à má gestão e falta de conhecimento sobre a apicultura. [6]

Abelha Gigante

A abelha gigante ou abelha gigante asiática (Apis dorsata) se destaca principalmente por seu grande tamanho quando comparada aos outros tipos de abelhas, variando entre 17 e 20 mm. Vive em regiões tropicais e subtropicais, principalmente no Sudeste Asiático, na Indonésia e na Austrália, fazendo ninhos extravagantes nos galhos das árvores, sempre localizados próximos às fontes alimentares. [7]

Comportamentos agressivos intraespecíficos foram observados nesta espécie durante os períodos de migração para novos ninhos, especificamente entre os indivíduos que estavam inspecionando as mesmas áreas para construir o ninho. Nestes casos há lutas violentas que incluem picadas, o que causa a morte dos indivíduos envolvidos.[8]

É importante ressaltar que Apis laboriosa é atualmente considerada uma subespécie de Apis dorsata.

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Abelha das Filipinas

A abelha melífera das Filipinas (Apis nigrocincta) está presente nas Filipinas e Indonésia e mede entre 5,5 e 5,9 mm.[9] É uma espécie que nidifica em cavidades, como ocos de troncos, cavernas ou estruturas humanas, geralmente próximas ao solo. [10]

Sendo uma espécie reconhecida há relativamente pouco tempo e geralmente confundida com a Apis cercana, ainda temos poucos dados sobre essa espécie, mas uma curiosidade é que é uma espécie que pode iniciar novas colmeias ao longo de todo o ano, embora existam certas fatores que predispõem para isso, como a depredação por outras espécies, a falta de recursos ou temperaturas extremas.[10]

Abelha de Koschevnikov

A abelha de Koschevnikov (Apis koschevnikovi) é uma espécie endêmica de Bornéu, Malásia e Indonésia, compartilhando portanto o seu habitat com a Apis cerana Nuluensis. [11] Como outras abelhas asiáticas, a abelha de Koschevnikov normalmente se aninha em cavidades, embora sua presença no ambiente esteja sendo severamente afetada pelo desmatamento, causado por plantações de chá, óleo de palma, borracha e coco. [12]

Diferente de outros tipos de abelhas, esta espécie tende a criar colônias muito pequenas, o que permite a sua sobrevivência em climas úmidos e chuvosos. Apesar disso, armazena recursos facilmente e reproduz a uma taxa acelerada durante a floração. [13]

Abelha Preta Asiática Anã

A abelha anã escura (Apis andreniformis) habita o sudeste da Ásia, abrangendo a China, a Índia, a Birmânia, o Laos, o Vietnã, a Tailândia, a Malásia, a Indonésia e as Filipinas. [14] É uma das espécies de abelhas melíferas que passou despercebida durante anos, porque se acreditava ser uma subespécie de Apis florea, algo que vários estudos refutaram. [14]

É uma abelha preta mais escura de seu gênero. Criam suas colônias em pequenas árvores ou arbustos, aproveitando-se da vegetação para passar despercebidas. Elas costumam construí-las perto do solo, a uma altitude média de 2,5 m. [15]

Imagem: John Ascher | discoverlife.org

Tipos de abelhas extintas

Além das espécies de abelhas que mencionamos, existiram outros tipos de abelhas que não habitam mais o planeta e são consideradas extintas:

  • Apis armbrusteri
  • Apis lithohermaea
  • Apis nearctica


Tipos de abelhas brasileiras

Existem seis tipos de abelha nativas do território brasileiro:

  • Melipona scutellaris: também chamadas de abelha uruçu, uruçu nordestina ou urussu, são conhecidas pelo seu tamanho e por serem abelhas sem ferrão. São típicas do Nordeste do Brasil.
  • Melipona quadrifasciata: também conhecida como abelha mandaçaia, tem um corpo forte e musculoso e são típicas da região Sul do país.
  • Melipona fasciculata: também chamada de uruçu cinzenta, tem um corpo preto com listras cinzentas. São famosas pela alta capacidade de produção de mel. Podem ser encontradas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.
  • Melipona rufiventris: também conhecida como Uruçu-Amarela, tujuba pode ser encontrada nas regiões Nordeste e Centro-Sul do país. São famosas pela sua capacidade elevada de produção de mel.
  • Nannotrigona testaceicornis: pode ser chamada de abelha Iraí, é uma abelha indígena que pode ser encontrada em quase todas as regiões do Brasil. Se adaptam bem em áreas urbanas.
  • Tetragonisca angustula: também chamada de abelha jataí amarela, abelha ouro, jati, mosquitinha verdadeira, é uma abelha indígena e pode ser encontrada em quase toda America Latina. Popularmente, o seu mel é conhecido por ajudar em tratamentos relacionados com a visão.

Tipos de abelhas: saiba mais

As abelhas são animais pequenos, mas imensamente importantes para manter o equilíbrio do planeta Terra, devido às suas importantes funções, sendo a polinização a mais destacada. Por isso, no PeritoAnimal, oferecemos mais informações sobre esses pequenos himenópteros explicando o que aconteceria se abelhas desaparecessem.

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Referências
  1. Ashley N. Mortensen, Daniel R. Schmehl, and Jamie Ellis2, European Honey Bee Apis mellifera Linnaeus and subspecies (Insecta: Hymenoptera: Apidae) University of Florida
  2. Efrom, Caio Fábio Stoffel, et al. "Side-effects of pesticides used in the organic system of production on Apis mellifera Linnaeus, 1758." Brazilian Archives of Biology and Technology 55.1 (2012): 47-53.
  3. Theisen-Jones, Holly, and Kaspar Bienefeld. "The Asian Honey Bee (Apis cerana) is Significantly in Decline." Bee World 93.4 (2016): 90-97.
  4. Hepburn, H. Randall, et al. "Apis florea: morphometrics, classification and biogeography." Apidologie 36.3 (2005): 359-376.
  5. Bezabih, G., et al. "The territorial invasion of Apis florea in Africa." African Entomology 22.4 (2014): 888-890.
  6. Gupta, Rakesh Kumar. Beekeeping for Poverty Alleviation and Livelihood Security. N.p. 2014. Web.
  7. Ibrahim, I. F., et al. "The spatial distribution of Apis dorsata host plants using an integrated geographical information system-remote sensing approach." American Journal of Agricultural and Biological Sciences 7.4 (2012): 396-406.
  8. Weihmann, Frank, et al. "Intraspecific Aggression in Giant Honey Bees (Apis dorsata)." Insects 5.3 (2014): 689-704.
  9. Damus, M. S., and G. W. Otis. "A morphometric analysis of Apis cerana F and Apis nigrocincta Smith populations from Southeast Asia." Apidologie 28.5 (1997): 309-323.
  10. Hepburn, H. Randall, and Sarah E. Radloff, eds. Honeybees of Asia. Springer Science & Business Media, 2011.
  11. Koeniger, N., et al. "Interspecific rearing and acceptance of queens between Apis cerana Fabricius, 1793 and Apis koschevnikovi Buttel-Reepen, 1906." Apidologie 27.5 (1996): 371-380.
  12. Hadisoesilo, S., et al. "Morphometric analysis and biogeography of Apis koschevnikovi Enderlein (1906)." Apidologie 39.5 (2008): 495-503.
  13. Roubik, David W. "Honeybees in Borneo." Pollination Ecology and the Rain Forest. Springer, New&