Roedores de estimação: espécies, raças e características

Roedores de estimação: espécies, raças e características

Os roedores são uma ordem de mamíferos que costumam ser identificados por hábitos e características comuns, como a dentição adaptada para roer. Muitos deles conquistaram a simpatia da espécie humana e despertaram o desejo de adoção. Foram domesticados a ponto da categorização de algumas espécies como roedores de estimação. Para esclarecer, nesse post do PeritoAnimal explicamos o conceito de roedor doméstico ou de estimação, de acordo com a lei e suas características comuns. Selecionamos e explicamos 27 tipos de roedores de estimação: espécies, raças e características marcantes.

Roedores domésticos X roedores de estimação

Os roedores (Rodentia) são uma ordem de mamíferos que abrange mais de 2 mil espécies. Só no Brasil são listadas mais de 230 espécies com ocorrência territorial, de acordo com o Guia dos Roedores do Brasil.[1]Capivaras, ratos, esquilos, camundongos e hamsteres são alguns dos animais mais conhecidos desse grupo. Só que nem todo roedor é animal de estimação. De acordo com o IBAMA[2], podemos considerar animais de estimação aqueles cuja adoção tenha sido autorizada e certificada:

Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa, adotam-se as seguintes definições:

I - animal de estimação ou companhia: animal proveniente de espécie da fauna silvestre nativa, nascido em criadouro comercial autorizado para tal finalidade, mantido em cativeiro domiciliar, sem finalidade de abate, de reprodução, uso científico, uso laboratorial, uso comercial ou de exposição.

É importante não confundir animais domésticos com animais de estimação. Animais domésticos podem ser animais de estimação, mas também podem ser animais de fazenda ou animais trabalhadores. Capacidade de adaptação, reprodução natural e, cativeiro e ciclo de vida curto são as características dos animais domésticos, de acordo com o IBAMA[3]. No Brasil, os roedores domésticos são:

  • Camundongo (Mus musculus)
  • Chinchila (Chinchilla lanigera reproduzidas em cativeiro);
  • Porquinho da-India (Cavia porcellus);
  • Hamster (Cricetus cricetus);
  • Ratazana (Rattus norvegicus):
  • Rato (Rattus rattus).

*Coelhos não são roedores. Apesar dos seus hábitos, eles são considerados lagomorfos.

Roedores de estimação

Algumas das espécies mais adotadas como roedores de estimação no Brasil são:

Hamster

Estão entre os roedores de estimação mais populares. Eles são facilmente diferenciáveis dos ratos pela ausência da cauda e as bochechas protuberantes. Nem todas as espécies de hamster são de estimação, eles são animais sensíveis, de cuidados delicados. Adotá-los como animal de estimação requer acompanhamento veterinário, assim como qualquer outra espécie.

No Brasil, as espécies de hamster como roedores de estimação mais conhecidas são:

Hamster-sírio

O hamster-sírio é uma espécie que se encontra em extinção no seu estado selvagem. Costuma medir entre 15 e 17 cm e chama atenção pela pelagem macia e brilhante. Por ter um temperamento mais tímido e reservado, necessita tempo de adaptação com o tutor. Confira a ficha completa com todas as informações sobre o hamster sírio.

Hamster anão-russo

O hamster anão russo é um roedor de estimação que não ultrapassa os 11 cm de comprimento. Suas cores podem oscilar bastante e seu comportamento é doce e sociável. Outra característica marcante dessa raça de hamster é a possibilidade de hibernação, de alguns indivíduos, hábito do seu estado selvagem que pode se manifestar em alguns roedores de estimação. Você pode checar aqui a ficha completa sobre o hamster anão-russo.

Porquinho-da-índia (Cavia porcellus)

É importante diferenciar o porquinho-da-índia selvagem (Cavia aperea tschudii), também conhecido como cuy ou preá, do porquinho-da-índia doméstico, cuja domesticação e criação em cativeiro resultou em raças de porquinhos-da-índia domésticos com características físicas que os diferenciam:

Porquinhos-da-índia de pelo curto

  • Abissínio;
  • Coroado Americano;
  • Coroado Inglês;
  • Curly;
  • Pelo curto (inglês);
  • Peruano de pelo curto;
  • Rex;
  • Ridgeback;
  • Somali;
  • Teddy Americano;
  • Teddy Suiço.

Raças de Porquinhos da Índia de pelo comprido

  • Alpaca;
  • Angorá;
  • Coronet;
  • Lunkarya;
  • Merino;
  • Mohair;
  • Peruano;
  • Sheltie;
  • Texel.

Raças de porquinhos da Índia sem pelo

  • Baldwin;
  • Skinny.

Independente da raça de porquinho-da-índia que você adote como roedor de estimação, os cuidados são os mesmos. Consulte um veterinário, siga as recomendações da alimentação do porquinho-da-índia, além de proporcionar um ambiente adequado, carinho e companhia.

Ratos e ratazanas domésticas

A confusão entre ratazana doméstica, rato doméstico e roedor de estimação pode acontecer. Os ratos domésticos são espécies de roedores que, como diz o nome, podem ser domesticadas, assim como as ratazanas. O que não significa que você possa adotar qualquer rato. Algumas espécies de roedores silvestres e domésticos em determinados habitats são vetores de doenças como leptospirose, sarna, dentre outras. Se você se deparou com um desses em sua casa, é aconselhável espantá-lo. Sugerimos essas dicas para espantar ratos sem machucá-los ou agredi-los. Sintomas como secreções oculares ou nasais avermelhadas, ferias abertas, respiraçao ruidosa podem indicar a presença dessas doenças. Se você chegou a acolher o animal, é fundamental levá-lo ao veterinário.

São animais inteligentes, carinhosos, brincalhões e divertidos. Ambos, quando adotados como animais domésticos, devem viver em companhia de outros da mesma espécie com algumas restrições: ratos machos podem conviver com outras fêmeas esterilizadas, mas não podem estar com outro macho a não ser que seja desde o nascimento; ratazanas devem, preferencialmente, conviver com outro indivíduo da mesma espécie.

Uma vez que as condições de saúde estejam certificadas, ratos e ratazanas como roedores de estimação precisam de gaiolas amplas, comedouro, bebedouro, ninho ou casinha para se recolher, além de cuidados com a dieta e quantidade de comida oferecida.

As espécies de ratazanas e ratos domésticos mais conhecidos como roedores de estimação são:

Twister Dumbo (ratazana doméstica)

Trata-se de uma raça de ratazana domesticada que pode ser adotada desde que esteja dentro das condições de criação e avaliação sanitária. O Twister Dumbo chama atenção e tem esse apelido pelas suas orelhas grandes, além de uma pelagem curta cujas cores podem variar: branco, cinza, cinza claro e tons de marrom.

Chinchila (Chinchilla lanigera)

A chinchila doméstica é considerada um roedor doméstico para o IBAMA [3]somente quando reproduzida em cativeiro autorizado. São roedores de estimação dóceis, sociáveis, inteligentes e expressivos. As fêmeas costumam ser maiores do que os machos e podem chegar a pesar 800 g. Tem uma expectativa de vida alta, de 10 a 15 anos, nas devidas condições de cuidados. Confira o post completo sobre a chinchila como animal de estimação.

Roedores de estimação selvagens

Os roedores de estimação silvestres são aqueles que não fazem parte da lista de animais domésticos do IBAMA. Sua adoção deve ser regulamentada e certificada. Algumas das espécies de roedores selvagens que despertam interesse em adoção são:

Gerbil (esquilo da Mongólia)

O gerbilo é uma espécie de esquilo pouco comum no Brasil porque não é nativa. É um roedor que tem hábitos que podem lembrar muito o do hamster. Apesar de não ser considerado um roedor doméstico, pode ser adotado em criadouros certificados.

Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)

As capivaras são os maiores roedores do mundo e podem chegar a pesar 91 kg. Elas só podem ser adotadas como roedor de estimação mediante regularização pelo IBAMA e condições de criações adequadas, já que necessitam de bastante espaço e todas as suas necessidades cobertas. A não ser que você viva em uma fazenda adaptada para isso, não é recomendável ter uma capivara de estimação em casa. Sugerimos a leitura completa do post sobre a capivara como animal de estimação.

Se deseja ler mais artigos parecidos a Roedores de estimação: espécies, raças e características, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de O que precisa saber.

Referências
  1. BONVICINO, Cibele R. et al. Guia dos roedores do Brasil, com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. Rio de Janeiro: Centro Pan-Americano de Febre Aftosa-OPAS/OMS, v. 120, 2008.
  2. INSTRUÇÃO NORMATIVA IBAMA Nº 07, DE 30 DE ABRIL DE 2015. Disponível em: <https://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Instrucao_normativa/2015/in_ibama_07_2015_institui_categorias_uso_manejo_fauna_silvestre_cativeiro.pdf/>. Acesso em 21 de abril de 2020.
  3. IBAMA. PORTARIA Nº 93 ,DE 07 DE JULHO 1998. Disponível em: <http://www.institutohorus.org.br/download/marcos_legais/Portaria%20IBAMA%2093%20-%201998%20animais%20domesticos.pdf/>. Acesso em 21 de abril de 2020.