Rinotraqueíte felina - herpesvírus felino

Rinotraqueíte felina - herpesvírus felino

A Rinotraqueíte infecciosa felina é uma doença muito grave e altamente contagiosa que afeta o aparelho respiratório dos gatos. Esta doença é causada pelo vírus Herpersvírus Felino 1 (HVF-1) e afeta geralmente gatos com uma baixa imunidade.

Quando a infecção é aguda, o prognóstico é bastante reservado. Por outro lado, nos casos crônicos, o prognóstico é favorável.

Neste artigo do PeritoAnimal vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre a rinotraqueite felina causada pelo herpesvírus felino! Continue lendo!

Herpes felino tipo 1

O herpesvírus felino 1 (HVF-1) é um vírus que pertence ao gênero Varicellovirus. Afeta tanto os gatos domésticos como outros felinos selvagens[1].

Este vírus contém uma cadeia dupla de DNA e tem um envelope glicoproteico-lipídico. Por essa razão, ele é relativamente frágil no ambiente exterior e é altamente suscetível aos efeitos de desinfetantes comuns. Por essa razão, é muito importante uma boa limpeza e desinfeção da casa e objetos do seu gato!

Este vírus consegue sobreviver até apenas 18 horas em um ambiente úmido. Dificilmente sobrevive em ambientes secos! É por esse motivo que este vírus afeta normalmente a região ocular, nasal e oral. Ele precisa desse ambiente úmido para sobreviver e essas regiões são perfeitas para ele!

Transmissão do herpesvírus felino 1

A forma mais comum de transmissão deste vírus é através do contacto direto entre gatos infetados e gatinhos com baixa imunidade (especialmente filhotes). Quando os gatinhos nascem, eles possuem anticorpos maternos que os protegem mas à medida que vão crescendo vão perdendo essa proteção e tornam-se altamente suscetíveis a este e outro vírus. Daí a grande importância da vacinação!

Herpes felino sintomas

O herpesvírus felino 1 afeta geralmente as vias respiratórias superiores dos gatos. O período de incubação do vírus é de 2 a 6 dias (o tempo que decorre desde que o gato é infetado até demonstrar os primeiros sinais clínicos) e intensidade dos sintomas podem variar.

Os principais sintomas do vírus são:

  • Depressão
  • Espirros
  • Letargia
  • Descargas nasais
  • Descargas oculares
  • Lesões oculares
  • Febre

Dentro das lesões oculares, as mais comuns são:

  • Conjuntivite
  • Ceratites
  • Ceratoconjuntivite proliferativa
  • Ceratoconjuntivite seca
  • Sequestro corneal
  • Oftalmia neonatal
  • Sibléfaro
  • Uveíte

Rinotraqueíte infecciosa felina

A rinotraqueite Viral Felina é a doença causada pela infeção pelo Herpesvírus felino do tipo 1, tal como já explicamos. Esta doença que afeta especialmente animais mais jovens pode inclusive levar à morte. Infelizmente, é uma das doenças mais comuns nos gatos.

Diagnóstico

Geralmente, o diagnóstico é feito através da observação dos sinais clínicos associados à presença do herpesvírus felino do tipo 1, que já referimos. Ou seja, o veterinário faz o diagnóstico desta doença principalmente através da observação dos sintomas do gatinho e da história dele.

No caso de existirem dúvidas, existem provas laboratoriais que permitem um diagnóstico definitivo de se tratar desta doença. Algumas dessas provas são:

  • Raspado de tecidos para exame histopatológico
  • Swab nasal e ocular
  • Cultivo celular
  • Imunofluorescência
  • PCR (método mais específico de todos eles)

Rinotraqueíte felina tem cura?

Se a rinotraqueíte tem cura é, obviamente, uma das questões que mais preocupa os tutores dos animais que padecem desta doença. Infelizmente, não existe uma possibilidade de cura para a infeção aguda do herpesvírus felino em todos os gatos. Principalmente em gatinhos filhotes, esta doença pode ser fatal. Porém, existe sim um tratamento e gatos com esta doença podem ter um bom prognóstico se for iniciado um tratamento no estado inicial da doença.

Rinotraqueíte felina - tratamento

Depois de ser feito um diagnóstico, o médico veterinário irá prescrever um tratamento adequado aos sinais clínicos do gato.

O tratamento antiviral é um tratamento bastante complicado e demorado uma vez que o vírus vive no interior das células e é necessário medicar para impedir a reprodução do vírus sem matar as células onde ele está alojado. Para esse efeito, o veterinário poderá utilizar agentes antivirais como o ganciclovir e o cidofovir, que têm provado ser eficazes no combate a este vírus[2].

Para além disso, é usual o uso de antibióticos, uma vez que as infeções bacterianas secundárias são muito frequentes.

Conforme os sinais clínicos do gato poderão ser prescritos colírios, descongestionantes nasais e nebulizações. Casos mais severos, em que os animais estão muito desidratados e/ou anoréticos, pode ser necessária hospitalização, fluidoterapia e até mesmo alimentação forçada através de sonda.

Rinrotraqueíte felina - vacina

A melhor forma de prevenção da rinotraqueíte felina é sem dúvida a vacinação. Existe esta vacina o Brasil e faz parte do plano normal de vacinação dos gatos.

A primeira dose da vacina é geralmente aplicada entre os 45 e 60 dias de vida do animal e o reforço deve ser anual. Porém, pode variar de acordo com o protocolo que o seu médico veterinário seguir. O mais importante é que você direitinho o plano de vacinação que o seu médico veterinário definiu.

Gatinhos que ainda não estão vacinados devem evitar o contacto com gatos desconhecidos já que eles podem ser portadores deste vírus e caso ele esteja ativo, podem transmitir. Por vezes, os sinais da doença são muito leves e não são fáceis de detectar, principalmente em portadores crônicos do vírus.

Rinotraqueite felina pega em humanos?

Por se tratar de uma doença contagiosa e também existir herpesvírus em humanos, muitas pessoas fazem a pergunta: a rinotraqueite felina pega em humanos? A resposta é NÃO! Você pode ficar tranquilo que este vírus é específico destes animais e não passa para nós humanos. Ela é altamente contagiosa mas só mesmo entre gatos e através de contacto direto com as secreções dos olhinhos ou nariz. Ou também, por contacto indireto, como através de um espirro!

Relembramos que estes animais, mesmo depois curados os sintomas, ficam portadores do vírus, que ao estar em estado latente não é contagioso. Porém, assim que se ativa o vírus, ele passa a ser novamente um potencial contagiador.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Conselhos
  • Assim que você notar que o seu gato tem algum dos sinais descritos, visite de imediato um Médico Veterinário.
  • Você jamais deve medicar um gato sem prescrição e supervisionamento do seu Médico Veterinário.
Referências
  1. Daniels, M. J. Golder. M. C. Jarrett, O. MacDonald. D.W (1999) Feline viruses in wild-cats from Scotland. 35. 121-124
  2. Sandmeyer L.S., Keller C.B., Bienzle D. (2005) Effects of cidofovir on cell death and replication of feline herpesvirus-1 in cultured feline corneal epithelial cells. Am. J. Vet. Res. 66:217–222.