Reprodução dos moluscos: explicação e exemplos

Reprodução dos moluscos: explicação e exemplos

A reprodução dos moluscos é tão diversa quanto os diferentes tipos de moluscos existentes. As estratégias reprodutivas mudam de acordo com o tipo de ambiente em que vivem, se são animais terrestres ou aquáticos, embora todos se reproduzam de maneira sexuada.

Neste artigo do PeritoAnimal, explicaremos em detalhes como é a reprodução dos moluscos, mas primeiro vamos explicar o que realmente são os moluscos, algumas de suas características e detalhes importantes sobre seu sistema reprodutivo. Da mesma forma, detalharemos dois exemplos de reprodução em moluscos de acordo com as espécies.

O que são moluscos? Tipos e exemplos

Os moluscos formam um grande filo de animais invertebrados, quase tão numerosos quanto os artrópodes. Existe uma grande variedade de moluscos, mas todos compartilham certas características que os aproximam, embora cada um tenha suas próprias adaptações. Estas características que mencionamos estão incluídas nas divisões de seu corpo, categorizadas em quatro regiões:

  • Uma zona cefálica, onde se concentram os órgãos sensoriais e o cérebro.
  • Um pé locomotor muito muscular para rastejar. Este pé é modificado em alguns grupos, como por exemplo nos cefalópodes, cujo pé evoluiu para tentáculos.
  • Uma zona posterior onde encontramos a cavidade paleal, onde estão localizados os órgãos olfativos, as brânquias (nos moluscos de vida aquática) e os orifícios corporais, como o ânus.
  • Por último, o manto. É a superfície dorsal do corpo, que secreta estruturas de proteção como as espículas, conchas e veneno.

Dentro dos tipos de moluscos, existem algumas classes menos conhecidas, como a classe Caudofoveata ou a classe Solenogastrea. Estes moluscos se caracterizam por ter forma de vermes e o corpo protegido por espículas.

Alguns moluscos possuem uma morfologia muito primitiva, como é o caso dos moluscos pertencentes às classes Monoplacophora e Polyplacophora. Esses animais têm um pé musculoso, como os caracóis, e seu corpo é protegido por uma única concha, no caso dos monoplacophoras, ou por várias, no caso dos Polyplacophoras. Os animais do primeiro grupo se assemelham a amêijoas com uma única valva, e os do segundo parecem com um artrópode muito famoso, o tatuzinho-de-jardim.

Outros tipos de moluscos são os conchas de presas, que, como o próprio nome sugere, tem todo o seu corpo protegido por uma concha no formato da presa de um elefante. Esses animais pertencem à classe Scaphopoda, e são exclusivamente marinhos.

Os tipos de moluscos mais conhecidos são os: bivalves como as amêijoas, ostras e mexilhões; os gastrópodes, como caracóis e lesmas; e, finalmente, os cefalópodes, que são os polvos, sépias, lulas e nautilus.

Se você quer se aprofundar no mundo dos moluscos, não perca nosso artigo sobre os tipos de moluscos.

Reprodução dos moluscos

Em um grupo tão heterogêneo de animais que, além disso, podem viver em habitats muito diferentes, a reprodução dos moluscos é também bastante distinta e evoluiu de forma diferente dependendo do tipo de molusco.

Os moluscos se reproduzem através da reprodução sexuada, ou seja, dentro de cada espécie existem indivíduos unisexuados, moluscos fêmeas ou machos. No entanto, algumas espécies são hermafroditas e, embora a maioria não consiga se auto-fecundar (pois precisam da presença de outro indivíduo), certas espécies conseguem fazê-lo, como é o caso de alguns caracóis terrestres.

A grande maioria das espécies de moluscos é aquática e, neste meio, o principal tipo de fertilização é o externo. Apenas algumas espécies apresentam fecundação interna, como é o caso dos cefalópodes. Portanto, moluscos aquáticos têm fecundação externa. Tanto as fêmeas quanto os machos liberam seus gametas no meio ambiente, eles se fecundam, desenvolvem, eclodem e vivem como larvas livres até atingir o estado adulto, que em algumas espécies é praticamente séssil ou rastejante, e em outros, é de nadadores livres.

Os moluscos terrestres, que são os gastrópodes pulmonados ou caracóis terrestres, têm um sistema reprodutivo mais desenvolvido. Cada indivíduo tem ambos os sexos, mas só pode atuar como um no momento da relação sexual. O macho introduz espermatozóides através do pênis dentro da fêmea, na qual os óvulos serão fertilizados. Em seguida, a fêmea colocará os ovos fertilizados enterrados no solo, onde eles se desenvolverão.

Exemplos de reprodução dos moluscos

A grande quantidade de espécies diferentes de moluscos complica a síntese da explicação sobre sua reprodução dos moluscos, por isso, vamos explicar os dois exemplos mais representativos da reprodução dos moluscos:

Reprodução dos moluscos: caracol comum (Helix aspersa)

Quando dois caracóis alcançam a fase adulta, estão prontos para realizar a reprodução dos caracóis. Previamente, antes da relação sexual, ambos os caracóis se cortejam. Esse cortejo consiste em uma série de movimentos circulares, fricções e liberação hormonal, que podem durar até 12 horas.

Quando os caracóis estão muito próximos, é lançado o que conhecemos como "dardo do amor". Essas estruturas são verdadeiros dardos impregnados de hormônios que atravessam a pele do caracol e favorecem o sucesso reprodutivo. Após o dardo, um dos caracóis tira o pênis de seu poro genital e entra em contato com o poro do parceiro, o suficiente para que ele possa depositar o espermatozóide.

Depois de alguns dias, o animal fertilizado introduzirá sua área cefálica no solo úmido e depositará seus ovos em um pequeno ninho. Depois de um tempo, uma centena de caracóis em miniatura emergirá desse ninho.

Reprodução dos moluscos: ostras

Geralmente, quando a estação quente chega e as águas do oceano ultrapassam os 24 ºC, chega a época de reprodução das ostras. Esses animais liberam na água alguns feromônios que mostram seu estado reprodutivo. Quando isso ocorre, tanto as ostras femininas quanto masculinas liberam milhões de gametas que serão fertilizados fora de seus corpos.

O desenvolvimento dos ovos é vertiginosamente rápido e dentro de apenas algumas horas eles entram no estado de larva. Algumas semanas depois, elas caem até um fundo pedregoso, geralmente guiadas pelos sinais químicos de outras ostras adultas. Essas larvas se unem ao substrato utilizando um cimento que elas mesmas criam e lá passarão o resto de suas vidas.

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