Que animais são os lemmings?

Os lemmings são roedores pertencentes à subfamília Arvicolinae, a mesma que inclui os ratos-do-campo. Distribuem-se principalmente em regiões frias do hemisfério norte, especialmente nas tundras da Escandinávia, Sibéria, Canadá, Alasca e Groenlândia. Existem cerca de 20 espécies diferentes, agrupadas em vários gêneros, como Lemmus, Dicrostonyx, Myopus e Synaptomys.

Esses animais cumprem um papel ecológico essencial nos ecossistemas árticos por serem uma fonte chave de alimento para predadores como raposas árticas, corujas-das-neves e doninhas. Além disso, sua atividade de escavação ajuda a arejar o solo e a redistribuir nutrientes na tundra.

Os lemmings são caracterizados pelos seguintes traços físicos:

• Corpo compacto;
• Patas curtas;
• Pelagem densa que os protege das baixas temperaturas do Ártico;
• Cauda muito curta e quase invisível sob a pelagem.

Eles têm um comprimento médio entre 12 e 15 cm e um peso que varia de 30 a 100 gramas, dependendo da espécie.

Curiosidade: em algumas espécies, a pelagem muda de cor conforme a estação. Por exemplo, os Dicrostonyx spp. ficam completamente brancos no inverno, o que lhes permite se camuflar na neve.

Por outro lado, seu metabolismo é rápido e sua taxa reprodutiva é elevada, permitindo que se recuperem rapidamente após invernos rigorosos ou períodos de escassez de alimento. Apesar disso, os lemmings são animais majoritariamente solitários, mas durante os picos de abundância populacional podem se tornar mais ativos e visíveis, deslocando-se em grandes grupos em busca de novos territórios.

Existem vários tipos de lemmings distribuídos em diferentes regiões do Ártico e subártico. A seguir, mostramos alguns dos mais representativos:

• Lemmus lemmus: é uma das espécies mais conhecidas e emblemáticas. Habita a Escandinávia e o noroeste da Rússia. Possui uma pelagem marrom com manchas pretas e douradas, e é famoso por suas flutuações populacionais extremas, que podem se multiplicar exponencialmente a cada poucos anos;
• Lemmus sibiricus: vive nas tundras da Sibéria e partes do norte da China. Distingue-se por sua pelagem mais pálida e por sua resistência ao frio extremo. Durante o inverno, escava túneis sob a neve para se mover e se alimentar;
• Dicrostonyx groenlandicus: muda a cor de sua pelagem para branco durante o inverno. Seu traço distintivo é a faixa escura ao longo das costas e um colar pálido na área do peito. É uma espécie muito estudada por sua capacidade de adaptação aos invernos prolongados do norte;
• Synaptomys cooperi: é uma espécie da América do Norte que prefere zonas úmidas e pantanosas. Sua pelagem é marrom-escura e mais densa que a de outras espécies. Alimenta-se de musgos e ervas macias, e vive em tocas sob o solo, onde armazena alimento. Gostaria de conhecer mais animais que vivem debaixo da terra? Aqui mostramos outros "Animais que vivem debaixo da terra";
• Lemmus amurensis: habita o nordeste da Ásia, em zonas próximas ao rio Amur. É de coloração acinzentada, embora possa apresentar manchas escuras, e adapta-se a ambientes mais florestais que outros lemmings, demonstrando a plasticidade ecológica do grupo.

Os lemmings habitam principalmente em regiões frias do hemisfério norte, especialmente nas tundras da Sibéria, Escandinávia, Canadá, Alasca e Groenlândia. Eles preferem áreas cobertas por musgos, líquens e gramíneas, onde escavam sistemas complexos de túneis para se abrigar e armazenar alimento. No inverno, vivem abaixo da neve, onde criam galerias ou túneis sob a camada de neve que os protegem do vento e dos predadores.

Seu habitat é fundamental para a estrutura trófica da tundra, pois muitas espécies dependem deles como principal recurso alimentar.

A dieta dos lemmings é composta principalmente de vegetação. Eles são herbívoros estritos e se alimentam de folhas, musgos, líquens, raízes e caules macios. Durante o inverno, quando a vegetação se torna mais escassa, eles se alimentam de material vegetal armazenado em suas tocas ou escavam sob a neve para alcançar musgos e raízes.

Sua alta taxa de consumo é fundamental para os ciclos ecológicos do Ártico, por influenciar a regeneração da vegetação e das populações de predadores.

Vimos o que são os lemmings e quais são as espécies mais representativas, mas ainda há alguns dados curiosos que podem surpreendê-lo:

• Têm picos populacionais cíclicos: os lemmings apresentam explosões demográficas a cada três ou quatro anos, seguidas por quedas drásticas. Este ciclo natural depende da disponibilidade de alimento e da pressão dos predadores;
• Funcionam como espécies bioindicadoras: devido à sua sensibilidade às mudanças ambientais, os lemmings são considerados bioindicadores do impacto das mudanças climáticas nos ecossistemas árticos;
• Reproduzem-se rapidamente: as fêmeas podem ter até 6 ninhadas por ano, com 5 a 8 filhotes em cada uma. Este ritmo elevado é vital para compensar a alta predação na tundra;
• Têm grande importância ecológica: são uma fonte essencial de alimento para raposas, corujas, bufo-real e aves de rapina do Ártico, portanto, sua abundância influencia diretamente a dinâmica das populações de predadores;
• Sobrevivem sob a neve: durante os longos invernos árticos, os lemmings vivem em túneis sob a camada de neve, onde a temperatura é mais estável e podem encontrar alimento sem se expor aos predadores;
• Seus dentes nunca param de crescer: como outros roedores, os incisivos dos lemmings crescem continuamente e se desgastam ao roer raízes, galhos e cascas de árvores.

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