Quantos anos vive uma tartaruga?

Quantos anos vive uma tartaruga?

As tartarugas estão entre os répteis mais antigos do mundo pois surgiram há mais de 200 milhões de anos na terra e também estão entre os animais mais longevos, podendo viver mais que um ser humano. Todos os tipos de tartarugas, jabutis e cágados, são chamados de quelônios ou testudines e então são classificadas em 13 famílias, 75 gêneros e 260 espécies, sendo que 7 delas são espécies marinhas. No Brasil, podemos encontrar 36 dessas espécies: 2 terrestres (jabutis), 5 marinhas e 29 de água doce. Suas características e distribuição variam bastante. É por isso que o tempo de vida de uma tartaruga pode varias bastante. Para esclarecer, neste post do PeritoAnimal explicamos quantos anos vive uma tartaruga, segundo a sua espécie e estimativas comum. Uma coisa já podemos afirmar: vida longa a todas elas!

Quantos anos vive uma tartaruga?

Afirma-se que a média do tempo de vida de uma tartaruga seja de 80 anos. Embora a expectativa de vida de uma tartaruga varie segundo a sua espécie. De acordo com a Sociedade de Conservação de Tartarugas da Malásia [1], uma tartaruga de estimação, por exemplo, pode viver entre 10 a 80 anos, enquanto as espécies maiores podem ultrapassar os 100 anos, enquanto as tartarugas marinhas, por sua vez, costumam viver entre 30 e 70 anos, ainda que existam casos de tartarugas que ultrapassaram os, pasmem, 150 anos. Em muitos casos, a idade de uma tartaruga é estimada pela sua carapaça e quantidade de anéis em sua carapaça. [2]

Mesmo assim, há exemplares cuja idade continua sendo uma incógnita já que estimativa pode ser surpreendente como é o caso de algumas espécies de tartarugas das Ilhas Galápagos: há quem afirme que tenham de 400 a 500 anos. Tal afirmação, não chega a ser um exagero, se considerarmos que o isolamento geográfico, como é o caso de Galápagos, é positivo na conservação das espécies.

Tempo de vida das tartarugas

Por isso, a expectativa de vida de uma tartaruga varia também, não apenas de acordo com a espécie, mas também segundo suas condições ambientais, habitat, intervenção humana e outro fatores, seja em cativeiro ou na natureza. Se você se pergunta quantos anos vive um jabuti, por exemplo, entenda que isso vai depender de muitos fatores. As estimativas mais comuns para o tempo de vida de uma tartaruga de algumas das espécies mais comuns no Brasil são:

  • Jabuti-piranga (Chelonoidis carbonaria): 80 anos;
  • Jabuti-tinha (Chelonoidis denticulata): 80 anos;
  • Tartaruga-tigre-d'água (Trachemys dorbigni): 30 anos;
  • Tartarugas marinhas (no geral): 70 anos;
  • Cágados: 40 anos.

Tartaruga mais velha do mundo

Harriet, uma tartaruga da espécie Geochelone nigra, das ilhas Galápagos, que nasceu ali em 1830 e morreu em 2006 no zoológico de de Beerwah, na Austrália [3] já foi foi reconhecida como a tartaruga mais velha do mundo pelo Guinness Book of World Records pelos seus 176 anos de vida. Embora ela não seja mais a detentora do título, sua história merece ser contada porque, ainda que haja versões que se contradigam, uma delas afirma que Harriet foi levada por Darwin após uma passagem pelas Ilhas Galápagos em uma de suas expedições.

Atualmente, no entanto, a tartaruga e animal mais velho do mundo, reconhecida pelo Livro dos Records [4] é Jonathan, da espécie Tartaruga-Gigante-de-Seychelles, que até o momento da conclusão desse artigo tem 188 anos e vive na ilha de Santa Helena, que pertence ao Território Britânico Ultramarino no Oceano Atlântico Sul. Repito: não só é a tartaruga mais velha do mundo, como também, detém o título de animal mais velho do mundo. Vida longa a Jonathan!

Conservação das espécies de tartarugas

É importante ter consciência de que, apesar da longevidade em anos de muitas espécies de tartarugas, isso não necessariamente se reflete na sua expectativa de vida real, já que, de acordo com o Projeto Tamar, das 8 espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo, 5 estão no Brasil [5] e, infelizmente, todas ameaçadas de extinção.[6]Isso significa, em palavras da instituição, que

De cada mil filhotes de tartarugas marinhas que nascem, somente um ou dois conseguem atingir a maturidade.

Dentre as principais ameaças destacam-se a caça e coleta de ovos ilegal, pesca incidental, poluição, ameaças naturais, fotopoluição ou sombramento, trânsito de veículos e doenças. Além disso, elas têm um ciclo de vida longo, ou seja, com longos intervalos geracionais. Dessa forma, qualquer interrupção desse ciclo é uma ameaça grave à população de tartarugas.

É sempre bom lembrar que nenhuma espécie de tartaruga é considerada animal doméstico no Brasil, todas elas são animais silvestres e para adotar uma é preciso ter autorização do IBAMA. Em caso de adoção, portanto, é imprescindível estar consciente de quanto tempo vive uma tartaruga e saber que ela, provavelmente te acompanhará pelo resto da sua vida, além de todos os cuidados para uma tartaruga de água ou terra.

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Referências
  1. NYOK PELF, Dr. Chen. Turtle Conservation Society of Malaysia. What is the lifespan of a turtle?. Disponível em: <https://www.turtleconservationsociety.org.my/what-is-the-lifespan-of-a-turtle/>. Acesso em 19 de maio de 2020.
  2. SILVA, Sara. umCOMO. Como saber a idade de uma tartaruga. Disponível em: <https://animais.umcomo.com.br/artigo/como-saber-a-idade-de-uma-tartaruga-15818.html/>. Acesso em 19 de maio de 2020.
  3. CHAMBERS, Paul. New Scientist. The origin of Harriet. 11 September 2004. Disponível em: <https://www.newscientist.com/article/mg18324645-000-the-origin-of-harriet/>. Acesso em 19 de maio de 2020.
  4. MILWARD, Adam. Guiness Word Records. Introducing Jonathan, the world’s oldest animal on land at 187 years old. Disponível em: <https://www.guinnessworldrecords.com/news/2019/2/introducing-jonathan-the-worlds-oldest-animal-on-land-561882/>. Acesso em 19 de maio de 2020.
  5. BAPTISTOTTE, Cecíclia. Tartarugas marinhas: Projeto TAMAR. Herpetologia no Brasil, v. 1, p. 19-24, 1994. Disponível em: <http://www.projetotamar.org.br/publicacoes_html/pdf/1992/1992_Tartarugas_Marinhas_Projeto_TAMAR.pdf/>. Acesso em 19 de maio de 2020.
  6. PROJETO TAMAR. Ameaça de Extinção. Disponível em: <https://www.tamar.org.br/interna.php?cod=100/>. Acesso em 19 de maio de 2020.
Bibliografia
  • PROJETO TAMAR. Quelônios/Chelonia. Disponível em: http://www.tamar.org.br/interna.php?cod=80. Acesso em 19 de maio de 2020.
  • CARVALHO, A. V.; VASCONCELOS, L. L. P. M.; LOPES, T. K. M.; MALVASIO, A.. Tartaruga-da-Amazônia e Tracajá: uma revisão bibliográfica acerca do parasitismo e das relações socioambientais. Natural Resources, v.7, n.2, p.1-10, 2017. DOI:http://doi.org/10.6008/SPC2237-9290.2017.002.0001. Acesso em 19 de maio de 2020.
  • DE ARAÚJO NALON, Natália. UFSCAR, Temas Atuais em Biologia. Tartarugas marinhas e a importância de conservá-las. Disponível em: <http://www.temasbio.ufscar.br/?q=artigos/tartarugas-marinhas-e-import%C3%A2ncia-de-conserv%C3%A1-las>. Acesso em 19 de maio de 2020.