Se filhote chegou à sua casa, com certeza você está ansioso para levá-lo para a rua o quanto antes, isto é, levá-lo ao parque para brincar com outros cães e incluí-lo em todas as suas viagens e aventuras. Saiba que isso é ótimo! Mas você deve levar em conta que os cachorrinhos são muito suscetíveis a contrair doenças se não estiverem corretamente imunizados. Por isso, conhecer o calendário de vacinação do seu cão é imprescindível para evitar riscos.
Neste artigo do PeritoAnimal, nós nos encarregamos de resolver todas as dúvidas que possam surgir sobre quantas vacinas seu filhote precisa, quais são elas e quando você poderá levá-lo para passear na rua com total tranquilidade. Afinal, quantas vacinas o cachorro tem que tomar para poder passear?
Quantas vacinas o cachorro tem que tomar para poder passear?
O protocolo de vacinação para filhotes pode variar ligeiramente em função de alguns aspectos, como a comunidade em que nos encontramos, a prevalência de doenças em uma área concreta ou o risco ambiental (que é maior, por exemplo, se o filhote vem de uma ONG de proteção animal ou se estava em contato com animais não imunizados).
Com pequenas variações, via de regra o filhote deve receber as seguintes vacinas:
- 6 semanas de idade: vacina contra a parvovirose e a cinomose canina;
- 8 semanas de idade: vacina polivalente (parvovirose, cinomose, hepatite, parainfluenza e leptospirose);
- 12 semanas de idade: reforço da vacina polivalente;
- Entre os 3 e os 6 meses de idade: vacina contra a raiva.
Em função do risco estimado, em algumas regiões inclui-se no protocolo uma dose de reforço da vacina polivalente às 16 semanas de vida.
Após a dose de reforço administrada às 12 e/ou 16 semanas, o filhote já pode começar a dar seus primeiros passeios. Porém, é imprescindível (e obrigatório, a depender do local) que ele receba a vacinação antirrábica e que seja colocado um microchip.
Lembre-se de que, antes de começar a vacinar o filhote, ele deve estar em perfeito estado de saúde e tem que ter completado um protocolo prévio de desparasitação, tanto interna quanto externa. Contamos isso para você neste artigo sobre "Antiparasitários para cães filhotes - Guia completo".
Com que idade um filhote vacinado pode sair?
A idade com a qual um filhote completa sua cartilha de vacinação é variável, pois dependerá de em que momento lhe foi aplicada a primeira vacina. No caso de animais saudáveis que recebem a primeira dose na idade recomendada de seis semanas, o mais habitual é que por volta dos três meses de idade já estejam adequadamente imunizados e possam começar a passear sem problema pela rua.
De qualquer forma, será o veterinário quem confirmará para você qual é o momento mais adequado para começar a levar seu filhote para passear com coleira, levando em conta fatores como o entorno do animal ou seu estado imunológico.
Quantos dias depois da terceira vacina devo esperar para levar meu cachorro para passear?
Após receber as doses de reforço e completar o protocolo básico de vacinação, é recomendável esperar, pelo menos, uma semana para levar o filhote para passear. Isso é assim porque, apesar de já ter recebido sua injeção, o sistema imunológico do animal leva alguns dias para reagir e criar as defesas que o cachorro vai precisar para enfrentar uma possível infecção no futuro.
É muito importante seguir as recomendações do profissional e não expor o filhote de maneira prematura a certos ambientes que podem colocar sua saúde em risco, como são os parques para cães ou outras áreas similares.
Quais riscos um filhote não vacinado corre na rua?
Levar um filhote para passear na rua quando ele ainda não está corretamente imunizado é muito perigoso, pois as doenças que ele poderia contrair são potencialmente fatais para um animal que se encontra indefeso contra elas. Entre estas doenças, podemos destacar:
- Parvovirose: é uma doença viral muito contagiosa que afeta especialmente filhotes e provoca, entre outros sintomas, desidratação, vômitos, diarreias hemorrágicas e febre. Seu tratamento é complexo e muitos cachorrinhos afetados acabam morrendo;
- Cinomose canina: é uma patologia de origem viral altamente contagiosa e muito grave, que causa alterações respiratórias e digestivas, embora também possa afetar o sistema nervoso. Sua taxa de mortalidade é muito alta, especialmente em cães não vacinados;
- Hepatite infecciosa canina: esta doença é provocada pelo adenovírus canino tipo 1, muito contagioso. Embora cause vários sintomas em nível sistêmico, caracteriza-se por um grave comprometimento do fígado, que é letal em muitos casos;
- Leptospirose: provocada por bactérias do gênero Leptospira, esta doença causa uma sintomatologia inespecífica e multissistêmica, é transmitida por contato direto com a urina de animais infectados e também pode afetar os seres humanos;
- Parainfluenza canina: este vírus provoca uma traqueobronquite infecciosa muito contagiosa, que se caracteriza por produzir febre e uma série de sintomas respiratórios, entre os quais se destaca a tosse (por este motivo, esta doença também é conhecida como "tosse dos canis").
Quando levamos um filhote não vacinado para passear pela cidade ou o colocamos em um parque para cães, corremos o risco de que ele se contamine ao entrar em contato com outros cães portadores assintomáticos ou com suas fezes e fluidos.
Posso levar meu filhote de 2 meses no colo para passear?
Não apenas você pode, como deve! Exatamente como explicamos neste artigo, um filhote geralmente não está completamente imunizado até, pelo menos, os três meses de idade, e é por isso que não é recomendável levá-lo para passear com a coleira até que ele tenha completado seu esquema vacinal. No entanto, se isolarmos o animal em casa durante seus primeiros três ou quatro meses de vida, ele desenvolverá quase com total certeza uma série de problemas comportamentais na idade adulta.
Os filhotes precisam interagir com outros animais e pessoas, conhecer o mundo ao seu redor e explorar tudo que veem para aprender a se relacionar de maneira adequada com seu entorno. Isto é especialmente importante entre as três e as doze semanas de vida, que é quando os cachorrinhos passam pelo período crítico de socialização. Se durante este tempo o animal não tiver contato com o mundo exterior, desenvolverá uma série de medos e inseguranças que podem derivar em problemas graves de conduta (agressividade, reatividade, fobias, etc.). O mesmo acontecerá com aqueles filhotes que foram separados muito cedo de sua mãe e de seus irmãos de ninhada.
Como levar um filhote no colo?
Para prevenir estes problemas, é necessário que, desde que o filhote chegue em casa (lembre-se: ele não deve chegar com menos de 8-9 semanas), ele seja exposto de maneira gradual a todos os estímulos aos quais terá que enfrentar quando sair para passear na rua. Para fazer isso com segurança, você pode levar o filhote no colo por alguns minutos todos os dias e dar um passeio com ele para que possa ver e cheirar tudo ao seu redor, evitando uma interação direta com cães desconhecidos (embora ele possa se relacionar com cães saudáveis e vacinados), fezes, urina e qualquer outro possível foco de contágio.
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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- Squires, R. A., Crawford, C., Marcondes, M., & Whitley, N.; WSAVA Vaccination Guidelines Group. (2024). 2024 guidelines for the vaccination of dogs and cats [Guías para la vacunación de perros y gatos]. World Small Animal Veterinary Association. Revista Journal of Small Animal Practice. https://wsava.org/wp-content/uploads/2024/05/ESP.-J-of-Small-Animal-Practice-2024-Squires-2024-guidelines-for-the-vaccination-of-dogs-and-cats-compiled-by-the.pdf