Quantas vacinas o cachorro tem que tomar na vida?

As vacinas são produtos biológicos utilizados para conferir e aumentar a imunidade de um cachorro contra diversas doenças, geralmente utilizando um antígeno derivado de um ou vários agentes infecciosos.

Quando falamos em doenças em pets, é sempre melhor prevenir do que tratar uma infecção, considerando que as vacinas para cães e gatos são muito seguras, salvando muito mais vidas que prejudicando-as. Algumas vacinas produzem um efeito tão benéfico que chegam a reduzir ou eliminar doenças de moderada a alta morbidade e mortalidade.

Quando falamos sobre doenças infecciosas transmissíveis, verificamos que uma vacinação adequada faz com que o organismo do animal desenvolva anticorpos capazes de destruir o agente que entrou em contato, promovendo imunidade, o que resulta em controle e redução de doenças. Além da função de proteção, a vacinação também possui a capacidade de auxiliar no controle de enfermidades em animais, pois em média 75% das doenças humanas reemergentes ou emergentes do último século são zoonoses.

Vários tipos de vacinas se encontram disponíveis atualmente para cães e gatos. Podemos classificá-las, de uma forma simples em:

• Vacinas atenuadas: são as vacinas com patógenos vivos, com virulência reduzida por processamento laboratorial;
• Vacinas recombinantes: utilizam um vírus ativo como vetor;
• Vacinas inativadas: são aquelas em que o agente é previamente inativado ou feita com subunidade do patógeno.

Todas as vacinas simulam uma infecção pelo agente patogênico, sem causar a doença, fazendo com que o corpo desenvolva defesas contra um possível ataque futuro.

Em 2007, o Grupo de Diretrizes de Vacinação (VGG) da WSAVA (World Small Animal Veterinary Association – em português Associação Mundial de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais) se reuniu para desenvolver diretrizes para a vacinação de cães e gatos que tivessem aplicação global. Em 2010 foi publicada uma versão atualizada dessas diretrizes, reconhecendo que os cuidados com os cães e gatos estão sujeitos a uma variação significativa na prática e nos aspectos econômicos associados em todo o mundo, e que as recomendações de vacinação aplicáveis a um país desenvolvido podem não ser apropriadas para um país em desenvolvimento.

Para a realidade brasileira, foi realizado um estudo pela Federacion Iberoamericana de Asociaciones Veterinarias de Animales de Compañia (FIAVAC), com o apoio da Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Animais de Companhia (ANCLIVEPA), onde as doenças foram divididas em duas classes:

1. Doenças contra as quais todos os cães devem ser vacinados

• Cinomose
• Parvovirose
• Hepatite infecciosa canina
• Leptospirose
• Raiva

2. Doenças contra as quais apenas alguns cães devem ser vacinados

Nestas doenças, o médico veterinário deverá fazer uma avaliação da necessidade do uso da vacina ou não para cada animal:

• Adenovirose respiratória
• Parainfluenza
• Bordetelose
• Coronavirose
• Giardíase
• Leishmaniose visceral

Então, quantas vacinas o cachorro tem que tomar na vida? Simplificando, todos os cachorros devem tomar a vacina múltipla (V8 ou V10), que imuniza contra cinomose, leptospirose, parvovirose, coronavirose, hepatite infecciosa canina, adenovirose e parainfluenza e a vacina antirrábica.

A depender da análise da necessidade pelo médico veterinário, os cães podem tomar: vacina para a prevenção da giardíase e da gripe canina (tosse dos canis).

Os cachorros devem tomar reforços anuais das vacinas múltipla, antirrábica, contra giardíase e gripe canina, caso o médico veterinário tenha indicado as duas últimas.

Um cachorro adulto que esteja com o esquema de vacinação em dia, deverá tomar apenas os reforços anuais.

Sim! O cachorro que não tomou nenhuma vacina está vulnerável às doenças infecciosas citadas no item acima “Quais vacinas o cachorro deve tomar ao longo da vida?”.

Como é mais fácil imunizar um cão adulto, quando comparado com um filhote, serão necessárias apenas duas doses da vacina múltipla caso o cachorro nunca tenha tomado essa vacina. A antirrábica continua com uma dose anual apenas. As vacinas contra giardíase e gripe canina também devem ser aplicadas em duas doses, com reforços anuais.

O calendário anual de vacinas para os cães varia de acordo com a idade do animal. Considera-se um cão como filhote até os 6 meses de idade, necessitando de mais doses de vacina para que a imunização seja completada.

Infelizmente, o Brasil não adota a vacinação gratuita de cães com a vacina múltipla. Apenas a vacina antirrábica é gratuita no país. Um dos importantes pilares do programa de vigilância da raiva preconizado pelo Ministério da Saúde é a campanha anual de vacinação contra a raiva em cães e gatos, de modo a manter, no curto prazo, parcela significativa dessas populações imune ao vírus^[1]. Os Centros de Controle de Zoonoses do Distrito Federal e dos Municípios aplicam gratuitamente a vacina antirrábica em cães e gatos.

Agora que você já sabe quantas vacinas o cachorro tem que tomar na vida e viu quais são obrigatórias, recomendamos também a leitura deste outro artigo com um guia completo sobre a vacina antirrábica canina.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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