
Os bichanos convivem com as pessoas há mais de dez mil anos e é um dos animais de estimação mais populares, com admiradores espalhados pelo mundo todo. O gato doméstico possui um grande repertório de vocalização, devido a sua ordem social, atividade noturna e longo período de contato entre mãe e filhotes. Para se comunicar com outras espécies, os gatos utilizam três formas de comportamento: postura corporal, marcas olfativas e expressão vocal, sendo que estas podem se adequar a diferentes circunstâncias. A comunicação por meio da vocalização é uma das formas mais marcantes na interação homem e gato, pois alguns animais desenvolvem uma parceria toda especial com seus tutores.
Então, quando uma pessoa fala que entende o que seu gato quer, ela pode estar perfeitamente correta! O convívio com um animal de estimação pode ser tão harmônico que é possível sim que ambos se entendam e conversem entre si. O gato possui vários tipos de miados, que podem demonstrar desde carinho até um grande desconforto ou medo. Além disso, a linguagem corporal do gato, unida à vocalização, pode demonstrar claramente o que o animal está sentindo naquele momento. Para desvendar mais sobre a linguagem verbal dos bichanos, o PeritoAnimal elaborou este artigo com dicas e detalhes para melhorar sua comunicação com seu amigo de quatro patas que tem como tema: Quando o gato fica miando muito, o que pode ser?
Característica da raça
Algumas raças de gatos são conhecidas por vocalizarem bastante, como o siamês e o bengal. Essas raças são bem interativas e costumam miar tanto para outros gatos quanto para outras espécies. Os gatos utilizam os miados para expressar seus sentimentos e necessidades, como fome, carência, tédio, felicidade ou até mesmo para mostrar uma caça.
Comunicação com os tutores e outros animais
Os gatos podem enviar informações para outros gatos, seres humanos e vários animais por meio da linguagem corporal e expressão vocal. Alguns estudos indicam que os sinais sonoros são tão eficazes à noite quanto durante o dia, bem como em longas distâncias. O excesso de vocalização, em alguns casos, pode ser considerada como um problema para alguns tutores, que não se adaptam ao comportamento do gato. Para a maioria dos gatos, o contato com pessoas tem um resultado positivo, porque promove um manejo satisfatório por ser recompensador ao animal, sendo o miado uma forma de demonstrar que ficou feliz com a interação. Um tutor atento pode aprender a se comunicar com seu gato observando os diferentes tipos de miado que ele faz, proporcionando uma interação mais próxima e afetiva.
Falta de atividades/tédio
Alguns gatos necessitam de uma maior quantidade de exercícios e interação com as pessoas e com outros animais para não se sentirem entediados. O enriquecimento ambiental é uma forma de aumentar o bem-estar dos bichanos e sua diversidade comportamental. Além disso, gatos sem estímulos ambientais tendem a ficar obesos e desenvolver doenças crônicas como diabetes. O miado do gato com poucas atividades diárias pode ser considerado um pedido de socorro para que o seu tutor dê a ele mais atenção e interaja de forma mais intensa, sendo necessário, além disso, um enriquecimento ambiental.
Medo, ansiedade ou desconforto
Gatos podem vocalizar quando estão com medo, ansiedade ou algum tipo de desconforto. Durante uma briga, por exemplo, os miados intensos podem ser uma tentativa de assustar o adversário ou mesmo uma manifestação de medo. A ansiedade é um sentimento que causa muito desconforto ao bichano, que pode se manifestar miando mais do que o normal ou ficando agressivo.
Dor/problemas de saúde
os gatos demonstram dor de uma forma diferente dos cachorros. Geralmente os bichanos se escondem e se encolhem quando estão com dor. A vocalização acontece em alguns casos, geralmente quando manipulado. Outra maneira de demonstrarem dor é por meio do ronronar, o que pode deixar o tutor confuso. Gatos com muita dor ou com medo podem ronronar com muita intensidade, não sendo esse um sinal de alegria ou descontração. Por serem animais solitários, os gatos costumam se esconder quando estão doentes ou com dor, afastando-se o máximo possível de lugares movimentados e barulhentos. Esse comportamento pode ser uma herança de seus ancestrais, que se escondiam quando enfermos e vulneráveis para não serem encontrados por seus predadores.
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