
Da mesma forma que as pessoas, os cães também sentem enjoos quando estão doentes ou mesmo passeando de carro. Vários remédios utilizados por nós podem ser aplicados nos cachorros, para que o animal fique livre da náusea e volte à sua rotina diária.
O efeito sonífero desses fármacos, como o Dramin, pode ser de grande utilidade para animais que vão viajar e precisam estar mais tranquilos durante o trajeto. Além disso, o medicamento também é utilizado para melhorar o equilíbrio em cães com síndrome vestibular.
Mas pode dar Dramin para cachorro? Qual dose devo dar para o meu cachorro? Possui efeitos colaterais? Veremos isso neste artigo do PeritoAnimal, além de outras informações e dicas relacionadas ao uso do Dramin em cachorros.
Pode dar Dramin para cachorro?
Com a devida orientação do veterinário, pode dar Dramin para cachorro sim! O Dramin, cujo princípio ativo é o dimenidrato, atua no centro do vômito, localizado na substância reticular da medula, fazendo a ligação direta dos nucléolos vestibulares com esse centro do vômito.
Também é utilizado no tratamento da síndrome vestibular, pois se acredita que tenha baixa atividade anticolinérgica, reduzindo assim a taxa de estímulos em neurônios dos nucléolos vestibulares, reduzindo a tontura e desorientação presentes nessa síndrome.
O Dramin é um medicamento muito seguro para ser usado em cães, mas é preciso administrar a dose correta e pelo tempo necessário. O excesso de medicação pode causar reações graves e até mesmo colocar a vida do peludo em risco. Por isso, nunca medique seu cachorro sem a orientação do veterinário.
Quando é recomendado dar Dramin para cachorro?
O Dramin pode ser utilizado nos cães em três situações:
- Enjoos e vômitos: em casos de viagem ou mesmo de doenças que causem vômito no cachorro, como viroses e infeções bacterianas. Para uso em viagens, o ideal é administrar o medicamento cerca de 1 hora antes, para que ele esteja com um bom efeito no momento do embarque (tanto em aeronaves quanto em automóveis), evitando náusea pelo movimento do transporte.
- Para dormir: algumas situações exigem que o animal fique mais tranquilo e até durma, como viagens longas ou de aeronaves. A agitação excessiva nesses casos pode resultar em ferimentos e até mesmo fugas, sendo mais seguro deixar o cachorro sonolento. No entanto, a dose não pode ser excessiva! Somente o suficiente para agir durante o trajeto da viagem.
- Síndrome vestibular: é um conjunto de manifestações clínicas neurológicas relacionadas principalmente ao equilíbrio e à orientação do corpo no espaço. Sua origem é multifatorial e está relacionada à disfunção do sistema vestibular.Esse sistema é o principal componente do sistema nervoso responsável pela manutenção do equilíbrio. Além disso, coordena os movimentos da cabeça (incluindo movimentos oculares), do tronco e dos membros. Considerando sua fisiologia, os sintomas de disfunção vestibular incluem anormalidades na marcha, na postura da cabeça, do corpo e dos membros, e nos movimentos dos olhos. Embora menos frequente, náusea e vômito podem ser observados, visto que o centro do vômito está localizado na substância reticular da medula oblonga e há ligação direta com os núcleos vestibulares.
Qual a dosagem do Dramin para cachorro?
A dosagem recomendada do Dramin para cachorros é de 4 a 8 mg por kg, a cada 8 ou 12 horas. Lembrando que essa é a dose presente na literatura, podendo ser alterada por orientação do médico veterinário.

Como dar Dramin para cachorro
O Dramin vem na apresentação líquida e em comprimidos. O líquido pode ser administrado com o auxílio de uma seringa, podendo ser diluído em um pouco de água. Sempre tenha o cuidado de não jogar o líquido com muita força na garganta, para não ocorrerem engasgos.
O comprimido pode ser dado dentro de algum alimento que o cachorro goste muito. No entanto, pode ser que ele esteja enjoado e não queira comer. Então, o comprimido deverá ser administrado diretamente na boca, colocado na base da língua, para que seja engolido mais rápido. Fique sempre de olho para ele não esconder o comprimido entre a gengiva e a pele da boca.
Efeitos colaterais do Dramin em cachorros
O Dramin geralmente apresenta como efeito colateral a sonolência, que pode ser um efeito desejado ao se administrar o remédio. Doses excessivas podem fazer com que o cachorro fique dormindo por muito tempo. Alguns cães podem apresentar ansiedade em vez de sonolência. Nesses casos, o uso de Dramin não é aconselhável.
Dicas naturais para ajudar cachorro com enjoo
Infelizmente, não existe um remédio natural eficiente para o enjoo como o Dramin. No entanto, algumas dicas podem ajudar o cachorro a se sentir melhor:
- Deixar o cachorro em jejum por algumas horas: é muito importante dar um “descanso” para o estômago quando o cachorro estiver com enjoo. Se a alimentação for forçada, ele vomitará novamente. No entanto, a causa do enjoo deverá ser investigada.
- Dar água gelada: a água gelada ajuda a aliviar o enjoo, mas não deverá ser ingerida em grande quantidade, pois poderá ter efeito contrário ao distender o estômago, causando mais náusea e vômito.
- Dar água de coco gelada: da mesma forma que a água gelada, a água de coco pode ajudar a diminuir a náusea, além de hidratar o animal. Como ela tem o gosto mais adocicado, pode ser que o cachorro aceite com maior facilidade. Mais uma vez lembramos que não se deve exagerar na dose! Deixe o cachorro beber apenas alguns goles por vez, sem encher o estômago. A melhor opção é a água do coco natural, mas caso não seja possível, a utilização de água de coco em caixinha também é um opção.
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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- Silveira Jr., V. et al. Síndrome vestibular central em um canino. Salão do Conhecimento do Unijuí, 2015. Disponível em file:///C:/Users/carlamoreira/Downloads/5119-Texto%20do%20artigo-22165-1-10-20150826.pdf. Acesso em 14/06/2024.
- Chaves, R.O. et al. Doença vestibular em cães: 81 casos (2006-2013). Pequenos Animais, Pesq. Vet. Bras., 2014. Disponível em https://www.scielo.br/j/pvb/a/L8j5hhqqZMWKrh8888VX38v/. Acesso em 14/06/2024.