Peixe dorme? Explicação e exemplos

Há alguns anos, foi demonstrado que a passagem entre o sono e a vigília, ou seja, entre um estado de sono e outro acordado, é mediada por neurônios localizados em uma região do cérebro chamada hipotálamo. Esses neurônios liberam uma substância chamada hipocretina e seu déficit produz narcolepsia.

Em pesquisas posteriores, foi mostrado que os peixes também têm esse núcleo neuronal, portanto, podemos dizer que os peixes dormem ou que, pelo menos, têm as ferramentas necessárias para isso.

Em primeiro lugar, é difícil determinar o sono em peixes. Em mamíferos e aves, são utilizadas técnicas como o eletroencefalograma, mas estas estão relacionadas ao córtex do cérebro, uma estrutura que está ausente nos peixes. Além disso, realizar um encefalograma em um ambiente aquático não é viável. Para reconhecer se peixe dorme, é necessário prestar atenção a certos comportamentos, como por exemplo:

1. Inatividade prolongada. Quando um peixe permanece um longo tempo imóvel, no fundo de um recife, por exemplo, é porque está dormindo.
2. Uso do refúgio. Os peixes, quando descansam, buscam algum refúgio ou lugar oculto para se proteger enquanto dormem. Por exemplo, uma pequena gruta, uma rocha, alguma alga, entre outros.
3. Diminuição da sensibilidade. Quando dormem, os peixes diminuem sua sensibilidade a estímulos, de modo que não reagem aos eventos que acontecem ao seu redor, a menos que sejam muito notáveis.

Em muitos casos, os peixes diminuem sua taxa metabólica, diminuindo sua frequência cardíaca e respiratória. Por tudo isto, mesmo que não possamos ver um peixe dormindo como vemos outros animais de estimação, isso não significa que o peixe não durma.

Outra dúvida que pode surgir quando se tenta entender como os peixes dormem, é quando eles realizam essa atividade. Os peixes, como muitos outros seres vivos, podem ser animais noturnos, diurnos ou crepusculares e, dependendo da natureza, dormirão em um momento ou outro.

Por exemplo, a tilápia-de-Moçambique (Oreochromis mossambicus) dorme durante a noite, descendo para o fundo, diminuindo sua frequência respiratória e imobilizando seus olhos. Pelo contrário, os peixe-gato-cabeçudo-castanho (Ictalurus nebulosus) são animais noturnos e passam o dia em um abrigo com todas as suas barbatanas frouxas, isto é, relaxadas. Eles não respondem a estímulos sonoros ou de contato e seu pulso e respiração ficam muito lentos.

A tenca (Tinea tinea) é outro peixe noturno. Este animal dorme durante o dia, permanecendo no fundo durante períodos de 20 minutos. Em geral, os peixes não dormem por longos períodos de tempo, os casos que foram estudados duram sempre alguns minutos.

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Uma crença popular difundida é que o peixe é não dorme porque nunca fecha os olhos. Esse pensamento está errado. Os peixes simplesmente não conseguem nunca fechar os olhos porque não têm pálpebras. Por esse motivo, os peixes sempre dormem com os olhos abertos.

No entanto, alguns tipos de tubarões têm o que é conhecido como membrana nictitante ou terceira pálpebra, que serve para proteger os olhos, embora esses animais também não os fechem para dormir. Ao contrário de outros peixes, os tubarões não conseguem parar de nadar porque o tipo de respiração que realizam exige que estejam em constante movimento para que a água passe através das brânquias e, assim, possam respirar. Portanto, enquanto eles dormem, os tubarões permanecem em movimento, embora seja extremamente lento. Sua frequência cardíaca e frequência respiratória diminuem, assim como os reflexos, mas por serem animais predadores, eles não precisam se preocupar.

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