O veneno do ornitorrinco é mortal?

O veneno do ornitorrinco é mortal?

O ornitorrinco é um mamífero semiaquático e endêmico da Austrália, muito presente na Tasmânia, característico por ter um bico semelhante ao do pato, rabo semelhante a um castor e patas como a lontra. É um dos poucos mamíferos venenosos que existem.

O macho desta espécie possui um espigão nas patas traseiras, o qual liberta um veneno que pode causar uma dor intensa. Além do ornitorrinco temos os musaranhos e o conhecido solenodonte, como espécie que também têm a capacidade de produzir e injetar veneno.

Neste artigo do Perito Animal queremos partilhar várias informações sobre o venenos que os ornitorrincos produzem e principalmente responder a pergunta: o veneno do ornitorrinco é mortal?

A produção de veneno no ornitorrinco

Tanto o ornitorrinco macho como a fêmea possuem espigões nos tornozelos, no entanto apenas o macho produz veneno. Este é composto por proteínas semelhantes às defensivas, onde três são exclusivas deste animal. As defesas são produzidas no sistema imunitário do animal.

O veneno pode matar animais pequenos, inclusivamente cachorros e produz-e nas glândulas crurais do macho, estas têm a forma de um rim e estão conectadas ao espigão. As fêmeas nascem com espigões rudimentares que não se desenvolvem e caiem antes do primeiro ano de idade. Ao que parece a informação para desenvolver o veneno está no cromossoma, razão pela qual apenas os machos o podem produzir.

O veneno tem uma função diferente ao que produzem as espécies não mamíferas, com efeitos não tão letais, mas o suficientemente fortes para debilitar o inimigo. O ornitorrinco injeta numa dose, entre 2 a 4 ml do seu veneno. Durante a época de acasalamento, a produção de veneno por parte do macho aumenta.

Na imagem pode observar o esporão calcâneo, com o qual os ornitorrincos injetam o seu veneno.

Os efeitos do veneno do ornitorrinco nos humanos

O veneno pode matar animais pequenos, no entanto em humanos não é letal, mas produz um dor intensa. Logo após a picada produz-se um edema em volta da ferida e estende-se pelo membro afetado, a dor é tão forte que não se consegue mitigar com morfina. Além disso, uma simples tosse pode aumentar a intensidade da dor.

Passadas uma horas pode espalhar-se inclusivamente a outras áreas do corpo, diferentes da extremidade afetada. Passado o período de cor, esta transforma-se em uma hiperalgesia que pode durar alguns dias ou inclusivamente meses. Também se documentou atrofia muscular que pode durar o mesmo período de tempo que a hiperalgesia. Na Austrália registraram-se poucos casos de picadas de ornitorrinco.

O veneno do ornitorrinco é mortal?

Resumindo podemos dizer que o veneno do ornitorrinco é e não é mortal. Por quê? Porque nos animais pequenos sim, é letal, causando a morte da vítima, um veneno tão potente que pode inclusivamente matar um cão se tiver as condições para que tal aconteça.

Mas se falamos dos danos que o veneno causa a um humano, é um dano muito forte e uma dor comparada inclusivamente com uma de maior intensidade que as feridas de arma de fogo. No entanto não é forte o suficiente para matar um ser humano.

De todas as forma deve ter em conta que os ataques dos animais como o ornitorrinco acontecem porque o animal sente-se ameaçado ou como defesa. E uma dica, a forma correta de agarrar e evitar uma picada do ornitorrinco é segurando no animal pela base do seu rabo de forma a que este fica de boca para baixo.

Agora que você já sabe que o ornitorrinco é venenoso, mas que seu veneno não é mortal para humanos, recomendamos este outro artigo sobre com curiosidades sobre o ornitorrinco e, também, este outro no qual listamos os 15 animais mais venenosos do mundo.

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Bibliografia
  • DOVAL, Jennifer Ramos. Título: Consideraciones históricas y funcionales sobre la presencia del veneno en Mammalia. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Jennifer-Ramos-Doval/publication/350767227_Consideraciones_historicas_y_funcionales_sobre_la_presencia_del_veneno_en_Mammalia/links/607064544585150fe9968816/Consideraciones-historicas-y-funcionales-sobre-la-presencia-del-veneno-en-Mammalia.pdf>. Acesso em 7 de outubro de 2022.