O guaxinim como animal de estimação

O guaxinim como animal de estimação

O guaxinim é um animal selvagem que pertence à família Procyonidae. Trata-se de um mamífero onívoro, pequeno, talvez um pouco maior que um gato, com garras afiadas e uma cauda grossa com anéis.

Se você quer saber se é pertimitido ou não ter o guaxinim como animal de estimação, saiba que eles são animais selvagens e não domesticados. Portanto, seu comportamento não será como o de um gato, um cachorro ou um coelho. Neste artigo do PeritoAnimal vamos explicar o que a legislação brasileira diz sobre o guaxinim de estimação, além de detalhar algumas curiosidades com fotos deste lindo e curioso animal da nossa natureza. Boa leitura!

É possível ter um guaxinim como animal de estimação?

O guaxinim é um animal selvagem e não deve ser domesticado e tratado como um animal de estimação. Tipicamente encontrado no continente americano, inclusive no Brasil, ele tem sido alvo de tráfico ilegal para diferentes países onde muitas pessoas têm considerado tê-lo em casa.

Vale destacar que a posse de animais exóticos tem um impacto direto sobre a conservação das espécies que habitam nossos ecossistemas. Segundo estimativa da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), a introdução de espécies exóticas pode ter causado a extinção de 39% das espécies nativas do planeta, sendo a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo. [1]

Neste outro artigo do PeritoAnimal mostramos a você quais são os melhores animais de estimação para crianças.

Posso adotar um guaxinim?

Como já falamos, ter o guaxinim como animal de estimação não é recomendado. Segundo a Lei nº 9.605/98, está proibido matar, perseguir, caçar, apanhar e utilizar espécimes da fauna silvestre sem autorização ou licença. Também é crime, segundo a legislação brasileira, vender, exportar, comprar, guardar, manter em cativeiro ou transportar ovos, larvas ou espécimes da fauna brasileira sem autorização. As penas para quem comete esses crimes vão de multa até a prisão por até cinco anos.

A permissão para ter um animal silvestre deve ser solicitada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que é o órgão responsável.

Em apreensões realizadas conjuntamente com a Polícia Federal ou outros órgãos, o Ibama encaminha os animais aos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), existentes em todos os estados do país. Tais centros também recebem animais silvestres por entrega voluntária ou resgate, encaminhando-os em seguida para a natureza ou para empreendimentos de fauna devidamente autorizados, criadouros ou também chamados de refúgios de animais.

Assim, se você quer ajudar o animal que foi apreendido e que por algum motivo não possa ser reinserido na natureza, você precisa solicitar essa autorização junto ao Ibama para ter um guaxinim de estimação.

Cuidados do guaxinim

Obviamente, o guaxinim não pode viver dentro de um apartamento. Lembre-se que é preciso seguir diversas regras sobre sua alimentação, tamanho do espaço e oferecer garantias de que ele será bem cuidado.

Além de amplos espaços, o animal precisa ter o maior contato possível com a natureza, com árvores para trepar e um tanque ou fonte onde possa lavar a sua comida. Eles gostam da água, quando vivem na natureza e costumam lavar frutas e caranguejos nos rios antes de os comerem.

É um animal onívoro e se alimenta de pássaros, ratos, insetos, peixes pequenos, lesmas, camarões de água doce, ovos, nozes, cereais e frutas.

Os guaxinins são animais higiênicos e gostam de tomar banho, além disso, mudam de pelo uma vez por ano.

Comportamento e educação

O guaxinim é um mamífero curioso e brincalhão. O guaxinim filhote é dócil, mas na sua fase adulta de vida pode se tornar agressivo especialmente com o ser humano e cachorros. Lembre-se que longe da aparência simpática e olhar dócil que possui, o guaxinim também tem dentes, assim como garras e não hesitará em usá-las se se sentir ameaçado. Confira outras características de uma das espécies de guaxinim no Brasil:

Características do guaxinim (Procyon cancrivorus)

  • Seu corpo mede entre 40 e 100 cm, o comprimento da cauda varia entre 20 e 42 cm,
  • Pesa entre 3 e 7 kg.
  • Os machos são maiores do que as fêmeas
  • Possui cabeça grande, orelhas pequenas e pontiagudas, além de focinho reduzido
  • Suas patas traseiras são mais desenvolvidas que as dianteiras
  • Distribuição Geográfica: Vive no Brasil, encontrado também na Costa Rica oriental, Paraguai, Uruguai e no norte da Argentina, tendo como habitat: Amazônia, Pantanal, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Campos Sulinos.
  • Reprodução: Gestação de 60 a 73 dias, nascendo em média 3 filhotes.
  • Possui hábitos solitários e noturnos
  • Pode viver até 15 anos em cativeiro
  • Sabe nadar muito bem
  • Emitem uma grande variedade de vocalizações agudas e ásperas
  • Curiosidade: eles sempre lavam o que vão comer antes de ingerir o alimento

Doenças comuns do guaxinim

É importante que você conheça quais são as principais doenças que afetam os guaxinins para que as possa prevenir e que podem, inclusive, afetar um guaxinim filhote.

  • É necessário ter um cuidado especial com um parasita chamado de "Baylisascaris procyonis", próprio da espécie.
  • Lembre-se que é um animal que pode contrair a raiva
  • Outro dos problemas mais frequentes que os guaxinins costumam sofrer é de obesidade
  • Pode chegar a sofrer também de displasia de quadril

Por fim, gostaríamos de ressaltar que o guaxinim não deve ser um animal de estimação, embora por vezes possamos ver guaxinins bem cuidados e amigáveis com a sua família de acolhimento.

Se deseja ler mais artigos parecidos a O guaxinim como animal de estimação, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de O que precisa saber.

Referências
  1. Ficha de red Alerta Mapache - SECEM. Disponível em: <http://www.secem.es/wp-content/uploads/2014/02/Ficha-Red-Alerta-Mapache.pdf>. Acesso em 12 de novembro de 2020.
  2. Ley 42/2007, de 13 de diciembre, del Patrimonio Natural y de la Biodiversidad.
  3. Estrategia española para la conservación y el uso sostenible de la Diversidad Biológica - Ministerio para la Transición Ecológica
  4. Fritzell, Erik K. "Aspects of raccoon (Procyon lotor) social organization." Canadian Journal of Zoology 56.2 (1978): 260-271.
  5. Gehrt, Stanley D., and Dwight L. Spencer. "Raccoon denning behavior in eastern Kansas as determined from radio-telemetry." Transactions of the Kansas Academy of Science (1903) (1990): 71-78.
Bibliografia
  • FUNDAÇÃO JARDIM ZOOLÓGICO DE BRASÍLIA. Guaxinim. Disponível em: <http://www.zoo.df.gov.br/guaxinim/>. Acesso em 12 de novembro de 2020.
  • SENADO FEDERAL. Legislação proíbe a captura de animais sem licença. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/trafico-de-animais-silvestres/legislacao-proibe-a-captura-de-animais-sem-licenca>. Acesso em 13 de novembro de 2020.