Leishmaniose canina - Como proteger o seu pet!



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A leishmaniose visceral canina (LVC), também chamada de Calazar, é uma doença causada por um protozoário do gênero Leishmania que acomete os cães, os quais são considerados os principais reservatórios no ciclo urbano da doença, através do qual o homem também pode se infectar, sendo assim classificada como uma zoonose.
A LVC é transmitida através da picada do mosquito pertencente à família dos flebotomíneos. Este vetor é conhecido popularmente por mosquito-palha, mosquito-pólvora, birigui ou tatuquiras, e é amplamente distribuído no Brasil por ser um país de clima tropical que possibilita sua reprodução.
A LVC vem ganhando notoriedade nos últimos anos devido ao seu rápido e grave crescimento, juntamente com o aumento do número de animais e humanos infectados.
Leishmaniose - como é transmitida?
A LVC é transmitida principalmente pela picada do mosquito portador do protozoário que se encontra na forma de promastigota e este é transmitido ao cão no momento da picada. Uma vez dentro do organismo do animal, o protozoário induzirá uma serie de reações por parte do sistema imunológico e, posteriormente uma proliferação do mesmo até o início dos sinais clínicos da doença.
Quando o mosquito pica um cão infectado e, logo depois, pica outro cão ou até mesmo um humano, ocorre a transmissão do protozoário e, consequentemente, da LVC (nesse estágio o protozoário estará na forma amastigota). É importante ressaltar que uma vez que ocorre a transmissão o protozoário sempre seguirá no organismo do animal.
Leishmaniose - como detectar?
A LVC é uma doença que pode apresentar inúmeros sinais clínicos no cão, pois a ação do protozoário está presente em praticamente todos os órgãos do corpo. Porém há uma série de sinais que são mais frequentes e geralmente sugerem uma suspeita da doença, são eles:
- Alopecia periocular: queda de pelos em volta dos olhos (alopecia em forma de óculos)
- Alopecia/ferida em ponta de orelha
- Onicogrifose (crescimento exagerado das unhas)
- Descamação intensa da pele
- Emagrecimento progressivo
- Aumento do volume do abdômen (devido ao crescimento do fígado e baço)
- Apatia
- Falta de apetite
- Diarreia de longa duração.
- Linfadenomegalia (aumento do tamanho dos linfonodo)
Diagnóstico
O diagnóstico da LVC deve ser feito exclusivamente por um Médico Veterinário, que levará em conta o estado clínico geral do animal, juntamente com exames laboratoriais específicos que poderão indicar a presença ou não do protozoário no organismo.
Leishmaniose - como tratar?
O tratamento da LVC vem sendo muito discutido, não somente no meio veterinário, mas também no meio jurídico, pois por se tratar de uma zoonose esta doença em humanos é grave assim como nos animais. Além disso, se não for tratada corretamente, pode levar à morte em pouco tempo.
O tratamento é baseado numa combinação de medicamentos que tem como objetivo aliviar os sintomas causados pela doença, assim como também melhorar o estado geral do paciente. Está disponível hoje no mercado os chamados antimoniais pentavalentes como o antimoniato de metilglucamina, que são medicamentos que afetam diretamente o protozoário, auxiliando muito o controle do mesmo. Vale ressaltar que para a LVC existe somente a cura clínica, ou seja, uma vez estipulado o tratamento o animal retoma seu estado saudável, porém ele será sempre um portador da doença, pois não existe um tratamento capaz de eliminar totalmente o protozoário do organismo.
Leshmaniose - como evitar?
A única maneira de prevenir a Leishmaniose é evitar a picada do mosquito vetor da doença. Para tal, é necessário adotar métodos químicos e de manejo, que em conjunto irão diminuir o risco de transmissão da doença.
Contra o mosquito
É indicada a aplicação de inseticidas com ação residual nas áreas próximas a residências e canis, como a deltametrina e cipermetrina, a cada seis meses. Cuidados de limpeza do ambiente também devem ser tomados, evitando o acúmulo de matéria orgânica e diminuindo o micro-habitat favorável ao mosquito. A colocação de telas finas nas casas e nos canis também é uma medida que deve ser tomada nas áreas endêmicas. Se indica também a plantação de Citronela no quintal ou próximo a residência, essa planta exala um odor que repele o mosquito e tem grande eficácia na prevenção.
Direcionado aos cães
A utilização de inseticidas tópicos em formas de coleiras, pipetas ou sprays é de grande eficácia na proteção do cão contra o mosquito, além de serem de fácil aplicação e de custo acessível. A utilização de coleiras impregnadas com deltametrina (Scalibor ®) tem demonstrado bons resultados no combate da transmissão da doença. Além dos inseticidas tópicos, é recomendado nas áreas endêmicas que os animais não fiquem expostos e evitar passeios ao entardecer e a noite, pois são os horários de maior atividade dos mosquitos que transmite a doença.
Imunização
A prevenção da LVC por imunização através de vacinas especificas é de grande auxílio preventivo e vem se tornando comum nos últimos tempos. A vacina contra LVC impede que o protozoário complete seu ciclo, eliminando assim o curso da transmissão e consequentemente do desenvolvimento dos sinais clínicos. No mercado já estão disponíveis algumas formas comerciais da vacina como a Leishmune®, Leish-Tec® e a LiESAp, todas já com comprovação cientifica de sua ação preventiva.
Eutanásia?
A eutanásia de cães infectados com LVC é amplamente discutida e envolve questões como ciência, ética e bem-estar animal. Atualmente, já se sabe que a eutanásia como forma de controle é totalmente ineficaz no controle e prevenção da LVC, sendo o tratamento, a imunização e utilização de repelentes contra o mosquito a forma mais correta, ética e eficaz no controle da doença.
Dica: Acesse esse artigo e conheça todas as doenças mais comuns nos cachorros.
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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