Hipertireoidismo em gatos - Sintomas e tratamentos

Hipertireoidismo em gatos - Sintomas e tratamentos
Imagem: Reprodução/Argos201

O hipertireoidismo felino é uma daquelas doenças que, na maioria das vezes, consegue passar despercebida, manifestando-se apenas quando a saúde do gato já está gravemente comprometida.

Trata-se de uma patologia muito comum, especialmente em gatos com mais de 7 anos de idade. A doença em si não é fatal, mas acarreta complicações que colocam a vida do felino em risco ao atacar vários de seus órgãos vitais. É por isso que te apresentamos, aqui no PeritoAnimal, este artigo sobre o hipertireoidismo em gatos - sintomas e tratamento. Continue lendo!

O que é hipertireoidismo em gatos?

O hipertireoidismo em gatos é uma doença documentada apenas a partir de 1970. É comum em felinos de idade avançada, principalmente aqueles com mais de 10 anos, sendo mais frequente na raça Siamesa.

Consiste em uma alteração do organismo devido à superprodução dos hormônios da tireoide (T3 e T4). Se detectada precocemente, há grande probabilidade de controle e melhora, mas caso contrário, as complicações que acompanham essa secreção excessiva dos hormônios são fatais para o gato.

Causas do hipertireoidismo em gatos

A principal causa do hipertireoidismo felino é o aumento da produção dos hormônios da tireoide, tanto o T3 quanto o T4. Esse aumento se deve, na maioria das vezes, a um distúrbio decorrente de uma doença relacionada aos lobos da tireoide.

A causa se deve ao fato de que, à medida que o tamanho dos lobos aumenta em decorrência da doença, o hormônio passa a ser secretado em maiores quantidades, afetando o equilíbrio de todo o organismo.

Em aproximadamente 10% dos felinos afetados, a doença é causada pela presença de um carcinoma (massa cancerosa), caso em que o prognóstico de melhora é reduzido.

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Sintomas do hipertireoidismo em gatos

Um dos problemas do hipertireoidismo em gatos é que, na maioria dos casos, não há sintomas claros da doença. Eles começam a aparecer quando a patologia já está avançada, até mesmo porque, como já sabemos, os gatos são especialistas em esconder sintomas de quaisquer tipos de doenças. Isso faz com que seja necessário ficar atento a qualquer anormalidade no comportamento e hábitos do seu felino, para detectar a tempo esta ou qualquer outra enfermidade.

Normalmente, o tutor do gato percebe que algo está errado quando nota que seu companheiro come a mesma quantidade de comida ou mais, mas apresenta evidente perda de peso.

O hipertireoidismo em gatos também pode apresentar outros sintomas alarmantes, como:

  • Diarreia crônica
  • Depressão
  • Hiperatividade
  • Comportamento nervoso ou arisco
  • Vômitos frequentes
  • Incapacidade de saltar
  • Perda de força
  • Pelagem descuidada e com nós
  • Arritmia
  • Dispneia
  • Desorientação
  • Agressividade
  • Vocalizações noturnas incomuns

Esses sintomas não aparecem repentinamente e nem todos juntos, mas sim de forma progressiva. Portanto, se houver descuido, é possível que eles passem despercebidos.

Quando a secreção da tireoide aumenta, a função renal é diretamente afetada e, dessa forma, a insuficiência renal é o maior perigo, colocando a vida do gato em risco.

Diagnóstico do hipertireoidismo felino

Em princípio, a transformação de tamanho que os lobos da tireoide sofrem costuma ser perceptível na palpação do pescoço do gato. Isso, é claro, não será suficiente para dar um diagnóstico definitivo de hipertireoidismo, e nem a ausência desse sintoma significará que o gato não sofre da doença.

Para garantir, são necessários vários exames médicos. O mais importante é o exame de sangue completo, no qual será possível avaliar não só o estado dos glóbulos brancos e a saúde do felino em geral, mas também os níveis de enzimas hepáticas (essenciais para detectar um problema renal).

Além disso, recomenda-se o eletrocardiograma para avaliar a possibilidade de um problema cardíaco, como arritmia e taquicardia.

Como tratar o hipertireoidismo em gatos

Quando o resultado dos exames é positivo para hipertireoidismo felino, existem 3 tipos de tratamentos recomendados. A escolha de cada um depende não só do seu país de residência, já que um deles não está disponível mundialmente, mas também da idade, peso e estado de saúde do gato, bem como da possibilidade de complicações hepáticas ou cardíacas:

  1. A primeira opção é administrar medicamentos antitireoidianos, um tratamento que deve ser seguido pelo resto da vida. Essa opção não é uma cura, pois não elimina a origem do problema, mas mantém estáveis os níveis do hormônio tireoidiano. Pode haver efeitos colaterais, portanto, recomenda-se a realização de consultas veterinárias a cada 3 meses para revisar a dose e ajustá-la, se necessário.
  2. A segunda opção é a tireoidectomia, que nada mais é do que a remoção da tireoide. Essa medida geralmente erradica grande parte do problema, embora haja um risco bastante alto de mortalidade. Normalmente, aplica-se uma terapia com princípios ativos e depois recorre-se à cirurgia, uma vez que isso diminui a letalidade do tratamento. Esta solução não deve ser escolhida se o gato sofre de doença hepática ou diabetes.
  3. A última possibilidade é a aplicação de um tratamento com iodo radioativo, que é considerado a melhor opção. No entanto, essa opção não está disponível em todos os países, pois nem todos contam com centros de medicina nuclear para animais de estimação.

O iodo radioativo remove o tecido que cresceu anormalmente, deixando a glândula tireoide intacta e reduzindo os níveis de secreção hormonal. Este tratamento para o hipertireoidismo em gatos é administrado por via subcutânea e não apresenta nenhum risco; além disso, menos de 10% dos pacientes precisam de uma segunda dose, o que o torna altamente eficaz.

Existem prós e contras na aplicação de cada um desses tratamentos. Consultando o veterinário será possível saber a opção mais adequada para seu felino.

Agora que você já sabe tudo sobre o hipertireoidismo felino, não deixe de assistir a este vídeo sobre as 10 doenças mais comuns em gatos:

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
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