Fenda palatina em cães - Causas e cirurgia

Fenda palatina em cães - Causas e cirurgia

Quando chegam filhotes na família não devemos esquecer de uma correta revisão geral e em particular da região facial, já que podem apresentar diferentes más-formações que colocam em risco a vida do animal. A fenda palatina em cães, também denominada palatosquise, é um defeito congênito que pode afetar os filhotes. Esta má-formação gera uma comunicação anormal entre a cavidade oral e nasal.

Neste artigo do PeritoAnimal vamos explicar o que é a fenda palatina em cachorros, as causas e cirurgia necessária para corrigí-la.

O que é a fenda palatina em cães?

O palato é a estrutura anatômica que divide a cavidade nasal da cavidade oral e possui diferentes estruturas. Quando falamos de fenda palatina nos referimos à uma comunicação anormal entre a cavidade oral e nasal, assim como o seio maxilar.

Segundo as estruturas afetadas, falaremos de dois tipos de fenda palatina nos cães:

  • A fenda palatina primária: é formada pelo fechamento incompleto do lábio e do pré-maxilar causando o lábio leporino, que pode ser unilateral ou bilateral. É importante ressaltar que o lábio leporino não prejudica a qualidade de vida do cachorro nem o funcionamento normal das estruturas afetadas pois a correção é considerada puramente estética.
  • Fenda palatina secundária: afeta tanto o palato duro como o mole e provoca uma comunicação anormal entre essas cavidades e pode ser primário, no qual gera o lábio leporino ou fissura primária. Desta forma, o lábio leporino secundário pode gerar o lábio leporino em cachorros.

Causas da fenda palatina em cães

As causas das más-formações craniofaciais são multifatoriais. Em alguns casos sua base genética é clara por isso é necessário ser consciente e não permitir que esses cães sejam reprodutores. No entanto, também pode ser uma condição adquirida.

Cabe destacar que apresentam uma pré disposição especial a ter a fenda palatina as raças de cachorros braquiocefálicos, principalmente as fêmeas, como:

  • Pug
  • Bulldog inglês
  • Bulldog francês
  • Boxer

Por outro lado, também se sabe que numerosos agentes teratogênicos (agentes produtores de más-formações congênitas) em que a fêmea gestante é exposta, podem causar fenda palatina.

Alguns exemplos de agentes teratogênicos são:

  • Tóxicos
  • Fármacos
  • Deficiências nutricionais
  • Agentes infecciosos e parasitários
  • Causas mecânicas
  • Raios-x

Sinais clínicos da fenda palatina em cães

A fenda palatina em cachorros que pode ser vista se trata de fissura palatina de primeiro grau. Nestas o que veremos será:

  • Visão das gengivas maxilares
  • Visão dos dentes
  • Má formação da narina

Se falamos de fenda palatina secundária, que pode derivar de um lábio leporino em cachorros, podemos encontrar os seguintes sinais clínicos:

  • Problemas respiratórios.
  • Espirros constantes: devido aos diferentes elementos que entram em seu nariz.
  • Tosse e náuseas.
  • Nariz escorrendo: pode ser constante ou espontâneo depois de comer.

Agora que você já sabe o que é a fenda palatina em cães, vamos conhecer mais detalhes sobre a cirurgia da fenda palatina.

Fenda palatina em cachorros filhotes

Agora, o que acontece com os cachorros filhotes com fenda palatina ou lábio leporino? Os filhotes afetados por esta má-formação, seja apenas fenda palatina ou lábio leporino, têm dificuldades respiratórias e não conseguem realizar o vácuo na cavidade oral, por isso são incapazes de sugar no ato de mamar.

Ao comprometer a alimentação do cachorro, a fenda palatina produz:

  • Desidratação
  • Retardo do crescimento
  • Dificuldade para comer e beber

São comuns as pneumonias por aspiração e as rinites devido à passagem de conteúdo alimentício para as vias respiratórias. Muitos dos cachorros falecem poucos dias após nascer já que é uma patologia que compromete sua vida.

Diagnóstico da fenda palatina em cães

Assim como os sinais clínicos da fenda palatina em cães que são evidentes a olho nu, necessitaremos realizar um diagnóstico em nosso cachorro para nos assegurarmos das características da má-formação. Por isso, podemos optar por:

  • Um exame bucal: neste diagnóstico da fenda palatina em cachorros se realiza um exame do palato mole e para isso se anestesia o cachorro.
  • Uma radiografia: para comprovar que não existem sinais de outras patologias como pneumonia.

Tratamento e cirurgia da fenda palatina em cães

O tratamento a ser seguido requer uma alimentação cuidadosa mediante uma dieta semilíquida (mas evitando a amamentação, já que o neonato não pode sugar) e inclusive mediante sondagem orogástrica até que o filhote alcance a idade apropriada para ser submetido à cirurgia, sendo este o tratamento definitivo.

Trata-se de uma cirurgia complicada e existem várias técnicas descritas pelos cirurgiões. O protocolo anestésico será adaptado à idade do filhote (três meses aproximadamente).

Como alimentar um cachorro com fenda palatina?

Após a cirurgia se deve seguir as indicações do veterinário dentre as quais se encontram o repouso controlado, o colar elisabetano, tratamento farmacológico e dietético prescrito e suas revisões necessárias. Em alguns casos continuará alimentando o filhote por sonda esofágica ou alimentos brandos.

É importante revisar regularmente o local da cirurgia após realizá-la para poder identificar o quanto antes se os pontos abrirem ou se a cicatrização for incompleta. No caso de detectar o último problema, o mais conveniente será voltar a intervir no animal, mas sempre esperando um tempo prudente para fazer isso, entre 1 e 3 meses aproximadamente.

Agora que você já sabe tudo sobre a fenda palatina em cães, talvez possa se interessar neste outro artigo no qual falamos sobre as raças de cachorro com mais problemas de saúde.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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