Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti


Todos os anos, no verão, é a mesma coisa: a união de altas temperaturas com chuvas intensas é uma grande aliada para a propagação de um mosquito oportunista e que, infelizmente, é bem conhecido dos brasileiros: o Aedes aegypti.
Popularmente chamado de mosquito-da-dengue, a verdade é que ele também é transmissor de outras doenças e, por isso, é alvo de tantas campanhas do governo e ações preventivas de combate à sua reprodução. Neste artigo do PeritoAnimal, vamos detalhar as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, assim como apresentaremos as características e algumas curiosidades sobre este inseto. Boa leitura!
Tudo sobre o mosquito Aedes aegypti
Proveniente do continente africano, especificamente do Egito, por isso seu nome, o mosquisto Aedes aegypti pode ser encontrado em todo o mundo, mas principalmente em países tropicais e regiões subtropicais.
Com hábitos preferencialmente diurnos, também atua com menor atividade à noite. É um mosquito oportunista que habita lugares frequentados por humanos, sejam casas, apartamentos ou estabelecimentos comerciais, onde pode se alimentar e pôr seus ovos com facilidade em pequenas quantidades de água, como as que ficam paradas em baldes, garrafas e pneus.
As fêmeas do mosquisto se alimentam de sangue humano e, para isso, geralmente picam os pés, os tornozelos e as pernas das vítimas, porque voam baixo. Como sua saliva possui uma substância anestésica, isso faz com que não sintamos praticamente nenhuma dor com a picada.
As chuvas e as altas temperaturas favorecem a reprodução do mosquito. Neste artigo veremos em detalhe o ciclo de vida do Aedes aegypti mas, antes, confira algumas características deste inseto:
Comportamento e características do Aedes aegypti
- Mede menos de 1 centímetro
- É preto ou marrom e possui manchas brancas no corpo e nas pernas
- Seu horário de maior atividade é pela manhã e no fim da tarde
- O mosquito evita o sol direto
- Não costuma emitir zumbidos que possamos escutar
- Sua picada normalmente não dói e causa pouca ou nenhuma coceira
- Se alimenta de seiva de plantas e sangue
- Apenas as fêmeas picam pois precisam de sangue para a produção dos ovos após a fecundação
- O mosquito já foi erradicado do Brasil, em 1958. Anos depois, foi reintroduzido no país
- O ovo do Aedes aegypti é muito pequeno, menor que um grão de areia
- As fêmeas podem botar até 500 ovos e picar 300 pessoas em sua vida
- O tempo médio de vida é de 30 dias, podendo chegar aos 45
- As mulheres são mais vulneráveis às picadas por causa das roupas que expõem mais o corpo, como vestidos
- As larvas do Aedes aegypti são sensíveis à luz, por isso ambientes úmidos, escuros e sombreados são seus preferidos
Você também pode se interessar neste outro artigo do PeritoAnimal em que falamos sobre os insetos mais venenosos do Brasil.

Ciclo de vida do Aedes aegypti
O ciclo de vida do Aedes aegypti varia bastante e depende de fatores como a temperatura, a quantidade de larvas existentes no mesmo criadouro e, claro, da disponibilidade de alimento. O mosquito vive em média 30 dias, podendo alcançar 45 dias de vida.
A fêmea usualmente deposita seus ovos nas partes internas de objetos, perto de superfícies de água limpa, como latas, pneus, calhas e caixas d'água descobertas, mas também podem fazê-lo em pratos sob vasos de plantas e em criadouros naturais como em buracos em árvores, bromélias e bambus.
Num primeiro momento os ovos são brancos e logo se tornam negros e brilhantes. Cabe destacar que os ovos não são colocados na água, mas sim milímetros acima de sua superfície, principalmente em recipientes. Aí então, quando chove e o nível da água deste local sobe, ela entra em contato com os ovos que acabam eclodindo em poucos minutos. Antes de chegar à forma de mosquito, o Aedes aegypti passa por quatro etapas:
- Ovo
- Larva
- Pupa
- Forma adulta
De acordo com a Fundação Fiocruz, instituição de ciência e tecnologia em saúde vinculada ao Ministério da Saúde, entre as fases de ovo à forma adulta são necessários de 7 a 10 dias em condições ambientais favoráveis ao mosquito. Por isso que, para se prevenir contra as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, deve-se atuar na eliminação dos criadouros semanalmente, com o objetivo de interromper o ciclo de vida do mosquito.

Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
Entre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti estão a dengue, a chikungunya, a zika e a febre amarela. Se a fêmea contrai, por exemplo, o vírus da dengue (por meio de picadas a pessoas infectadas), há uma grande possibilidade de suas larvas nascerem com o vírus, o que amplia a ploriferação de doenças. E quando um mosquito está infectado, ele sempre será um vetor para transmissão do vírus. Por isso é importante atuar no combate ao Aedes aegypti. Apresentamos agora cada uma dessas doenças que citamos:
Dengue
A dengue é a principal e mais conhecida entre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Entre os sintomas característicos da dengue clássica estão a febre por dois a sete dias, vômito, dores musculares e articulares, fotofobia, coceira na pele, inflamação na garganta, dor de cabeça e manchas avermelhadas.
Já na dengue hemorrágica, que pode levar à morte, ocorre o aumento do tamanho do fígado, hemorragias especialmente na gengiva e intestino, além de provocar a queda da pressão arterial. O período de incubação é de 5 a 6 dias e a dengue pode ser diagnosticada com exames laboratoriais (sorologia NS1, IGG e IGM).
Chikungunya
A chikunguya, assim como a dengue, também causa febres, normalmente acima dos 38,5 graus, e provoca dor de cabeça, dores nos músculos e lombar, pode causar conjuntivite, vômito e calafrios. Facilmente confundida com a dengue, o que usualmente diferencia a chikungunya são as fortes dores nas articulações, que podem durar semanas ou até meses. O período de incubação é de 2 a 12 dias.
Zika
Dentre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a zika é a que causa os sintomas mais leves. Entre eles são febre baixa, dor de cabeça, vômito, dores abdominais, diarreia e dor e inflamação nas articulações. A zika está relacionada a casos de microcefalia em recém-nascidos e com outras complicações neurológicas, por isso é preciso prestar atenção à ela, apesar dos sintomas mais leves. Os sintomas podem durar de 3 a 7 dias e seu período de incubação é de 3 a 12 dias. Não há exames laboratoriais para o diagnóstico tanto em relação à zika quanto a chikungunya. Assim, ele é feito a partir da observação dos sintomas clínicos e no histórico do paciente, se ele viajou para áreas endêmicas ou se teve contato com pessoas que apresentavam sintomas.
Febre amarela
Os principais sintomas da febre amarela são a febre, dor no estômago, indisposição, dor no estômago e lesões no fígado, o que acaba tornando a pele amarelada. Há casos, ainda, assintomáticos da febre amarela. O tratamento para esta enfermidade consiste, geralmente, em repouso, hidratação e uso de medicamentos para aliviar os sintomas.

Combate ao Aedes aegypti
Segundo o Ministério da Saúde, 754 pessoas morreram por causa da dengue no Brasil em 2019, e mais de 1,5 milhão contraíram a doença. O combate ao Aedes aegypti depende de ações de todos nós.
Aqui estão algumas medidas que podem ser adotadas, todas indicadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS):
- Use telas em janelas e portas quando possível
- Tampe os tonéis e caixas d'água
- Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo
- Deixe ralos limpos
- Limpe semanalmente ou preencha com areia os pratos de vasos de plantas
- Retire água acumuluada na área de serviço
- Mantenha lixeiras bem tampadas
- Preste atenção em bromélias, babosas e outras plantas que acumulam água
- Deixe lonas usadas para cobrir objetivos bem esticadas para que não formem poças d'água
- Denuncie focos do mosquito às autoridades de saúde

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
Se deseja ler mais artigos parecidos a Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de Doenças virais.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Blog da Saúde: 9 curiosidades que você precisa saber sobre o Aedes aegypti. Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=53658&catid=579&Itemid=50218>. Acesso em 16 de novembro de 2020.
- ANS. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Combate ao mosquito Aedes aegypti. Disponível em: <https://www.ans.gov.br/prevencao-e-combate/combate-ao-mosquito-aedes-aegypti>. Acesso em 16 de novembro de 2020.
- FIOCRUZ. Conheça o comportamento do mosquito Aedes aegypti e entenda a razão que leva este pequeno inseto a ser taxado desta forma. Disponível em: <http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/oportunista.html>. Acesso em 16 de novembro de 2020.
- UOL. Drauzio Varella: Doenças transmitidas por Aedes aegypti e Aedes albopictus. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/infectologia/doencas-transmitidas-por-aedes-aegypti-e-aedes-albopictus/>. Acesso em 16 de novembro de 2020.
- GOVERNO DE SÃO PAULO. Disponível em: <https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/podcast-via-sp-proliferacao-do-aedes-aegypti-pode-ser-evitada-com-medidas-simples/>. Acesso em 16 de novembro de 2020.
- GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO. Aedes Aedypti. Disponível em: <https://mosquito.saude.es.gov.br/o-mosquito>. Acesso em 16 de novembro de 2020.